Fechado para torcida, Pituaçu tem aumento de 14.000% com custo de energia elétrica
Pituaçu passou a abrigar a sede da Sudesb e torres de recarga de ônibus elétricos; gramado do estádio sofre com desgaste
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Mesmo sem receber grandes jogos de Bahia ou Vitória e fechado para jogos com público em 2024, em razão da ausência de alvará de funcionamento, o Estádio de Pituaçu teve crescimento de mais de 14.000% com custos de energia elétrica em cinco anos. Os dados foram obtidos a partir de informações solicitadas pelo Aratu On ao governo do estado, via Lei de Acesso à Informação (LAI).
De acordo com os dados disponibilizados pela Superintendência dos Desportos do Estado da Bahia, em 2019, a média de custos com energia, nos 12 meses do ano, foi de R$ 774. Neste ano, até agosto, o número cresceu para quase R$ 107 mil.
À reportagem do Aratu On, a Sudesb argumenta que os aumentos se dão a partir da mudança da sede da autarquia para o estádio, em 2022, e pela instalação, no mesmo ano, de seis estações de recarga para 20 ônibus elétricos que fazem integração da Estação Pituaçu, do metrô, com Lauro de Freitas e Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador. “Essa nova função do estádio naturalmente ampliou o uso de eletricidade, justificando parte do aumento nos custos”, diz a Sudesb.
À medida que os gastos crescem, diminui a presença do público no estádio. Uma portaria emitida em maio de 2023, pelo Ministério do Esporte, exige alvará de funcionamento para estádios públicos. Em razão disto, Pituaçu está fechado para o acesso de torcida.
Secretário do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), Davidson Magalhães diz que não há prazo para resolver o problema. “Há um estádio público, reconhecido por todos, com seleções que treinaram lá na Copa do Mundo. É um estádio que funciona há anos. Estamos buscando documentações antigas para remontá-las para resolver isso. Não tinha esta necessidade”, reclama.
Apesar desta exigência, ele enaltece a importância de Pituaçu para o esporte local. “Se não fosse Pituaçu, hoje, as outras séries teriam dificuldade para desenvolver o esporte. Pituaçu também é a casa de times baianos na Série D. É muito importante a existência de Pituaçu enquanto estádio público”, acrescenta.
Durante a Série D deste ano, dois clubes atuaram por lá: Jacuipense e Itabuna. Os itabunenses, inclusive, tinham parceria com o Vitória, cujo time sub-20 foi integralmente fornecido ao clube do interior. Nenhuma das partidas feitas no estádio teve presença dos torcedores.
Os custos aumentam e o número de partidas também. Com isto, o gramado é prejudicado, argumenta a Sudesb. Em imagens capturadas pelo Aratu On, é possível perceber as irregularidades na grama. Equipes que vêm atuando regularmente no estádio também reclamam.
A superintendência sustenta que, somente entre março e setembro, foram realizadas 168 partidas. Em algumas ocasiões, houve até cinco jogos em um único dia, como em 24 de agosto, seguido por quatro partidas no dia seguinte. “Isso tem impactado as condições do gramado, mas a Sudesb, em parceria com a Greenleaf Projetos e Serviços Ltda., responsável também pela manutenção da Arena Fonte Nova, trem realizado adubação e outras medidas técnicas para recuperação do campo”, assegura.
[caption id="attachment_382661" align="alignnone" width="800"] Gramado convive com desgaste | Foto: Lemuel Castro/Aratu On[/caption]
Para conter a piora da grama, cerca de R$ 70 mil foram investidos, somente neste ano, em correção e manutenção preventiva. Em 2023, os custos foram de quase R$ 908 mil.
Atualmente, enquanto os dois maiores clubes do estado atuam na Arena Fonte Nova e no Barradão, Pituaçu recebe partidas de times femininos, de base, de equipes do interior e de outros esportes. Na última semana, por exemplo, houve realização de etapa do Campeonato Brasileiro de Tiro com Arco.
Os números obtidos pelo Aratu On convergem com o posicionamento da Sudesb. Entre 2019 e o primeiro semestre de 2022, o custo máximo do estádio com energia elétrica foi de aproximadamente R$ 5 mil. A partir de outubro daquele ano, os investimentos saltaram para cerca de R$ 150 mil.
Mesmo com os valores multiplicados nos últimos dois anos, o estádio vem apresentando problemas com o sistema de iluminação para partidas à noite. No final de agosto, a Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), pasta à qual a Sudesb é vinculada, publicou edital licitação para realização de uma reforma na parte elétrica.
Em partida válida pelo Campeonato Feminino de 2024, entre Bahia e Barcelona de Ilhéus, realizada no dia 14 de agosto, um problema com uma das torres de iluminação do estádio fez com que o início da partida fosse atrasadao em mais de 40 minutos. O motivo? Os refletores do lado leste de não estavam funcionando.
Apesar das adversidades com o gramado, em 2023 a Sudesb realizou, durante cinco meses, manutenção do sistema fotovoltaico de geração de energia solar. O equipamento, inaugurado em 2012, foi tratado como projeto revolucionário pelo então governador Jaques Wagner (PT). Segundo o governo da época, o estádio foi o primeiro da América Latina utilizar este método de geração de energia, batizado de Pituaçu Solar.
Até julho deste ano, os custos de funcionamento de Pituaçu chegaram a R$ 4 milhões. A verba foi destinada para gastos para água, segurança e vigilância, manutenção predial e limpeza e conservação.
Em 2023, com o adicional da manutenção do sistema fotovoltaico, os custos totais foram de aproximadamente R$ 5,8 milhões.
