Trabalhadores são regatados de colheita de café em situação semelhante à escravidão na Bahia
As vítimas também não tinham lugar para fazer as refeições durante o turno de trabalho, e eram obrigados a comer ao relento, expostos a sol e chuva
Vinte e cinco trabalhadores, entre homens e mulheres, foram regatados de uma colheita de café em trabalho análogo à escravidão no município de Encruzilhada, na região sudoeste da Bahia. Segundo a apuração do QVP, programa da TV Aratu, os trabalhadores não tinham acesso a banheiro e precisavam fazer as necessidades no mato. Além disso, imagens mostram que o alojamento em que eles moravam era escuro, sujo e insalubre.
Liane Durão, auditora fiscal do trabalho e coordenadora de combate ao trabalho análogo ao de escravo na Bahia, contou como foi o resgate das vítimas: "Nós verificamos condições degradantes de trabalho, alojamento sem condições mínimas de higiene e segurança, com utilização de fogareiros dentro desses alojamentos, dentro desses locais pequenos em que o trabalhadores estavam alojados".
Além disso, como ressaltou Liane, os fiscais constataram que os empregados estavam trabalhando na completa informalidade. "Eles estavam trabalhando na total informalidade, sem a garantia de nenhum direito trabalhista, inclusive com atraso de salário. Há trabalhadores que chegaram a trabalhar 30, 40 dias, sem receber nenhum valor, e, por isso, tendo que fazer compras em mercadinhos que tinham um convênio para que fossem realizadas essas compras a prazo e, por isso, com valores superiores aos de outros mercados".
As vítimas também não tinham lugar para fazer as refeições durante o turno de trabalho, e eram obrigadas a comer ao relento, expostos ao sol e à chuva. "Esse é um crime que vem se repetindo, não é de hoje, já vem de muitos anos. Apesar de termos uma política de combate, os empregadores vêm submetendo o trabalhadores ao trabalho análogo à escravidão", informou a auditora fiscal.
Após o resgate, os trabalhadores foram abrigados por órgãos do município.
Confira a reportagem completa do QVP:
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