HERÓIS RESISTÊNCIA: ?Circuito Underground? sobrevive em meio ao pagodão, na periferia de Salvador

HERÓIS RESISTÊNCIA: ?Circuito Underground? sobrevive em meio ao pagodão, na periferia de Salvador

Por Andrea Chaves.

HERÓIS RESISTÊNCIA: ?Circuito Underground? sobrevive em meio ao pagodão, na periferia de SalvadorReprodução | Google

Quem foi que disse que nas favelas de Salvador só tem pagodão? Se você pensou o mesmo, está muito enganado. Isto porque existe uma galera ‘couro de rato’ – com são identificados –  que resistiu ao tempo e continua inserindo o Punk Rock dentro das comunidades, usando a voz como arma poética nos guetos e vielas.

Foi em 1985 que surgiu o circuito underground da periferia, nascido e criado nas ruas dos bairros de São Caetano, Fazenda Grande, Cabula, Mirantes de Periperi e Massaranduba. Eles se uniram para fortalecer o movimento punk rock baiano. “Na época, poucas pessoas tinham tendência ou se identificavam com este tipo de som. Acabávamos formando bandas diferentes e com integrantes comuns entres as elas”, afirmou Luciano Robô.

Inspirados pelo som do Sex Pistols, Black Flag, Dicks, Rattus, Dead Kennedys, DOA, Ramones, Clash, essa rapaziada resolveu usar a música como instrumento de protesto, começando com os nomes de cada banda: Ato 5, Revolta Suburbana, Proliferação, Via Sacra, Velorium, Revolução Proletária, Distúrbio, Frigobar, H-Drix, Os Karas da Radio, Órbita. Juntos, eles conseguem fazer do cenário alternativo um verdadeiro espaço de interatividade cultural, atraindo público e artistas independentes de Salvador.

Proibidos de Tocar

“Ficamos um bom tempo sem tocar aqui no bairro, a SUCOM fechou alguns espaços, o Bar de dona Dedé por exemplo, era um quintalzão, lá fizemos shows que marcaram nossas”, relembrou.

Mesmo com todas as dificuldades em encontrar espaço para tocar no bairro, os resistentes seguem na luta pela subsistência, “mesmo sendo da periferia, nosso som foi transferido para o centro da cidade – Pelourinho e Solar da Boa Vista – porque não temos espaços aqui no bairro. Assumimos que é um bairro residencial, mas se existe um espaço para o pagodão, evangélicos e outros, consequentemente deveria ter o mesmo espaço para o Rock”, desabafou.

As Bandas

A banda ATO 5 – o nome referencia o Ato Institucional AI-5, de repressão aos direitos civis, promulgado durante a ditadura militar brasileira (1964-1985). O grupo é formado por Neiltom (vocal), Tika (bateria) e Nael (baixo), moradores da região de São Caetano, Fazenda Grande e Capelinha, periferia de Salvador. Eles tocaram pela primeira vez no Clube de Engenharia ao lado da banda paulista ‘Cólera’. “Este mês, completamos com muita luta 29 anos de existência” relembrou.

“Apesar da precariedade de espaços, sempre apareciam alguns caras que abriam as portas para rolar um som.  Havia bandas muito bacanas também.”, desabafou Neilton.

Com som, bastante persistência, e uma postura irreverente, os membros da banda mantêm viva o o movimento Circuito underground na periferia. “Cantamos porque gostamos, não temos incentivo algum. Pelo contrário, tiramos dinheiro do bolso para custear os shows” explicou.

Banda ‘Confusão’

A banda ‘Confusão’ é uma mescla do rock and roll com a musica regional do nordeste, no palco eles atuam com performance teatral e poesia. ” usamos alguns adereços de artes plasticas com  figurinos que remetem a nossa cultura”, disse.  Composta por;  Luciano Robô (vocal), Adson Açucar e Anderson Reis (percussão), Xuxa (contra baixo), Niel e Alex Pantera (guitarra), Zuzu Nascimento (bateria).

Com sua musicalidade Punk Rock Hard Core, sempre com  mensagens de liberdade,  paz e igualdade, existe nas letras uma clara preocupação com a degradação do mundo. Com mensagens fortes, que retratam o cotidiano urbano, eles apontam o dedo para problemas como as guerras, fome, drogas, e todas as formas de opressão, que atuam de forma camuflada em nosso país.

Banda H-Drix

Formada em 2008 por: Biginga Urbano (guitarra e vocal), Gilson (baixo), Luciano (bateria),  tem como  proposta musical  a fusão de Rock and Roll com os ritmos alternativos.

 

Banda Proliferação

Eles estão na ativa desde de 1984, e tem uma proposta musical intitulada de ‘musica Nervosa’. O grupo mescla a influência do Punk Rock a outros estilos como o Reggae e o Rock dos anos 70 e 80.

Depois de 32 anos de vida e várias formações se passaram, eles iniciaram suas trajetórias através de seu mentor o Artista Plástico Eduardo Tadeu, falecido em 1992. Após um tempo inativa, a banda voltou ao cenário do Rock com suas atividades encabeçada pelo Beto (guitarrista), Henrique (baixista) e o Dielson (Baterista).

Banda Vernal

Uma banda de rock alternativo que alcançou seu espaço no cenário baiano rodando os bares, casas noturnas, palcos e eventos empresariais de Salvador. Sempre evidenciando a performance dos músicos e repertório vasto e vibrante. Com muita interatividade e vibração, o amor da banda à boa música e aos diferentes ritmos que compõem o universo Rock´n roll.  Formada por: Pedro Augusto ( Vocal e Guitarra),  Marcus Lima (Baixo) e Rafael Nogueira (Bateria).

 Banda de Rock Free?GoBar

Formada em Salvador nos meados de 2014, eles se inseriram na cena do rock – underground, contribuindo e fortalecendo cada vez mais com o movimento musical alternativo da Bahia. Em seu repertório é contido de músicas autorais e inclui alguns clássicos do Punk, Rock,Hard Core e Grunge. Sua formação atual é composta por: Diogo César (Guitarra e Voz), Igor Guillen (Guitarra e Voz), Wesley Moreno (Baixo e Voz) e Klaus ENon (Bateria).

Com uma sonoridade bem distinta do convencional das demais bandas que compõe o atual cenário do rock, eles buscam se manter vivos, fazendo com que a música propague.

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