Jornalista e pesquisador baiano é nomeado secretário do Ministério da Igualdade Racial
Ele sucede Iêda Leal, que assumiu a função por um ano e meio
O jornalista e pesquisador baiano Yuri Silva, 29, foi nomeado como novo Secretário de Gestão do Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial (SENAPIR), no Ministério da Igualdade Racial (MIR). A nomeação foi publicada no Diário Oficial da União (DOU).
"Hoje inicio um novo ciclo político e profissional! Uma tarefa desafiadora, mas que me deixa repleto de orgulho e ciente das grandes responsabilidades!", escreveu Silva em publicação no Instagram. Ele sucede Iêda Leal, que assumiu a função por um ano e meio.
"Minha nomeação vem regada de senso de coletividade, sabendo que cheguei aqui pelas mãos de muitos e muitas lutadoras negros e negras, e também com muita disposição de trabalhar!", acrescentou.
"Serei ainda mais soldado da defesa do fortalecimento do Sistema que as PIR merecem e um ouvido atento para os gestores municipais e estaduais e para os movimentos sociais que atuam nos mecanismos de controle e participação social nos territórios! Acima de tudo, como sempre me coloquei, um operário do povo brasileiro!", completou.
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Yuri Silva estava, até então, como diretor de Políticas de Combate e Superação do Racismo da mesma pasta, na Secretaria de Políticas de Ações Afirmativas, Combate e Superação do Racismo, na posição de onde coordenou o Plano Juventude Negra Viva.
Quando assumiu o primeiro cargo, Silva disse ao Aratu On - site no qual já colaborou como colunista - que a transversalidade da pauta de combate ao racismo para os demais órgãos do governo é uma prioridade do seu trabalho.
“É uma oportunidade de contribuir com o Estado brasileiro, a partir do que aprendeu no movimento social negro do país, que é vetor de muitas lutas desde a década de 1970. A transversalidade da pauta de combate ao racismo para dentro dos demais órgãos do governo, a fim de observar sempre a igualdade racial nas ações que forem implementaras, é uma prioridade nossa”, declarou.
“Também cuidaremos das políticas para juventude negra e da pauta de diálogos internacionais antirracistas, pois preservar a vida da nossa juventude e promover direiros para esse público vulnerável também é uma pauta importante e que o governo já aponta como uma questão central desde a eleição”, concluiu o diretor.
SOBRE YURI SILVA
Nascido em Salvador, Silva é ativista antirracista, LGBTQIA+ e das pautas dos Direitos Humanos. Mestrando em Gestão e Políticas Públicas na Fundação Getúlio Vargas – FGV (Escola de Administração – EAESP), pesquisa o orçamento das políticas públicas de igualdade racial e a transversalidade da pauta de combate ao racismo na gestão pública.
Como coordenador de Direitos Humanos do Instituto para Reforma das Relações entre Estado e Empresa (IREE), tinha a missão de debater a interação entre o setor público e privado, além de temas como ESG, diversidade e inclusão (D&I), Direitos Humanos e Empresas no âmbito do debate nacional e internacional e responsabilidade social corporativa.
Ele é membro do Operativo Nacional da Convergência Negra, fórum de unidade que reúne 14 organizações nacionais e históricas do movimento negro brasileiro, como UNEGRO, CONEN, CEN, MNU, APNs, Quilombação, UNALGBT, Raiz da Liberdade, Circulo Palmarino, MNU, Afro-Origem e ABPN.
Em março de 2022, como coordenador do Coletivo de Entidades Negras (CEN), Yuri denunciou a ação da Rondesp que resultou nas mortes de três jovens negros na região da Gamboa, em Salvador, à Organização dos Estados Americanos, nos Estados Unidos.
Yuri já coordenou e atuou na equipe técnica de projetos e programas operados por organizações da sociedade civil financiados pelo Governo da Bahia e pelo Governo Federal, além de organizações internacionais, para promoção dos direitos da população negra, formação de jovens negros periféricos, desenvolvimento econômico de empresários negros e de comunidades tradicionais de terreiros de candomblé e de quilombos, como Terra Preta, Feira Negros Solidários, Vitrine Cultural, Alvorada dos Ojás, entre outras iniciativas de políticas públicas.
Ele também é um dos organizadores do livro ‘Ìtọjú – Análises dos mecanismos de preservação da memória e do patrimônio imaterial do Candomblé na Bahia’, onde são analisados os mecanismos de políticas públicas para lidar com os patrimônios negros, entre outros capítulos, artigos e colaborações para publicações.
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