ONU aprova resolução que condena invasão da Ucrânia pela Rússia; Brasil apoiou decisão
A própria Rússia e mais cinco nações votaram contra. Outras 35 se abstiveram, entre elas a China, considerada a principal aliada dos russos.
Na sessão extraordinária da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre a Ucrânia, realizada nesta quarta-feira (2/3), 141 países votaram a favor da resolução que condena a invasão russa. Entre eles o Brasil, que havia ficado "em cima do muro" em outras reuniões.
A própria Rússia e mais cinco nações votaram contra. Outras 35 se abstiveram, entre elas a China, considerada a principal aliada dos russos.
A resolução, que não tem poder legal, pede que a Rússia retire suas tropas. Apesar de não ser uma medida concreta, tem um poder político muito grande e evidencia o isolamento russo.
CONTRÁRIO
Valentin Rybakov, embaixador de Belarus na ONU, disse que a distribuição descontrolada de armas já levou ao aumento da violência e de roubos na Ucrânia. A nação é aliada do presidente russo Vladimir Putin e também votou contra, junto com Síria, Coreia do Norte, Eritreia e Russia.
Ele afirmou que pessoas inocentes estão sendo mortas no país. "Por que vocês estão silenciosos a esse respeito?", questionou Rybakov, defendendo que os ucranianos também estão matando civis estrangeiros.
Rybakov pediu, ainda, que a Ucrânia abra um corredor humanitário para que pessoas possam sair do país pela fronteira com Belarus. Segundo ele, a fronteira bielorussa está aberta. Disse, também, que lamenta as mortes e que só as negociações podem resolver o conflito.
ATAQUES
Pouco após a aprovação da resolução, o secretário-geral da ONU, Antônio Guterres, disse que a decisão repete uma verdade central, de "que o mundo quer o fim do sofrimento na Ucrânia". Ele falou, ainda, sobre como os países têm se unido para colaborar com a Ucrânia.
A embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Linda Thomas-Greenfied, afirmou que a guerra foi decisão de um único homem, Putin. Ela também disse que a Rússia está atacando civis e que, enquanto o Conselho de Segurança discutia a paz, na semana passada, Putin começava a guerra. "A Rússia bombardeou orfanatos, hospitais, jardins de infância, espalhou fome", acrescentou Linda, agradecendo aos países que estão recebendo refugiados da Ucrânia.
O embaixador da Ucrânia na ONU, Sergei Kislitsia, afirmou que o povo ucraniano "luta enquanto é bombardeado". Ele agradeceu a união e o apoio aos refugiados ucranianos e disse que as tropas russas estão cometendo crimes contra a humanidade. "Crimes tão bárbaros que é difícil compreender. Ucranianos estão sendo mortos por mísseis e outros tipos de armas. Nós não provocamos essa escalada de tensão. Crimes internacionais continuam sendo cometidos na Ucrânia. Isso é um erro. A maldade nunca vai parar, vai avançar e avançar. Precisamos evitar que os russos vão adiante", pediu.
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