Autor de atentado em Santa Catarina sofria bullying e maltratava animais; uma criança ainda está internada em estado grave
“A partir de um rápido exame que fiz nos corpos, constatei que todas as vítimas receberam, pelo menos, cinco golpes de facão", disse um dos peritos
O jovem que entrou na Creche Aquarela Berçário e matou duas professoras e três crianças foi identificado como Fabiano Kipper Mai, de 18 anos. Ele ainda está internado em estado grave, por ter tentado suicídio, e uma bebê de menos de dois anos também permanece em estado crítico no hospital nesta quarta-feira (5/5).
O delegado-geral da Polícia Civil de Santa Catarina, Paulo Norberto Koerich, informou que ele era um rapaz solitário. "Segundo seus familiares, por conta do bullying, o jovem não queria ir à escola nos últimos tempos. Ele é muito introspectivo, não costumava se abrir com ninguém, não tem namorada, não costumava sair para festas, não conversava muito e, nos últimos dias, havia se afastado dos poucos amigos que possui. A família do criminoso é muito humilde, não sabia como conversar ou abordar esse jovem que enfrentava problemas psicológicos”, contou.
As investigações iniciais da Polícia Civil apontaram que Fabiano sofria bullying e vinha maltratando animais. O delegado Jeronimo Marçal Ferreira informou, em uma coletiva de imprensa com jornais locais, que o assassino "tem aquele perfil de se trancar no quarto e ninguém saber o que ele está fazendo no computador".
“A partir de um rápido exame que fiz nos corpos, constatei que todas as vítimas receberam, pelo menos, cinco golpes de facão. A professora, que foi a óbito no local, foi esfaqueada por dois golpes na perna direita, um na perna esquerda, quatro nas costas e um no braço esquerdo. A outra funcionária da creche chegou a ser socorrida, mas morreu no hospital devido a duas lesões no abdome. As crianças tiveram mais ferimentos. Uma delas teve cinco perfurações nas costas, uma no tórax e duas na cabeça. Outra delas foi golpeada três vezes no abdome, duas vezes no tórax e uma nas costas. Na última criança, foram constatados dois ferimentos nas costas, um no glúteo, dois no tórax e um no abdome”, disse um dos peritos na coletiva.
Além do facão usado no crime, o delegado revelou que ele tinha uma outra faca, menor, que estava guardada e não chegou a ser utilizada. A família contou à polícia que o agressor tinha feito uma brincadeira, dizendo que as armas eram para maltratar um bicho de estimação que a irmã tem em casa. "Ninguém na família imaginava que ele ia fazer isso. Com certeza abosluta. Um jovem problemático, mas dentro da normalidade", acrescentou o delegado Ferreira.
Os policiais encontraram R$ 11 mil em espécie na casa dele, que seria um valor que recebeu durante o emprego em uma empresa da cidade, onde Fabiano trabalhava no turno oposto ao que estudava o Ensino Médio. "Como não era de sair, de socializar, estava guardando o dinheiro", continuou o delegado.
Diversas hipóteses estão sendo avaliadas e o delegado afirmou que pode não chegar à conclusão da motivação do crime, pois aparentemente Fabiano agiu sozinho e não contou seus planos a outras pessoas. O suspeito segue internado em um hospita em Chapecó (SC).
CRIME
A professora Keli Adriane Anieceviski, de 30 anos, foi a primeira a ser atingida. Mesmo ferida, ela correu para as salas para avisar do perigo. A mulher acabou morrendo no local.
Também foi atacada a agente de educativa Mirla Renner, que havia acabado de completar 20 anos recentemente. Na mesma sala, as crianças identificadas como Sarah Luiza Mahle Sehn, de 1 ano e 7 meses, Murilo Massing, de 1 ano e 9 meses, e Anna Bela Fernandes de Barros, de 1 ano e 8 meses, foram feridas e acabaram não resistindo.
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