Adultização infantil nas redes: especialista lista riscos e impactos

Especialista alerta para riscos emocionais e sociais da exposição precoce ao ambiente digital e da adultização

Por Lucas Pereira.

O vídeo do youtuber Felca, que já ultrapassou 48 milhões de visualizações, reacendeu um debate urgente: a adultização e a exposição de crianças e adolescentes nas redes sociais. O conteúdo denuncia práticas de exploração infantil online e reforça a preocupação do impacto da cultura digital no desenvolvimento emocional e psicológico de jovens.

Foto: Pexels
 
De acordo com o psicólogo e professor do curso de Psicologia da Estácio, Ítalo Silva, a questão vai além do consumo de conteúdos inapropriados e pode causar riscos para o desenvolvimento das crianças e jovens. 

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“Estamos diante de uma geração que cresce imersa em telas e redes. A cultura digital traz oportunidades, mas também riscos, como a erotização precoce e a pressão por se encaixar em padrões de comportamento adulto. Isso pode afetar diretamente a saúde mental de crianças e adolescentes, gerando ansiedade, baixa autoestima e dificuldades nas relações sociais”, explica.

Imersão e exposição nas redes

Segundo o especialista, a exposição precoce a conteúdos sexualizados impacta o desenvolvimento emocional e pode naturalizar comportamentos para os quais crianças e adolescentes não estão preparados. 

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Outro ponto de atenção é quando a produção de conteúdos deixa de ser lúdica e passa a atender a uma lógica de engajamento e validação social, alterando o brincar para uma nova fonte de estresse.
 
“É fundamental que pais e responsáveis observem sinais de alerta, como mudanças bruscas de comportamento, isolamento, perda de interesse em atividades presenciais e aumento da ansiedade. Esses podem ser indícios de que o uso das redes está ultrapassando o limite saudável”, complementa Ítalo.

O especialista também reforça a importância de um uso consciente e equilibrado da internet. Ele orienta que crianças e adolescentes tenham tempo controlado de exposição às telas e que o acesso seja sempre acompanhado de diálogo. “As redes sociais podem ser parte da vida, mas não podem substituir a convivência familiar, a escola e as brincadeiras presenciais. O equilíbrio é o que garante saúde mental”, afirma.

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A temática conecta um debate nacional a uma realidade muito atual: o papel da cultura digital na construção da identidade e na saúde mental de crianças e adolescentes. Para os pais, o desafio é ainda maior: conversar sobre sexualidade de forma adequada à idade, supervisionar o uso das redes e, acima de tudo, ser presença ativa na vida dos filhos.

Foto: Divulgação

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