'Gritante omissão de socorro', diz delegado sobre caso Tio Paulo; sobrinha está sendo investigada por homicídio
Érika Souza foi presa no dia 16 de abril, em flagrante, por vilipêndio de cadáver e furto mediante fraude
A Polícia Civil do Rio de Janeiro passou a investigar, na terça-feira (30/4), Érika Souza, sobrinha de Paulo Roberto Braga, o “tio Paulo”, por homicídio culposo, quando não há intenção de matar.
Segundo o parecer do delegado Fábio Luiz da Silva Souza, ao invés de Érika, percebendo que o idoso estava em situação “gritante de perigo de vida”, ir novamente ao hospital, ela se dirigiu ao shopping, onde tentou sacar, em uma agência bancária, R$ 17 mil.
Para o delegado, a atitude da mulher configura “uma gritante omissão de socorro”.
No dia seguinte a morte do idoso, questionado pela reportagem do SBT, o delegado afirmou que Paulo estava morto há pelo menos duas horas antes de ter dado entrada na agência bancária.
“Foi encontrado livor cadavérico no corpo dele. Livor cadavérico é coisa que só encontra após algumas horas de morto. Isso indica que a morte não foi naquele momento… essa alegação de que ele chegou vivo não procede por causa disso”, detalha o Fábio Luiz.
Érika Souza foi presa no dia 16 de abril, em flagrante, por vilipêndio de cadáver e furto mediante fraude.
DEFESA
A advogada Ana Carla de Souza Corrêa, representante de Érika Souza, disse à Agência Brasil que recebeu a notícia de forma “surpresa, entristecida e indignada”. Ela acrescentou que a capitulação de homicídio culposo foi aceita pelo Ministério Público e faz parte da denúncia contra Érika.
A advogada afirmou que, em momento oportuno, após parecer da juíza do caso, se manifestará e refutará a capitulação de homicídio culposo.
A defesa de Érika espera ainda por uma apreciação da Justiça em relação a um pedido de conversão da prisão convertida em domiciliar. Um dos motivos é que Érika tem uma filha de 14 anos com deficiência e precisa de cuidados da mãe. Há também um pedido de habeas corpus para que a cliente responda ao processo em liberdade.
“Não somente porque é [ré] primária, tem bons antecedentes e residência fixa, assim como, em nenhum momento, ela se tornaria risco para futura aplicação penal se respondesse ao processo em liberdade. Ou seja, ela tem todos os requisitos legais para responder ao processo liberdade”, argumenta.
“Acreditamos na expectativa de que a senhora Érika tenha o seu direito constitucional garantido”, completa.
A defesa tem argumentado também que Érika sofre de depressão e não teria percebido que o tio teria morrido no trajeto para o banco.
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) informou que a 1ª Promotoria de Justiça junto à 1ª e à 2ª Varas Criminais de Bangu analisa o caso para a “correta formação da opinio delicti (opinião a respeito de delito), oferecimento de denúncia e manifestação quanto ao pedido de liberdade, o que será feito em perfeita obediência ao prazo estabelecido em lei”.
Com informações do SBT News e da Agência Brasil
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