LEIA MAIS: Candidatos na Bahia gastaram R$ 2 milhões para impulsionar posts; Zé Neto lidera lista
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Mesmo sem receber grandes jogos de Bahia ou Vitória e fechado para jogos com público em 2024, em razão da ausência de alvará de funcionamento, o Estádio de Pituaçu teve crescimento de mais de 14.000% com custos de energia elétrica em cinco anos. Os dados foram obtidos a partir de informações solicitadas pelo Aratu On ao governo do estado, via Lei de Acesso à Informação (LAI).
De acordo com os dados disponibilizados pela Superintendência dos Desportos do Estado da Bahia, em 2019, a média de custos com energia, nos 12 meses do ano, foi de R$ 774. Neste ano, até agosto, o número cresceu para quase R$ 107 mil.
À reportagem do Aratu On, a Sudesb argumenta que os aumentos se dão a partir da mudança da sede da autarquia para o estádio, em 2022, e pela instalação, no mesmo ano, de seis estações de recarga para 20 ônibus elétricos que fazem integração da Estação Pituaçu, do metrô, com Lauro de Freitas e Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador. “Essa nova função do estádio naturalmente ampliou o uso de eletricidade, justificando parte do aumento nos custos”, diz a Sudesb.
À medida que os gastos crescem, diminui a presença do público no estádio. Uma portaria emitida em maio de 2023, pelo Ministério do Esporte, exige alvará de funcionamento para estádios públicos. Em razão disto, Pituaçu está fechado para o acesso de torcida.
Secretário do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), Davidson Magalhães diz que não há prazo para resolver o problema. “Há um estádio público, reconhecido por todos, com seleções que treinaram lá na Copa do Mundo. É um estádio que funciona há anos. Estamos buscando documentações antigas para remontá-las para resolver isso. Não tinha esta necessidade”, reclama.
Apesar desta exigência, ele enaltece a importância de Pituaçu para o esporte local. “Se não fosse Pituaçu, hoje, as outras séries teriam dificuldade para desenvolver o esporte. Pituaçu também é a casa de times baianos na Série D. É muito importante a existência de Pituaçu enquanto estádio público”, acrescenta.
Durante a Série D deste ano, dois clubes atuaram por lá: Jacuipense e Itabuna. Os itabunenses, inclusive, tinham parceria com o Vitória, cujo time sub-20 foi integralmente fornecido ao clube do interior. Nenhuma das partidas feitas no estádio teve presença dos torcedores.
GRAMADO DETERIORADO
Os custos aumentam e o número de partidas também. Com isto, o gramado é prejudicado, argumenta a Sudesb. Em imagens capturadas pelo Aratu On, é possível perceber as irregularidades na grama. Equipes que vêm atuando regularmente no estádio também reclamam.
A superintendência sustenta que, somente entre março e setembro, foram realizadas 168 partidas. Em algumas ocasiões, houve até cinco jogos em um único dia, como em 24 de agosto, seguido por quatro partidas no dia seguinte. “Isso tem impactado as condições do gramado, mas a Sudesb, em parceria com a Greenleaf Projetos e Serviços Ltda., responsável também pela manutenção da Arena Fonte Nova, trem realizado adubação e outras medidas técnicas para recuperação do campo”, assegura.
[caption id="attachment_382661" align="alignnone" width="800"] Gramado convive com desgaste | Foto: Lemuel Castro/Aratu On[/caption]
Para conter a piora da grama, cerca de R$ 70 mil foram investidos, somente neste ano, em correção e manutenção preventiva. Em 2023, os custos foram de quase R$ 908 mil.
Atualmente, enquanto os dois maiores clubes do estado atuam na Arena Fonte Nova e no Barradão, Pituaçu recebe partidas de times femininos, de base, de equipes do interior e de outros esportes. Na última semana, por exemplo, houve realização de etapa do Campeonato Brasileiro de Tiro com Arco.
DETALHES DOS CUSTOS DE PITUAÇU
Os números obtidos pelo Aratu On convergem com o posicionamento da Sudesb. Entre 2019 e o primeiro semestre de 2022, o custo máximo do estádio com energia elétrica foi de aproximadamente R$ 5 mil. A partir de outubro daquele ano, os investimentos saltaram para cerca de R$ 150 mil.
Mesmo com os valores multiplicados nos últimos dois anos, o estádio vem apresentando problemas com o sistema de iluminação para partidas à noite. No final de agosto, a Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), pasta à qual a Sudesb é vinculada, publicou edital licitação para realização de uma reforma na parte elétrica.
Em partida válida pelo Campeonato Feminino de 2024, entre Bahia e Barcelona de Ilhéus, realizada no dia 14 de agosto, um problema com uma das torres de iluminação do estádio fez com que o início da partida fosse atrasadao em mais de 40 minutos. O motivo? Os refletores do lado leste de não estavam funcionando.
Apesar das adversidades com o gramado, em 2023 a Sudesb realizou, durante cinco meses, manutenção do sistema fotovoltaico de geração de energia solar. O equipamento, inaugurado em 2012, foi tratado como projeto revolucionário pelo então governador Jaques Wagner (PT). Segundo o governo da época, o estádio foi o primeiro da América Latina utilizar este método de geração de energia, batizado de Pituaçu Solar.
Até julho deste ano, os custos de funcionamento de Pituaçu chegaram a R$ 4 milhões. A verba foi destinada para gastos para água, segurança e vigilância, manutenção predial e limpeza e conservação.
Em 2023, com o adicional da manutenção do sistema fotovoltaico, os custos totais foram de aproximadamente R$ 5,8 milhões.
LEIA MAIS: Candidatos na Bahia gastaram R$ 2 milhões para impulsionar posts; Zé Neto lidera lista
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