Bicampeão brasileiro de xadrez Pinto Paiva morre aos 86 anos em Salvador
Na adolescência, ele descobriu um talento natural para o jogo de damas, que dizia jogar melhor do que o xadrez
Morreu na noite desta segunda-feira (2), em Salvador, o advogado e enxadrista José Pinto de Paiva, ou simplesmente Pinto Paiva, como era conhecido no mundo do xadrez.
Aos 86 anos, ele estava internado no Hospital Aliança para tratar uma infecção pulmonar. Paiva foi bicampeão brasileiro de xadrez e era procurador do município de Salvador aposentado, além de ter atuado como advogado. O velório acontece na capela G do Cemitério Jardim da Saudade, onde o corpo será cremado às 16h30.
Era viúvo de Ana Maria Alves Paiva, com quem foi casado por mais de 50 anos. Deixa três filhos - o jornalista Rogério Paiva, o engenhiro Glauco Paiva e a advogada Mariana Paiva Neves -, além de sete netos e uma bisneta. Nascido em Salvador no ano de 1938, passou a infância e a juventude nos bairros do Barbalho e do Santo Antônio Além do Carmo.
Desde cedo, ele se interessou por política e participou de movimentos de esquerda. Na adolescência, descobriu um talento natural para o jogo de damas, que dizia jogar melhor do que o xadrez, que só aprendeu aos 16 anos. Rapidamente se destacou e iniciou uma carreira vitoriosa no tabuleiro. Chegou a disputar olimpíadas e torneios na Europa representando o Brasil.
Pinto Paiva foi um dos maiores enxadristas brasileiros nos anos 60 e 70, tendo sido campeão brasileiro por duas vezes (66 e 71), vice-campeão em 67 e 69 e terceiro colocado em 65.
Também foi campeão baiano por 16 anos consecutivos e um dos fundadores da Academia Bahiana de Xadrez, em 1960. Era também um especialista em xadrez rápido, em que cada jogador tem cinco minutos para pensar todas as jogadas da partida. Nessa modalidade se notabilizou no Clube Baiano de Xadrez por jogar com tempo total de um minuto contra cinco de seus adversários.
Paiva também foi militante do antigo Partido Cominista Brasileiro entre o fim dos anos 50 e anos 60. Nunca abandonou suas convicções marxistas e seguiu contribuindo com os partidos e movimentos de esquerda. Na vida profissional, exerceu a função de procurador do município de Salvador e depois de advogado, com forte atuação na área trabalhista.
Filho do médico cearense Flavio Paiva e da dona de casa Zulmira Paiva, era o terceiro de quatro irmãos - Mirtes (in memorian), Leda e Rubens (in memorian).
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