ALARMANTE: Em dois meses, Feira registra mais mortes proporcionais do que Salvador
ALARMANTE: Em dois meses, Feira registra mais mortes proporcionais do que Salvador
Percebeu, correu, esquivou e morreu. Esses verbos fizeram parte dos últimos minutos de vida de Robério de Souza Santos, 26 anos. Talvez você não saiba quem ele é, mas o rapaz entrou para a estatística dos homicídios registrados em 2018 no município de Feira de Santana, a 110 km de Salvador.
Essa reportagem começa contando a história dele porque o crime aconteceu no dia 27 de fevereiro, penúltimo dia do mês em que os números estão fechados. Tudo aconteceu dentro de uma fazenda no distrito de Humildes.
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De acordo com a Delegacia de Homicídios, em janeiro e fevereiro aconteceram 69 casos na segunda maior cidade da Bahia. Se a estatística for comparada com a do mesmo período do ano passado, o número se manteve praticamente estável. Segundo a Polícia Civil, em 2017, aconteceram 66 assassinatos nos primeiros dois meses do ano.
Na contramão, Salvador apresentou uma redução das mortes violentas nos primeiros 59 dias de 2018. A Secretaria da Segurança Pública (SSP) diz que foram computados 193 homicídios, contra 241. Na Região Metropolitana, a tendência se manteve, com 120 registros versus 163 em 2017.
BALANÇA DESPROPORCIONAL
Na comparação, os números absolutos apontam, em larga escala, que Salvador está à frente de Feira de Santana no “ranking da morte 2018”. Quando os números proporcionais – aqueles em que o quantitativo populacional entra na conta -, o jogo vira. A capital baiana, de acordo com o levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), possui cerca de 2.953.986 pessoas. Já na cidade do interior vivem aproximadamente 627.477 habitantes.
Na balança, isso significa que a “Princesinha do Sertão” – como Feira é carinhosamente apelidada – não é segura para rei nenhum morar. A estatística proporcional aponta que 0,010% dos feirenses tiveram suas vidas tiradas de forma brutal. Em Salvador, quando a mesma conta é realizada, isso cai para 0,0040%.
POLICIAMENTO
Pelo lado da Polícia Militar, a segurança na segunda maior cidade do interior é realizada pelo Comando do Policiamento da Região Leste (CPRL), sob a chefia do coronel Luziel de Oliveira.
Agentes lotados nas 64ª, 65ª, 66ª e 67ª Companhias Independentes (CIPMs) são responsáveis por monitorar e evitar, por exemplo, os Crimes Violentos Letais e Intencionais. Eles contam ainda com o apoio do Esquadrão de Motociclistas Asa Branca e da Companhia Independente de Policiamento Tático (CIPT/Rondesp Leste).
Já a Polícia Civil, responsável pela investigação dos homicídios, promoveu várias trocas na chefia da Delegacia especializada nos últimos anos. Em março de 2016, o Jean Souza deixou o cargo para Gustavo Ameno. Menos de dois anos depois, em dezembro de 2017, nova mudança: Ameno passou o comando da DH para Fabrício Linard.
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*Publicada originalmente às 6h (23/3)