Suposta biomédica é denunciada por problemas em procedimentos estéticos
A suposta biomédica Michele Correia foi denunciada por pacientes que tiveram complicações em procedimentos estéticos
Por Da Redação.
Mulheres que se submeteram a procedimentos estéticos relataram complicações graves e denunciaram uma mulher identificada como Michele Correia, que se apresentava como biomédica especializada na área. Os relatos foram reunidos em reportagem de Heyder Mustafá, da TV Aratu.
Uma das vítimas é a dentista Laine Lahana Conceição, que contou ter recorrido ao procedimento por indicação de uma amiga e pelas avaliações positivas de clientes. A promessa era de aplicação de PMMA (polimetilmetacrilato), um preenchedor utilizado em procedimentos estéticos, como correção de rugas e aumento de volume em determinadas regiões do corpo.
“O que eu não sabia era que seria enxertado silicone industrial. No mesmo dia, algumas horas depois de fazer o procedimento, já comecei a ter complicação, febre alta, dor... Fui para a emergência e só fui piorando. No segundo dia tive uma piora, fiquei internada...”, relatou Laine.
A paciente afirmou ter passado por três cirurgias e ainda enfrenta consequências. “É uma pessoa que já lesionou várias mulheres. Tem várias vítimas, inclusive outra colega de profissão, que teve lesões parecidas com as minhas. Hoje eu tenho meu glúteo totalmente deformado por conta dessas lesões.”
Outra vítima, que preferiu não ser identificada, disse ter pesquisado as credenciais da suposta profissional apenas após o procedimento. “Precisei remover esse material com o único especialista aqui do Brasil, no Rio de Janeiro. Fiquei 20 dias lá com meu marido. Tivemos o custo da passagem, da hospedagem, da cirurgia, alimentação, transporte, tudo, em outra cidade, para poder remover esse produto”, afirmou.
O presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica na Bahia (SBCP-BA), Victor Felzemburgh, alertou sobre os riscos do uso do PMMA em procedimentos de aumento de volume. “A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica tem um entendimento muito claro do risco do PMMA para 'volumização'. Inclusive, pediu ao Conselho Federal de Medicina, junto à Anvisa, a proibição do uso dessa medicação”, afirmou.
Felzemburgh também destacou a importância de verificar a formação do profissional. “Você deve procurar se é realmente um cirurgião plástico, se tem formação adequada. Isso envolve mais de 12 anos de provas, treinamentos e certificações para validar a capacidade desse profissional”, completou.
A reportagem tentou contato com Michele Correia, mas ela preferiu não se pronunciar. Segundo as vítimas, ela continua oferecendo os serviços em novos endereços. “Trata-se de uma pessoa criminosa, que participa desse esquema há muito tempo e nunca foi pega”, afirmou a entrevistada que optou pelo anonimato.
As vítimas registraram boletins de ocorrência em delegacias. Confira abaixo:
A Polícia Civil confirmou que Michele Correia foi ouvida e liberada. As investigações seguem em andamento.
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