Interior

Cinco pessoas são denunciadas pelo MPBA por morte de cacique no sul da Bahia

No dia 21 de dezembro de 2023, o cacique se deslocava para a Aldeia indígena Caramuru, quando foi interceptado por dois criminosos e assassinado pelas costas, com 15 tiros

Por Lucas Pereira

Cinco pessoas são denunciadas pelo MPBA por morte de cacique no sul da BahiaCréditos da foto: Redes Sociais

Cinco pessoas foram denunciadas à Justiça por envolvimento no homicídio do cacique Lucas Santos de Oliveira, morto em dezembro de 2023, no município de Pau Brasil, no Sul da Bahia. Três deles estão presas e duas seguem foragidas.


De acordo com a denúncia do Ministério Público, Amatiry Fernandes Santos e Emerson Farias Fernandes são procurados, enquanto Michael Cardoso de Oliveira, Sandoval Barros dos Santos e Fábio Santos Possidônio, estão presos. Eles planejaram e executaram o líder indígena por desavenças.


No dia 21 de dezembro de 2023, quando Lucas Oliveira se deslocava da cidade para a Aldeia indígena Caramuru, ele foi interceptado por dois criminosos em uma estrada e assassinado pelas costas, com 15 tiros.


As investigações apontam que o homicídio foi planejado e executado pelo grupo que, em sua maioria, integra uma facção criminosa envolvida com o tráfico de drogas na região. O crime teria sido ordenado de dentro do Presídio de Itabuna por Fábio Possidônio e cometido em represália ao cacique, que teria colaborado com a Polícia denunciando o crime organizado e o narcotráfico na região do Território Caramuru Catarina Paraguaçu.


Além disso, uma disputa pelo cargo de diretor do Colégio Estadual Gerson de Souza Melo Pataxó contribuiu para que Lucas de Oliveira fosse considerado um desafeto dos traficantes. A vítima havia sido contrária ao resultado da eleição para direção da unidade escolar, em razão de supostas irregularidades no processo quanto às tradições indígenas, o que provocou, por vingança, ter sido apontado como o delator do tráfico à Polícia.


A denúncia foi recebida pela Vara Criminal de Camacã, no último dia 17. O caso foi investigado pela Coordenação de Conflitos Fundiários (CCF), da Polícia Civil.


Lucas era cacique do Povo Pataxó Hã Hã Hãe e lutava pela defesa dos direitos indígenas. Ele também era líder comunitário, exercia as funções de cacique, era coordenador Regional do Movimento Unido dos Povos e Organizações Indígenas do Estado da Bahia (Mupoiba), conselheiro Estadual de Direitos do Povos Indígenas da Bahia (Copiba), presidente do Diretório Municipal do Partido Rede Sustentabilidade, agente comunitário de saúde indígena, mobilizador de esporte e defensor da educação escolar indígena.


LEIA MAIS: Oito pessoas investigadas pela morte de líder indígena são presas no Sul da Bahia


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