Queima de Judas: costume de origem medieval adotou sentido moderno
Tradição da Semana Santa, a Queima do Judas mistura religião, política e sátira popular em diversas regiões do Brasil
Por Lucas Pereira.
Das tradições que envolvem a Semana Santa, para além da crucificação de Cristo, na Sexta-Feira Santa, e a sua ressurreição, ocorrida no Domingo de Páscoa, um costume adotado no sábado chama atenção: a Queima do Judas. Também conhecida como “Malhação do Judas”, a tradição tem origem medieval e adotou novos sentidos no período moderno.
Confira detalhes sobre a história por trás da Queima do Judas:
Raízes históricas e religiosas
O ato de queimar o Judas remonta ao período do próprio Cristo, uma vez que reproduz a morte do apóstolo Judas Iscariotes, apontado pela tradição católica como àquele que traiu Jesus em troca de 30 moedas de ouro, na Sexta-Feira da Paixão, e se enforcou na madrugada do Sábado de Aleluia, após arrepender-se.
Com a Paixão de Cristo sendo retratada desde à Idade Média, a morte de Judas era o momento em que fiéis ridicularizam e hostilizavam o traidor de Jesus, especialmente durante sua morte trágica. Com o passar dos séculos, a “Malhação de Judas” foi perdendo o caráter religioso e agregando elementos satíricos, políticos e festivos.

Queima do Judas
A tradição consiste em se fazer um boneco de pano ou com outro material, envolto por roupas velhas, pendurado pelo pescoço em postes ou galhos de árvores. A partir daí, o Judas é agredido por populares, especialmente crianças e adolescentes, antes que seja queimado.
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Aqui no Brasil, especialmente no Nordeste, o costume, trazido pelos portugueses, virou rito popular e ganhou novos contornos e é comum ver o boneco Judas com rostos de personalidades políticas, como os presidentes Lula e Bolsonaro.
Em cidades menores do Brasil, a Queima do Judas assume um tom mais religioso, com a leitura de passagens da Bíblia e sem o caráter popularesco.
Confira algumas imagens sobre a Malhação do Judas:
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