Emerson Ferretti prevê avanço em negociação para Bahia gerir Fonte Nova
Presidente da associação do Bahia, Emerson Ferretti vê parceria com Grupo City como “grande oportunidade”
Por Matheus Caldas.
O presidente da associação do Esporte Clube Bahia, Emerson Ferreti, abordou temas estratégicos para o futuro do clube em entrevista ao Aratu On. Entre os principais assuntos, estão a possível participação do Grupo City na gestão da Arena Fonte Nova e o andamento do projeto do novo centro de treinamento do clube, em Camaçari.
Sobre a Arena Fonte Nova, Emerson Ferreti confirmou que as tratativas continuam em fase inicial, mas destacou que a proximidade do fim da concessão atual, prevista para 2028, representa uma oportunidade para o Bahia clube.
Segundo o dirigente, a associação acompanha de perto o processo. “O Bahia SAF vê isso com bons olhos, como uma oportunidade de bons negócios, mas também de poder assumir um equipamento esportivo considerado a casa do Bahia. As conversas até 2028 ainda vão se aprofundar mais e entendemos isso como uma grande oportunidade", pontuou.
Em relação ao novo CT, o dirigente demonstrou otimismo e ressaltou a importância da estrutura para o desempenho do clube. “Estamos muito felizes, porque infraestrutura e condições de trabalho são fundamentais para que os resultados cresçam em qualidade", analisou.

"O Bahia já evoluiu quando saiu do Fazendão para o CT Evaristo de Macedo, e agora, com esse novo CT, a tendência é que os resultados dentro de campo sejam ainda melhores. A expectativa é que, em dois ou três anos, o clube tenha uma nova casa que vai orgulhar todos os tricolores", acrescentou.
Emerson Ferreti também comentou o papel da Associação na fiscalização das obrigações do Grupo City dentro da parceria com o Bahia SAF. “A Associação é sócia do Bahia SAF, junto com o Grupo City, e tem o dever de fiscalizar o andamento do trabalho e o cumprimento das obrigações. O mesmo vale para nós, que também precisamos cumprir o que foi acordado. Estamos próximos, acompanhando o dia a dia do futebol, e temos visto que o Grupo City tem cumprido tudo o que foi prometido.”
Por fim, o presidente destacou os resultados da parceria com o grupo estrangeiro. “Os resultados já estão aparecendo. Hoje o futebol do Bahia está em um patamar que briga, pelo segundo ano consecutivo, por uma vaga na Libertadores, um cenário que até pouco tempo atrás era impensável. O clube joga de igual para igual com as melhores equipes do país. Estamos confiantes de que isso vai melhorar ainda mais", concluiu.
Assista entrevista com Emerson Ferretti
Bahia quer concessão da Arena Fonte Nova
O CEO do City Football Group, Ferran Soriano, falou sobre a possibilidade do Bahia, por meio do fundo de investimento, comprar a Fonte Nova e incorporar o estádio ao patrimônio do clube.
"Temos um bom relacionamento com a empresa que gerencia a Fonte Nova e estamos bem. No futuro, obviamente, o Bahia quer participar da gestão do estádio, quer fazer investimentos e estamos trabalhando nisso", explicou o gestor.
O City não formalizou se compraria o estádio ou se tentaria uma concessão pública após encerramento do vínculo entre o estado e a Fonte Nova Negócios e Participações (FNP), detentora do equipamento até 2028 - portanto, até este período, ao menos, o acionista majoritário da SAF tricolor não seria dono da arena.
O estádio, inaugurado em 2013, para a Copa do Mundo de 2014, foi construído em um modelo de Parceria Público-Privada (PPP), cuja concessão fica a cargo da FNP. A empresa tem como controladoras as construtoras OAS e Odebrecht (atual Novonor), responsáveis pela construção da arena, além da Superintendência dos Desportos do Estado (Sudesb) e o Desenbahia.
O vínculo, inicialmente, era válido até 2045. Contudo, no fim de 2021, em razão da crise gerada pela pandemia, as partes repactuaram o acordo e reduziram o trato até 2028. Inicialmente estimado em R$ 591 milhões, o contrato, com seus aditivos, tem valor atualizado de R$ 2,04 bilhões.

Somente neste ano, o governo pagou R$ 106,7 milhões em contraprestações para a Arena Fonte Nova. Ainda têm cerca R$ 100 milhões a serem pagos contratualmente à FNP.
O Aratu On apurou, ainda, junto a membros do governo, que a gestão estadual tentou incluir Pituaçu nas negociações para o Grupo City arrematar a Arena Fonte Nova. Desta forma, o Bahia teria a posse dos dois estádios públicos de Salvador.
Apesar da tentativa, o detentor da SAF tricolor não demonstrou interesse em comandar a concessão de Pituaçu. Desta forma, o estádio segue, ao menos por enquanto, nas mãos do estado da Bahia.
Novo CT do Bahia elogiado por Emerson Ferretti
O CEO do Bahia SAF, Raul Aguirre assegurou que o novo CT do clube não será construído em áreas que englobem a comunidade quilombola do Quingoma, em Lauro de Freitas.
O dirigente repercutiu, nesta segunda-feira (20), o anúncio do novo CT tricolor, que será construído em Camaçari, na região metropolitana de Salvador. “Nunca houve qualquer possibilidade de o Bahia fazer uma obra numa área que é impossível. A gente entende que era especulação e as agências cumpriram seu papel, nós respondemos através dos nossos assessores, mas nunca houve esta consideração”, explicou.
Ele indicou que o clube não conversou com a comunidade, pois o clube “estava deliberando sobre localização somente agora”. “O Bahia tem uma vocação social de vamos ajudar as comunidades que ali começaram a explorar, agora que temos a localização”, explicou.
Segundo o governador Jerônimo Rodrigues (PT), o projeto do Bahia não engloba diretamente o Quingoma, mas áreas próximas à comunidade, na região da Via Metropolitana. “Uma parte vai envolver, mesmo que não diretamente. Claro que vamos seguir todas as regras de exigências ambientais, mas a chegada do Bahia vai nos ajudar a proteger esta área de proteção ambiental”, pontuou.
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