Morte de fã em show de Taylor Swift: advogada aponta que proibição de entrar com água afeta o direito do consumidor

Na noite da última sexta-feira (17/11), uma fã da cantora Taylor Swift, Ana Clara Benevides, de 23 anos, morreu durante o primeiro show da turnê da artista no Brasil, realizado no Estádio Nilton Santos, no Rio de Janeiro. O incidente ocorreu devido às altas temperaturas do local, que atingiram uma sensação térmica de 60° C.

Neste mesmo dia, cerca de 1.500 pessoas desmaiaram enquanto esperavam na fila para entrar no estádio e também durante o show, de acordo com o Corpo de Bombeiros. Mesmo durante a onda de calor que assolava diversas regiões do Brasil na semana do show, a empresa que organiza o espetáculo no país, a Time For Fun (T4F), não permitiu que o público entrasse no espaço com água.

Segundo a advogada e consultora jurídica Lorrana Gomes, do escritório L Gomes Advogados, esse tipo de proibição pode configurar venda casada e falta de cumprimento de obrigação para com a saúde e segurança do consumidor.

"Esse tipo de proibição pode configurar venda casada, pois a água é um produto essencial, em especial em grandes temperaturas, que é proibido pela legislação brasileira, ainda mais nesse caso, onde, supostamente, a venda de água no estádio foi priorizada em detrimento à saúde do consumidor", opina ela.

"Além disso, há também a responsabilidade da produtora para com a segurança e saúde dos consumidores. A partir do momento em que se propõe a realizar um show, deve-se ter atenção não apenas ao entretenimento, mas, também, a todos esses aspectos derivados, como segurança e estrutura", conclui a advogada.

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