Em mesa com Lázaro Ramos na Flip, professora desabafa sobre sua luta contra o racismo e emociona plateia
Em mesa com Lázaro Ramos na Flip, professora desabafa sobre sua luta contra o racismo e emociona plateia
Reprodução / FacebookNuma 15ª Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), cujo tema se centrou em torno do racismo, uma professora chamou a atenção dos interessados em literatura presentes no evento. Tratava-se de Diva Guimarães, paranaense de 77 anos que pediu a palavra durante a mesa A pele que habito, comandada pelo ator Lázaro Ramos e pela jornalista portuguesa Joana Gorjão Rodrigues, para falar sobre sua própria luta contra o preconceito de cor e raça que assola milhões de brasileiros desde a escravidão.
O vídeo oficial da Flip no qual aparece a fala da professora na íntegra já foi visualizado por mais de 7 milhões de pessoas no Facebook e compartilhado por mais de 230 mil. Em 13 minutos, a professora falou, emocionada, sobre suas lutas, dores e superações como mulher negra, neta de escravos e uma das poucas negras em uma escola frequentada por alunos brancos.
“Sou uma brasileira que sobreviveu porque tive uma mãe que fez de tudo, passou por todas as humilhações, para que nós estudássemos?, disse.
Veja o vídeo:
Ela contou ainda uma história que ouvia das freiras que lhe davam aula no colégio católico que frequentava. Segundo o conto, Deus tinha criado um lago, no qual as pessoas podiam se banhar para ganhar o tom de pele branco. Os homens e mulheres que eram esforçados o suficiente conseguiam mergulhar na água e sair de lá totalmente alvos. Os preguiçosos, porém, só conseguiam molhar as palmas das mãos e as solas dos pés, e todo o restante do corpo permaneceu negro.
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Diva Guimarães usou o momento para fazer um apelo para o fortalecimento da educação pública e qualidade, única forma possível de conferir dignidade aos jovens negros do país. “A abolição da escravatura não existe no Brasil”, disparou, arrancando aplausos e lágrimas da plateia.
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