'Não sou criminoso', diz professor da Ufba acusado de assédio; alunos da instituição pedem exoneração do docente
Docente é acusado pelos alunos da instituição federal por cometer assédio moral e sexual, homofobia e racismo
Por Da Redação.
Estudantes da Universidade Federal da Bahia (Ufba) realizaram na manhã desta quinta-feira (18/4), um protesto em uma sala de aula no campus de Ondina, em Salvador, contra o professor da escola de Teatro Paulo Lauro Nascimento Dourado, acusado por casos de assédio moral e sexual durante as aulas remotas na pandemia de Covid-19, entre 2020 e 2022. Ele também é acusado por homofobia e racismo contra alunos.
Em entrevista exclusiva ao Aratu On, Paulo Dourado negou todas as acusações e afirmou que não teme uma eventual exoneração do cargo, que ocupa há 44 anos. "Eu não cometi crime nenhum". A retirada do professor da Ufba é uma solicitação dos estudantes que consta, inclusive, em processo registrado na universidade.
Por meio de duas entidades lideradas por alunos, o Diretório de Teatro e o Movimento Correnteza, os estudantes organizaram a intervenção desta quinta-feira após denúncias recorrentes contra o professor. Durante o ato, cerca de 50 alunos interromperam a aula de Paulo com cartazes com dizeres como "Expulsão de todos os agressores e assediadores" e "assediador não pode ser professor".
Nos vídeos divulgados por estudantes da Ufba, é possível ver o momento em que Dourado é surpreendido pelo protesto:
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O Aratu On conversou com uma das organizadoras da manifestação, a estudante Louise Ferreira, do terceiro semestre do curso de Licenciatura de Teatro da universidade. A aluna afirma que os estudantes do corpo de Artes e Teatro da Ufba colecionam queixas há décadas em relação ao professor.
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Reprodução/ Louise Ferreira[/caption]
Segundo Louise, na tarde desta quinta-feira (18/4), foi realizada uma comissão na Reitoria da Universidade, no Canela, para solicitar a continuidade do processo que envolve Paulo Dourado, que está arquivado no momento. Segundo os estudantes, o abuso do professor se acentuou durante a pandemia e, por isso, o foco do processo serão os supostos assédios cometidos neste período.
Por conta da disseminação de Covid-19, a Ufba adotou a prática de aulas remotas entre 2020 e 2022. Nessas videochamadas, apontam os alunos, Paulo costumeiramente fazia comentários racistas, homofóbicos e misóginos. O Aratu On teve acesso ao processo que corre na Ufba e, de acordo com o documento, em um dos casos, ele proferiu um comentário com conotação sexual a uma aluna que acompanhava uma aula remota, enquanto cuidava do filho.
O professor teria dito que ela deveria ser filmada para ser reproduzida depois, após ver a mulher se levantar para fechar a janela do cômodo onde se encontrava, o que fazia ela aparecer de corpo inteiro. Em outra situação, Paulo teria dito que homens negros são violentos. O relatório do processo ainda traz testemunhos de alunos que teriam sofrido desrespeito e homofobia, mas sem detalhar as acusações.
O QUE O PROFESSOR DIZ
Ouvido pelo Aratu On, Paulo Dourado confirmou a existência do processo, mas alegou que as acusações "são ingênuas e sem fundamento". No que diz respeito ao caso da aluna que o acusa de assédio sexual, Paulo diz que o processo não tem fundamento legal ou jurídico e defende a extinção do relatório. O professor diz que não assediou a aluna. "Principalmente em um formato virtual, em que não se vê a imagem do aluno", alegou.
Ao decorrer do processo, Paulo assinou um termo de conduta, com duração de seis meses, em que promete seguir os princípios de cordialidade na instituição, impedindo a continuidade da situação de ilegalidade. O termo visa reparar o dano ao direito coletivo e evitar a ação judicial.
Paulo afirmou que é contra quaisquer atitudes que se assemelhem às acusações feitas: "Sou inteiramente contra, professor assediador tem que ser colocado para fora. Não é porque um ou dois alunos dizem que eu sou assediador, que eu realmente seja um. Eu tenho 40 anos de universidade".
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