Sesab diz que terceirizada é responsável por ar-condicionado do HGE
No dia 13 de fevereiro, uma nova empresa, a Global, assumiu o serviço de manutenção do hospital e adiantou R$ 800,00 para os funcionários
Por Da Redação.
A Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab) confirmou, ao Aratu On, que não tem ingerência sobre a antiga empresa de manutenção responsável por gerir o sistema de ar-condicionado do Hospital Geral do Estado (HGE), em Salvador. "A empresa que é responsável pelo cumprimento dos direitos trabalhistas com os profissionais", informou a secretaria em nota.
À TV Aratu, ex-funcionários da W. Almeida informaram que, após a empresa rescindir o contrato com a unidade de saúde, os trabalhadores ficaram sem o pagamento de um mês e 12 dias de salário, além de férias, FGTS e outros direitos trabalhistas.
Diante das irregularidades trabalhistas, a Procuradoria-Geral do Estado (PGE) analisa um processo para viabilizar o pagamento dos funcionários diretamente. Além disso, um novo processo está sendo elaborado pela comissão processante. A expectativa é que, nesta segunda-feira (24), o sindicato da categoria seja acionado para homologar os valores devidos.
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Diante das irregularidades trabalhistas, a Procuradoria-Geral do Estado (PGE) analisa um processo para viabilizar o pagamento dos funcionários diretamente. | Foto: Divulgação
No dia 13 de fevereiro, uma nova empresa, a Global, assumiu o serviço de manutenção do hospital e adiantou R$ 800,00 para os funcionários, com o objetivo de amenizar os impactos da gestão anterior.
Morte de paciente
A empresa ganhou notoriedade recentemente após uma falha no sistema de ar-condicionado do hospital, que resultou em reclamações de pacientes e acompanhantes, que relataram "condições insalubres" na UTI da unidade. Um dos casos que mais chamou a atenção foi o de Marcelo Carvalho de Matos, de 62 anos, que morreu no dia 2 de fevereiro.
À TV Aratu, familiares apontaram que o calor intenso pode ter contribuído para a piora do quadro de saúde do idoso, que já havia recebido alta da UTI e aguardava transferência para um leito semi-intensivo.
Em entrevista ao repórter Ramon Lisbôa, o filho de Marcelo disse que o pai, que fazia hemodiálise, chegou a ter duas infecções no período em que passou na UTI. Ele, porém, já estava recuperado, já tinha recebido alta da UTI e aguardava por uma vaga em um leito semi-intensivo.
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Um dos casos que mais chamou a atenção foi o de Marcelo Carvalho de Matos, de 62 anos, que morreu no dia 2 de fevereiro. | Foto: Alô Juca
"De sexta para cá, ele teve uma piora súbita. Coincidiu, justamente, quando o ar parou de funcionar. Foi uma situação horrível, muito quente, nem os funcionários estavam conseguindo ficar lá. Meu pai estava molhado de suor. Fui visitar o meu pai e não aguentei ficar 10 minutos lá dentro. [...] Ele estava com uma temperatura de mais de 37º. Estava parecendo um forno. Pode não ter sido um fator determinante [para o óbito], mas, com certeza, contribuiu", relatou.
Marcelo morreu em decorrência de um choque séptico, complicação grave da sepse, que é uma infecção generalizada que pode afetar diversos órgãos. Até o momento, não há informações oficiais que confirmem que o paciente morreu por conta do calor.
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