MP aciona CLN por descumprir isenção de pedágio na Estrada do Coco

Ministério Público da Bahia pede restabelecimento da isenção de pedágio na Estrada do Coco prevista em TAC de 2001

Por Ananda Costa.

O Ministério Público do Estado da Bahia (MPBA) acionou na Justiça a Concessionária Litoral Norte (CLN), responsável pela administração da Rodovia BA-099, por descumprir um acordo que garantia a isenção de pedágio na Estrada do Coco para veículos com destino ao Parque Ecológico Infantil Pequeno Mundo Verde, localizado em Vila de Abrantes, Camaçari. 

 MP questiona  isenção de pedágio na Estrada do Coco. Foto: Google Street View

Segundo o MPBA, o benefício estava previsto em um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado em 2001. Na ação, ajuizada no dia 10 de outubro, o promotor de Justiça Luciano Pitta solicita que a Justiça determine o restabelecimento imediato da isenção tarifária conforme o TAC original, além da atualização da multa por descumprimento e da adoção de medidas coercitivas, como bloqueio de valores ou penhora de bens, para garantir o cumprimento das obrigações pactuadas.

O acordo foi firmado entre o MPBA, a CLN e o Parque Ecológico como compensação por impactos ambientais provocados pelas obras de ampliação da rodovia, prevendo ações de recomposição e incentivo à educação ambiental. 

Segundo o Ministério Público, a concessionária, atualmente sob gestão do Grupo Monte Rodovias, deixou de cumprir o acordo em 2024, alegando que o parque teria alterado sua finalidade ambiental para um empreendimento imobiliário.

A Promotoria, no entanto, afirma que não há provas que sustentem essa justificativa e que o parque continua desenvolvendo atividades educativas e ambientais, como visitas escolares, feiras orgânicas e ações de preservação da fauna.

O promotor Luciano Pitta também argumenta que a CLN criou exigências administrativas não previstas no TAC, restringindo indevidamente o acesso à isenção de pedágio na Estrada do Coco e violando princípios de boa-fé contratual. 

Além disso, sustenta que a concessionária alterou unilateralmente as condições do acordo sem autorização da Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transportes e Comunicações da Bahia (Agerba).

Pedágio na Estrada do Coco

 Foto: Divulgação/CLN

Em dezembro de 2024, o pedágio da BA 099, na Estrada do Coco, teve  reajuste nas tarifas, de acordo com informações da Concessionária Litoral Norte, responsável pela rodovia. O acréscimo será de 4,23%, segundo a Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transportes e Comunicações da Bahia (Agerba).

Para a categoria “automóvel, caminhonete, furgão”, durante a semana, houve um aumento de R$ 0,30 e de R$ 0,50 aos finais de semana. Para “Motocicletas, motoneta e bicicleta a motor”, os acréscimos foram de R$ 0,20 e R$ 0,30, respectivamente. Veja a tabela:

De acordo com a Agerba, o reajuste segue as diretrizes do contrato de concessão firmado entre o governo estadual e a concessionária.

Questionamentos anteriores 

A CLN já havia sido alvo de questionamentos anteriores sobre suas tarifas. Em 2020, o Aratu On publicou uma reportagem explicando que a concessionária possui o pedágio mais caro entre as que operam na Bahia. 

Motoristas e passageiros que trafegam pela BA-099, conhecida como Estrada do Coco, conviviam desde o ano 2000 com o pedágio administrado pela Concessionária Litoral Norte (CLN). Considerado o mais caro da Bahia, o pedágio tem uma particularidade em relação aos demais: a cobrança de valores mais altos aos sábados, domingos e feriados.

Segundo a Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transportes e Comunicações da Bahia (Agerba), o chamado “subsídio cruzado” está previsto no contrato de concessão firmado com a empresa e é adotado em diversas rodovias do país.

A Agerba explica que a diferença nas tarifas tem justificativa financeira. A arrecadação feita nos fins de semana e feriados — períodos de maior movimento por se tratar de uma região turística — subsidia os custos operacionais dos dias úteis. Sem essa compensação, segundo o órgão, as tarifas cobradas durante a semana seriam mais altas.

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