Executiva da Avon é demitida após submeter idosa a trabalho escravo
Executiva da Avon é demitida após submeter idosa a trabalho escravo
Uma executiva da Avon, identificada como Mariah Corazza Üstündag, de 29 anos, foi demitida após ser indiciada por manter uma idosa de 61 anos em condição análoga à escravidão em uma casa situada em Alto Pinheiros, região nobre da capital paulista. O anúncio foi feito pela própria empresa de cosméticos em suas redes sociais.
"Com grande pesar, a Avon tomou conhecimento de denúncias de violação dos direitos humanos por um de seus colaboradores. Diante dos fatos noticiados, reforçamos nosso compromisso irrestrito com a defesa dos direitos humanos, a transparência e a ética, valores que permeiam nossa história há mais de 130 anos. Informamos que a funcionária não integra mais o quadro de colaboradores da companhia. A Avon está se mobilizando para prestar o acolhimento à vítima". diz a publicação.
— Avon Brasil (@AvonBR) June 26, 2020
Mariah, que é filha da cosmetóloga Sônia Corazza, conhecida consultora na indústria de produtos de beleza, chegou a ser presa em flagrante na última quinta-feira (18/6) após a idosa ser encontrada. A trabalhadora foi achada morando sozinha em um quarto nos fundos do imóvel. O cômodo era utilizado pelos proprietários como depósito para cadeiras, estantes e caixas amontoadas. A vítima usava um sofá velho como cama e não havia banheiro disponível.
A executiva pagou uma fiança de R$ 2,1 mil e foi solta em seguida. Na quinta-feira (25/6) Mariah, o marido Dora Üstündag, de 36 anos, que também foi indiciado pela Polícia Civil, e Sônia tiveram os bens bloqueados pela Justiça do Trabalho. O valor do bloqueio é de aproximadamente R$ 1 milhão.
Segundo o Ministério Público do Trabalho (MPT), a idosa trabalhava para a família desde 1998, quando foi contratada como empregada doméstica. Por 13 anos, ela trabalhou sem registro em carteira, sem férias e sem décimo terceiro salário. Em 2011 o imóvel onde a doméstica vivia desabou e ela passou a morar de favor na casa dos contratantes, ainda sem receber salários. Já em 2017, a empregada se mudou para casa onde foi resgatada. O Ministério Público do Trabalho a Justiça determinou ainda liberação de três parcelas do seguro-desemprego para a vítima.
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