Dona Jacira: mãe de Emicida e Fióti morre aos 60 anos

Dona Jacira é a inspiração da música 'Mãe', de Emicida

Por Da Redação.

Morreu nesta segunda-feira (28) Jacira Roque de Oliveira, mais conhecida como Dona Jacira, mãe de Emicida, um dos maiores rappers do Brasil, e do cantor e empresário Evandro Fióti. Ela tinha 60 anos e estava hospitalizada na cidade de São Paulo, segundo informaram amigos da família à revista Marie Claire.

Emicida, Dona Jacira e Fióti | Foto: redes sociais

A causa da morte, no entanto, ainda não foi divulgada, mas Dona Jacira, que era escritora e artista plástica, vivia com lúpus e fazia hemodiálise há mais de 25 anos.

Até o momento, Emicida e Fióti não se manifetaram publicamente sobre a morte da mãe, que deixa ainda outras duas filhas e netos.

Atualização

Por volta das 17h desta segunda-feira, uma nota de falecimento foi publicada no perfil oficial de Dona Jacira no Instagram, em compartilhamento conjunto com os quatro filhos. Leia abaixo:

"É com profunda tristeza que informamos o falecimento de Jacira Roque De Oliveira, a Dona Jacira, aos 60 anos de idade.

Mãe, avó, escritora, compositora, poeta, artesã e formada em desenvolvimento humano, como gostava de ser reconhecida. Dona Jacira foi uma mulher detentora de tecnologias ancestrais de sobrevivência e resistência que construíram um legado enorme para a as artes e para a cultura afrobrasileira.

Esse legado será levado adiante por sua família e todas as pessoas que tiveram sua vida impactada e transformada por sua presença de cuidado, amor, luz e fé neste plano.

A família agradece por todo amor e carinho e pede que respeitem a sua privacidade nesse momento tão difícil.

Evandro, Katia, Katiane e Leandro"

Sobre Dona Jacira

Nascida e criada na zona norte da capital paulista, Dona Jacira ficou conhecida primeiro pelo público dos filhos e, posteriormente, pelo seu próprio. Se autodefinia como detentora de "saberes e fazeres".

Com uma trajetória marcada por dores - incluindo maus-tratos na infância, casamento precoce, viuvez e dificuldades financeiras -, ela se voltou para a arte já na maturidade.

Dona Jacira aplicou seus bordados em peças para o desfile da coleção Herança, da Lab Fantasma (marca dos filhos), em 2017, escreveu a autobiografia Café em 2018, lançou uma coleção de bonecas feitas com retalhos e colocou no ar um podcast autoral.

Dona Jacira publicou a autobiografia Café em 2020 | Foto: arquivo pessoal

Morando sozinha, passou a promover encontros culturais em casa, voltados para a comunidade do bairro. "Fazia os Encontros da Colheita e da Semeadura. Depois começamos a falar também sobre alimentação, arte e cultura, que são assuntos que gosto muito. E isso foi aumentando. Em 2002 minha casa recebeu pessoas da África, de várias regiões do Brasil. E daí esse ano chegou a pandemia. Cuidar dessa festa é uma coisa que me deixa contente. E se estou feliz, fico animada", contou em entrevista à Marie Claire, em 2020.

Na mesma entrevista, falou sobre o impacto da doença em sua vida: "Tem dias difíceis também. Minha mãe mora na rua de casa e não vou lá porque venho do hospital todos os dias. Faço hemodiálise há 22 anos [à época, agora 25], tenho Lúpus. Agora mesmo estou falando do HC [Hospital das Clínicas]. Na casa da minha mãe também mora um sobrinho com esclerose múltipla. É complicado, temos que pensar em tudo isso porque podemos ser o condutor da doença. Às vezes bate uma angústia, estamos há tanto tempo sozinhos".

Emicida escreveu música 'Mãe' para Dona Jacira

A relação entre Emicida e Dona Jacira também foi eternizada em sua música. A faixa "Mãe", uma homenagem direta à matriarca, integra o segundo álbum do rapper, intitulado Sobre Crianças, Quadris, Pesadelos e Lições de Casa. No videoclipe, lançado no mesmo ano, Emicida revisita suas memórias e celebra o cuidado e a força da mãe em sua trajetória. Confira abaixo:

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Conflito entre Emicida e Fióti e o posicionamento de Dona Jacira

Em abril deste ano, Emicida e Fióti anunciaram o fim da parceria artística e empresarial, rompimento que segue sendo discutido na 2ª Vara Empresarial e de Conflitos de Arbitragem de São Paulo, após alegações de movimentação irregular de cerca de R$ 6 milhões.

Na ocasião, Dona Jacira se posicionou da seguinte forma: "As hienas nos rondam, querem nossa queda. Mas não conseguirão. Fióti, sua dor é nossa dor. Quando a injustiça se instala, com todo respeito ao jurídico, as mediações de conflitos e estratégias para restabelecer a ordem é muito importante. Porém eu, Dona Jacira, digo que a maldição lançada em forma de calúnia deve ser retirada. Pela boca que a lançou. Antes que seja tarde", escreveu ela nas redes sociais.

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