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“TRÊS POR DEZ”: Desemprego é principal causa do aumento de comércio informal no Centro

“TRÊS POR DEZ”: Desemprego é principal causa do aumento de comércio informal no Centro

Por Cris Almeida

“TRÊS POR DEZ”: Desemprego é principal causa do aumento de comércio informal no CentroReprodução

Calcinha, pendrive, óculos, frutas, legumes, meias, acessórios, cosméticos, maquiagem, celulares… Se você pensou em um shopping, é porque nunca esteve no Centro de Salvador. Em um mesmo espaço, entre a Piedade e a Rua do Cabeça, na Carlos Gomes, é possível encontrar isso tudo, entre outros produtos. E a matemática é simples: menos emprego, mais informalidade. Aumentou o número de profissionais que fizeram da rua, o local de trabalho. Ambulantes de Salvador encontraram no improviso a chance de conseguir o sustento da família.


Há dois meses Cleber Cruz, de 29 anos, foi demitido da obra que estava empregado e não conseguia mais enxergar oportunidades profissionais na área. Após duas semanas em saber como levar dinheiro pra casa, pediu ajuda à família e começou a vender meias no Centro de Salvador. “Todo mundo tem dívida. Eu precisava pagar luz, água, alimentação e se esperasse mais, tudo seria cortado, não teria como nem sobreviver”, conta.


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Cleber faz parte de um crescente grupo que usa a rua como ‘escritório’. De 2015 para 2016 o número de trabalhadores informais cresceu mais de 50%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). Um cenário que tem forte ligação com o aumento do desemprego nesse período — passou de 13,9% para 17,1%.


Trabalhar por conta própria foi a solução encontrada por muita gente. As avenidas e calçadas viraram locais de trabalho e em pontos como os bairros da Piedade e Joana Angélica, cada vez mais, o pedestre divide a calçada com os ambulantes.


Rosane Pereira, que circula na região pelo menos três vezes na semana, garante que os vendedores não atrapalham, apesar de tomarem boa parte do passeio. “É bom que a gente tá sempre em contato com produtos mais baratos e acabamos tendo opções mais em conta na hora de comprar. De quebra, eles tiram o dinheirinho deles”, explica.


Confira:



O IBGE também notificou um aumento entre as pessoas trabalhando em vias ou áreas públicas de Salvador. Entre 2015 e 2016 o número praticamente dobrou, passando de 32 mil para 61 mil, maior aumento entre as capitais brasileiras. Na Bahia, este numero ultrapassou os 200 mil trabalhadores, sendo a maioria mulheres.


A crise levou o emprego de serviços gerais de Cleane Maria há um ano e meio. Sem conseguir um novo trabalho, ela tem ajudado nas contas de casa vendendo roupas de academia. “Moro de aluguel, meu marido tá desempregado e tenho três crianças em casa. Se eu não viesse pra cá ia para onde? O jeito foi vir pra rua, porque se não fosse isso estaríamos passando fome”.


Em contato com a Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop), o Aratu Online foi informado de que “as ações de fiscalização e ordenamento são rotineiras, não só no Centro da cidade, mas em toda região da capital baiana que concentra o comércio informal”. De acordo com o órgão, na Piedade e Joana Angélica há bastante apreensão de produtos perecíveis comercializados de forma irregular, como iogurtes e queijos.


Ainda segundo a Semop, uma das principais funções das ações da secretaria é garantir a mobilidade e a segurança tanto dos pedestres, como dos próprios comerciantes. Caso o ambulante abordado esteja com a devida licença, o procedimento orienta verificar ainda o cumprimento das normas estabelecidas pelo decreto municipal.




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*Publicada originalmente às 8h




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