Rondesp mata pelo menos 12 dentro de seis meses somente em São Cristóvão; "não aguentamos mais"
Rondesp mata pelo menos 12 dentro de seis meses somente em São Cristóvão; "não aguentamos mais"
leitor/Aratu OnPelo menos 12 homens já foram mortos por agentes da Companhia Independente de Policiamento Tático (CIPT/Rondesp Atlântico) somente no bairro de São Cristóvão, em Salvador, nos últimos seis meses. O balanço foi feito pelo Aratu On após mais um caso parecido ser registrado na noite de quinta-feira (27/2) na localidade Yolanda Pires, que lidera o número das chamadas "intervenções policiais com resultado de morte".
A ocorrência é sempre parecida. As guarnições são acionadas por denúncias anônimas e, chegando no local indicado, encontram um grupo que troca tiros. Drogas e armas sempre são apreendidas e o "algoz" é levado para o hospital mais próximo. Foi exatamente assim que aconteceu na ocorrência da última noite. Os agentes relataram que o traficante morto estava em posse de uma pistola de fabricação turca e uma espingarda calibre 12.
As ações semelhantes, sempre reforçadas pela Secretaria da Segurança Pública da Bahia, começaram a partir do final de agosto, quando o líder de uma grande facção foi achado pela Rondesp. Dionísio Santos Lima, 31 anos, conhecido como "Manicômio", tinha em seu poder coletes, armas, explosivos e drogas. O modo da operação é exatamente igual às demais que acabaram em morte.
Na mesma época, um suposto "parceiro" de "Manicômio" resolveu usar as redes sociais para tentar impor um "toque de recolher" em São Cristóvão. O policiamento foi reforçado na região, com guarnições da 49ª Companhia Independente (CIPM), mas nada aconteceu.
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Casos muito iguais ocorreram ainda nos meses de outubro, novembro, janeiro e fevereiro. A ocorrência de mais destaque foi registrada no dia 29 de novembro, na localidade conhecida como Vila Verde. Quatro homens morreram e vários materiais, incluindo uma metralhadora, acabaram apreendidos após ação conjunta da Rondesp Central e da Rondesp Atântico. As armas e drogas seriam levadas para o Nordeste de Amaralina.
"Infelizmente essa quadrilha preferiu o combate. Respondemos dentro da lei e retiramos das ruas armamentos, que seriam utilizados em crimes contra a vida (homicídios) e patrimônios (roubos), além de drogas que gerariam lucro para os criminosos", disse, na oportunidade, o comandante de Operações da Polícia Militar, coronel Humberto Sturaro. Ainda no período de seis meses, suspeitos de tráfico também foram presos na região.
Todos os 12 mortos acabam sendo levados para o Hospital Menandro de Faria. Na ação ocorrida no início de fevereiro, a SSP garante que o rapaz tinha mandado de prisão em aberto, mas a população se revoltou. Em uma mensagem no WhatsApp, dizem que a imprensa é o "último recurso". "Não sabemos mais o que fazer. Os policias da Rondesp estão agindo de uma forma que não aguentamos mais, matando inocente e implantado armas".
O texto é seguido ainda de um vídeo. As imagens, que circularam nos grupos, mostram um dos policiais colocando o possível suspeito no fundo da viatura da Rondesp. A SSP garante que todos os casos que envolvem troca de tiros com morte são investigados pela Corregedoria da Polícia Militar.
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