Nadador chinês passa mal, fica fora de prova final, mas é eleito melhor do Mundial
Nadador chinês passa mal, fica fora de prova final, mas é eleito melhor do Mundial
Ele é o atual campeão olímpico e havia conquistado a prova nos últimos dois Mundiais de esportes aquáticos (Xangai-2011 e Barcelona-2013). Além disso, cravou os dois últimos recordes da distância. Por tudo isso, o chinês Sun Yang, 24, era o favorito ao título dos 1500m livre neste domingo (09), em Kazan. A soberania do asiático só foi afetada por um problema: ele não apareceu para disputar a prova.
A explicação oficial dada pela Federação Internacional de Natação (Fina) é a de que Sun Yang teve uma dor no peito durante o aquecimento, não pôde ser avaliado a tempo e por isso foi retirado da prova. De acordo com a entidade, não havia na arena um aparato adequado pra examinar o nadador.
A Fina disse ainda que Yang toma um remédio para o coração e o esqueceu no hotel e como ia nadar uma prova longa poderia correr riscos.
“Senti um desconforto no aquecimento. Infelizmente, não pude disputar a prova. Quando voltar para a China vou fazer um checkup completo”, disse o chinês de 23 anos em entrevista coletiva.
Apesar do abandono e da confusão em que se envolveu com uma nadadora brasileira, Yang acabou eleito pela Fina como o melhor nadador do Mundial de Kazan, entre os homens. Ele apareceu no pódio para receber o troféu das mãos de um dirigente da entidade e falou diversas vezes em inglês a palavra “desculpa”.
Por causa das dores no peito, Yang não esteve na raia 3 da decisão dos 1.500m e não ofereceu tempo para que um reserva fosse inscrito na prova. Sem ele, o ouro ficou com o italiano Gregorio Paltrinieri, que fez 14min39s67.
O tempo do ouro foi o melhor da vida de Paltrinieri. Ainda assim, esteve a mais de oito segundos do recorde mundial estabelecido por Sun Yang nos Jogos Olímpicos de Londres-2012 (14min31s02).
Sun Yang já havia conquistado três medalhas no Mundial de esportes aquáticos de Kazan. Antes dos 1500m livre, o chinês tinha acumulado três ouros (400m livre e 800m livre) e uma prata (200m livre) na competição.
Depois do título dos 400m livre, o terceiro consecutivo na prova, Sun Yang aproveitou uma entrevista coletiva para criar uma das grandes polêmicas do Mundial. Questionado sobre um intrincado caso de doping em que esteve envolvido no ano passado exatamente por tomar sem avisar um remédio para o coração, o atleta chinês respondeu dizendo que existe uma perseguição aos atletas de seu país e que nadadores ocidentais não são tão cobrados por episódios similares.