Bruno Reis classifica como “desastrosa” fala de Bolsonaro que associou vacina contra Covid ao HIV
Bruno ainda lamentou o momento vivido pelo país, e disse que prefeitos são os mais sofrem com a crise gerada pela pandemia
O prefeito de Salvador, Bruno Reis (DEM), classificou como “desastrosa” a associação que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fez entre a vacina contra a Covid-19 e o vírus do HIV. A resposta do gestor soteropolitano foi dada nesta terça-feira (26/10), durante conversa com a imprensa.
“Declaração desastrosa. Não contribui, não ajuda. Só faz dificultar a vida de nós prefeitos que estamos aqui na ponta com a missão de vacinar”, disse.
“Acho que todos deveriam ter a responsabilidade de estimular a vacinação. Se isto ocorresse, nós, com certeza, ficaríamos livres da pandemia mais rápido”, acrescentou.
Bruno ainda lamentou o momento vivido pelo país, e disse que prefeitos são os mais sofrem com a crise gerada pela pandemia. “Vou fazer um balanço agora no mês de novembro do custo pandemia para Salvador. Os prefeitos é quem têm as maiores responsabilidades e atribuições e menos recursos para enfrentar a pandemia”, concluiu.
Durante live realizada na última quinta-feira (21), Bolsonaro disse que "relatórios oficiais do governo do Reino Unido" mostram que pessoas totalmente vacinadas estão desenvolvendo aids.
No entanto, a agência de checagem da AFP* rechaçou as informações falsas compartilhadas pelo presidente da República. Os documentos citados por Bolsonaro não chegam à esta conclusão, de acordo com o governo britânico.
Bolsonaro, inclusive, baseou-se em uma reportagem da revista Exame para compartilhar a notícia. Contudo, o veículo de imprensa não menciona os supostos relatórios britânico, mas trata de uma carta publicada na The Lancet, em que pesquisadores alertaram para um possível risco envolvendo algumas vacinas contra a Covid.
Na carta, eles expressam preocupação com o fato de que alguns dos imunizantes utilizam um adenovírus que, em um estudo de uma vacina contra a aids, pareceu aumentar o risco de HIV. Mas “nunca se confirmaram esses dados”, explicou à AFP o imunologista Rafael Larocca.
Larocca, que publicou um artigo sobre o tema, disse ter verificado que esse adenovírus "induz um fenótipo" nas células alvo do HIV, "o que ajudaria na entrada do vírus". Mas esse risco "é somente uma possibilidade” e só aconteceria se a pessoa fosse exposta ao HIV.
Por conta da informação falsa, Facebook e Instagram retiraram do ar a live do presidente.
*AFP: Agence France-Presse, agência de notícias francesa
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