Desaparecido há 17 dias: família do músico "Renatinho", vítima de "tribunal do crime", planeja novos protestos para pressionar SSP e mãe desabafa
O jovem, que morava em Portão, estava trabalhando na região do "Mutirão". Após um show, no dia 23 de novembro, ele foi chamado por traficantes.
Paula Santos, mãe do músico percussionista Renato Santos Evangelista Sobrinho, ainda convive com o drama de não poder enterrar o corpo do filho, desaparecido há 17 dias. Nesta terça-feira (7/12), ela voltou a conversar com o Grupo Aratu e detalhou como tem passado as últimas semanas. Para ela, o sumiço dos autores do crime aumenta a revolta.
"Já são 17 dias, nem corpo nem esses miseráveis apareceram ainda. Se fosse conhecido do governador já tinham achado. Como é de uma área popular, não encontraram esses bichos ainda. Aonde está a polícia e o governador para ver esses coisas?", questionou, durante o programa Cidade Aratu. "
Além da mãe, outros familiares de Renatinho e amigos buscam as respostas para as perguntas que ainda estão sobre o caso. Eles, inclusive, pranejam novas manifestações para pressionar a Secretaria da Segurança Pública (SSP).
"Fui a última vez na delegacia na semana passada, que a delegada me pediu. Sei que não pegaram nenhum bicho. Muito estranho isso aí. Quero achar o corpo do meu irmão para dar um enterro digno. Tem sido uma luta, eu sustento todos aqui. Minha mãe todos os dias chora e se desespera. Já sabe quem foi, já tem vídeo, mostra logo onde está o corpo", desabafou a irmã, Kelly Santos.
DESAPARECIMENTO
O jovem, que morava em Portão - bairro controlado por uma facção criminosa diferente do grupo que atua em Vila de Abrantes, em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador -, estava trabalhando na região do "Mutirão". Após um show, no dia 23 de novembro, ele foi chamado por traficantes.
"Peão", "Bira" e "Bical" são os três homens identificados pela Polícia Civil como autores da morte do músico. No último dia 29 de novembro, reportagem do Aratu On mostrou que os bandidos filmaram a execução da vítima. Ubiraci dos Santos, o "Bira" e o comparsa dele, "Peão", aparecem na imagem.
O bandido que filma o assassinato, a mando do líder do Bonde do Maluco na região, ainda não foi identificado pela polícia. Ainda de acordo com policiais da 26ª Delegacia Territorial, o chefe da facção que comanda a região conhecida como "Mutirão" é "Bical", que atende ordens de Fábio Souza dos Santos, o "Geleia", preso em 2018 no Paraguai.
A imagem da execução, fria e com pelo menos nove tiros, abalou a família de Renato. "Muito forte, muita dor. Queria que o governador colocasse mais policiais para pegar esses 'caras'. Não tem como acontecer isso. Em um bairro que só tem 2 mil casas. Tem Polícia Militar, Civil, tem tudo, e não pega esses elementos", disse um dos tios da vítima.
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