Bolsonaro diz que, por ele, "não teria Carnaval em Salvador" e culpa governadores e prefeitos por mortes; "é uma realidade"
O Carnaval vem sendo centro de polêmica no noticiário baiano nas últimas semanas. Bruno Reis vem defendendo a realização do evento, e indicou que a Prefeitura já vem organizando os detalhes para realizá-lo.
Em voga após discordâncias entre o governador da Bahia, Rui Costa (PT), e o prefeito de Salvador, Bruno Reis (DEM), o Carnaval na capital – e no Brasil – também foi tema de discussão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nesta quinta-feira (25/11). Para o chefe de Estado, a festa não deveria ser realizada.
O posicionamento converge, em partes, com o de Rui. “Por mim não teria Carnaval. Só que tem um detalhe: quem decide não sou eu. Segundo o Supremo Tribunal Federal, quem decide são os governadores e prefeitos. Então, não quero aprofundar nessa que poderia ser uma nova polêmica”, disse, em entrevista à Rádio Sociedade.
O presidente, contudo, não deixou de alfinetar gestores estaduais e municipais, e sugeriu que eles são os responsáveis principais pelas 613 mil mortes por Covid-19 no país.
“Em fevereiro do ano passado, ainda estava engatinhando a questão da pandemia, pouco se sabia, praticamente não tinha óbito no Brasil, eu declarei emergência, e os governadores e prefeitos ignoraram, e fizeram Carnaval no Brasil. As consequências vieram: chegamos a 600 mil óbitos. E alguns tentaram imputar a mim essa responsabilidade. Eu não tenho culpa disso. Não estou me esquivando e nem apontando outras pessoas. É uma realidade”, bradou.
O Carnaval vem sendo centro de polêmica no noticiário baiano nas últimas semanas. Bruno Reis vem defendendo a realização do evento, e indicou que a Prefeitura já vem organizando os detalhes para realizá-lo. Uma comissão da Câmara de Vereadores sugeriu que o prefeito e o governador anunciassem até o dia 15 se haverá ou não a festa. A sugestão não foi bem recebida por Rui, que retrucou e disse que “não aceitaria ultimado de ninguém”.
Enquanto isto, artistas e entidades carnavalescas vêm pressionando para que haja o Carnaval no próximo ano. Membros do Conselho Municipal do Carnaval (Comcar) e da Associação dos Profissionais de Evento (Ape) realizaram uma manifestação no último domingo (21/11) no Farol da Barra. Nas redes sociais, cantores como Léo Santana e Igor Kannário também defendem a realização da folia momesca.
Apesar dos defensores, há artistas que preferem ponderar a situação. O cantor Gilberto Gil não vai organizar o Expresso 2222 no próximo ano. O camarote é um dos mais tradicionais do Circuito Barra/Ondina. A informação foi divulgada na última quarta-feira (24/11) pela a esposa dele, Flora Gil.
“A pandemia ainda não acabou. A aglomeração é um multiplicador do vírus e o Carnaval é uma aglomeração extraordinária. Tenho receio de produzir uma festa tão grande com duração de uma semana, como o Camarote Expresso 2222, e cooperar com a permanência, e até uma expansão, da pandemia. Tenho muito respeito pela minha vida e a vida alheia”, disse, em entrevista ao Correio.
Com a resistência de Rui Costa, Bruno Reis chegou a mudar o discurso e admitir que a festa pode ser adiada e organizada para outro mês que não fevereiro.
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