Mãe de Emanuel e Emanuelle diz que desistiu de ir à Justiça para reverter decisão que absolveu Kátia Vargas; "as coisas estão no olhar divino"
Entrevistada nesta terça-feira (12/7) pelo Aratu On - um dia após reportagem exclusiva que mostrou mais uma derrota do Ministério Público da Bahia contra a médica Kátia Vargas Leal Pereira -, Marinúbia se emocionou.
Mãe de Emanuel e Emanuelle, Marinúbia Gomes Barbosa diz não acreditar mais na Justiça no caso que culminou na morte dos seus dois filhos. Entrevistada nesta terça-feira (12/7) pelo Aratu On - um dia após reportagem exclusiva que mostrou mais uma derrota do Ministério Público da Bahia contra a médica Kátia Vargas Leal Pereira -, Marinúbia se emocionou.
"Não tenho mais o que comentar. Se foi permitida a inocência de Kátia Vargas e foi para o tribunal superior, na minha visão, foi uma decisão de Deus. Não tenho o que contestar. As coisas estão no olhar divino, agora", comentou. Marinúbia Gomes ainda deu uma declaração surpreendente: por não acreditar em uma reviravolta, não vai mais aos tribunais reivindicar o caso.
De acordo com levantamento feito pela reportagem, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou, por três vezes e com diferentes ministros, o recurso do MP que pedia a anulação do júri que absolveu a médica.
Em fevereiro de 2022, o STJ decidiu de forma contrária ao MP. Os ministros da Quinta Turma negaram o "provimento ao agravo regimental". O pedido do anulamento foi levado ao presidente da Corte, Humberto Martins. Mais uma vez o recurso do MP foi rejeitado. A solicitação foi, por fim, para os ministros da Terceira Seção, que votaram a favor do presidente da Corte.
"A Justiça foi feita para Kátia Vargas. Até hoje, pessoas me param no metrô, mesmo eu estando de óculos e máscara, e me dizem: 'mãe, isso não vai ficar assim'", ressaltou. Mas ela não vê assim: "O trabalho que foi feito no Tribunal de Justiça da Bahia foi uma falta de respeito, fazendo todo cidadão baiano de palhaço", contou.
O caso aconteceu no dia 11 de outubro de 2013, na Avenida Oceânica, bairro de Ondina, em Salvador. Emanuel pilotava uma motocicleta, com a irmã na garupa, quando o veículo foi atingido por um carro de luxo dirigido pela médica, que é oftalmologista. Os dois irmãos morreram na hora, no momento em que a moto bateu contra um poste.
"Nunca tive ódio de Kátia Vargas. Acho que ela fez aquilo não porque ela quis, mas ela fez [...] Kátia Vargas cometeu um erro de trânsito. Não desejo mal a ela, nem aos filhos dela. Eu tenho mais tristeza como as coisas foram conduzidas [pela Justiça]. São quase nove anos e que ela se perdoe por isso", completou Marinúbia, ao comentar as negativas do STJ.
JUSTIÇA
A última tentativa de Marinúbia nos tribunais foi em outubro de 2019, quando a absolvição foi mantida por desembargadores do TJ da Bahia, em decisão pelo placar de 10 x 4.
A médica ficou presa entre outubro e dezembro de 2013. Em 2017, um laudo pericial emitido pelo Departamento de Polícia Técnica constatou que Kátia havia perseguido os irmãos em alta velocidade, projetando os corpos dos dois contra o poste. A defesa dela negou, dizendo que não foi intencional. Em dezembro, começou o júri popular.
No dia 6 de dezembro, sete jurados entenderam que a médica era inocente, o que gerou revolta da família dos irmãos e do Ministério Público. Em agosto do ano seguinte, a Segunda Turma da Câmara Criminal do TJ-BA decidiu anular a decisão do júri popular. A defesa de Kátia Vargas recorreu e venceu, justamente em outubro de 2019.
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