Especialista não descarta novos terremotos na Bahia, inclusive em Salvador; "são imprevisíveis"
Especialista não descarta novos terremotos na Bahia, inclusive em Salvador; "são imprevisíveis"
Os baianos ainda se recuperam do susto após terremotos vividos no Recôncavo e Vale do Jiquiriçá, entre domingo e segunda-feira (30 e 31/8).
Durante entrevista à equipe de reportagem do Aratu On, o coordenador do Laboratório Sismológico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Aderson Farias do Nascimento, contou que a região está sendo monitorada e, na próxima quinta-feira (3/9), a Defesa Civil, juntamente com o laboratório, vai instalar sensores da rede sismográfica. A novidade vai permitir "intensificar a área com mais sensores e fazer um levantamento do efeito".
Segundo dados do Instituto de Geociências (IGEO) da Universidade Federal da Bahia (UFBA), o primeiro tremor foi de 4,6 na Escala Richter. No segundo, na cidade de Amargosa, de acordo com o Laboratório Sismológico da UF do Rio Grande do Norte (LABSIS/UFRN), foi de magnitude 3,5.
O professor contou que o Recôncavo tem atividade sísmica ativa desde 1899. "Chega um momento que a pressão supera a resistência das falhas e elas são reativadas, liberando energia que chega até a superfície causando essas vibrações que as pessoas sentiram", explica o professor.
O especialista disse também que esses tremores são imprevisíveis, podendo acontecer nas próximas horas ou dias, mas, com o monitoramento, é possível ter uma ideia das áreas mais afetadas para identificar onde está o foco principal e alertar a população. "É importante sabermos qual a extensão da falha, profundidade e onde ela se encontra para planejar as ações junto com a Defesa Civil", alertou.
Questionado sobre a possibilidade de um tremor chegar à Salvador, se tratando do sentido por moradores em Amargosa, ele afirmou que a região está exposta. "Mesmo com 200 km de distância entre as cidades, houve poucos relatos na capital, mas como se trata de uma ameça geológica é possível que terremotos dessa magnitude sejam sentidos em alguns lugares".
A Defesa Civil da capital chegou a acionar o observatório da UFRN e da Universidade de Brasília. Ambas não constataram abalo de terra nos bairros. Farias contou ainda que o Nordeste é monitorado há 45 anos pelo LABSIS/UFRN e tranquilizou a população sobre uma possível evacuação. "Cada caso é um caso. Agora, vamos analisar os dados para ver o que é melhor a se fazer, mas uma evacuação não está no horizonte atual".
*Sob supervisão do editor, Jean Mendes
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