Depois de 336 dias, tricolores e rubro-negros enfim poderão ‘matar’ a saudade… Isto porque, a Fonte Nova volta a ser palco do clássico Ba-Vi. A partida deste domingo (9/4), às 16h, válida pela última rodada da primeira fase do Campeonato Baiano abre uma sequência de confrontos entre as duas equipes, que podem chegar até a sete jogos – caso a dupla carimbe as vagas na final do certame estadual. Seria uma verdadeira ‘overdose’ de clássicos.

Por enquanto, no tira teima entre tricolores e rubro-negros na nova Fonte Nova, o Leão se mantém soberano.  Foram dois empates, quatro triunfos do Tricolor de Aço e seis do Vitória. De cara, logo na inauguração da praça esportiva- em 7 de abril de 2013-, o ‘rugido’ vermelho e preto sobressaiu: goleada histórica por 5 a 1. Desde então, foram protagonizados mais 11 reencontros. Cada um, por sua vez, com uma singularidade.

O desta tarde (9/4), por exemplo, será o retorno da saudosa e emblemática torcida mista. Tradicional na Fonte Nova até 2007 – quando o estádio foi implodido por conta da tragédia, que vitimou sete torcedores -,  o espaço deixou de existir, quando foi, posteriormente, reconstruído para a Copa de 2014,

Houve até mesmo possibilidade de um retorno em 2015- na época, apenas no lounge (área vip) da Fonte Nova. Porém, sócios do Bahia não gostaram da ideia, que acabou sendo ‘escanteada’ até o dia de hoje. Agora só nos resta apreciar mais um clássico no estádio e rezar para que a paz e o bom futebol prevaleçam não só dentro, mas, também, nas arquibancadas.

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Confira os destaques dos 12 Ba-Vis realizados, até agora, na Nova Fonte Nova:

1 – Fonte Nova denovo !

(7.4.2013 – Bahia 1×5 Vitória- Campeonato Baiano)

Foi um domingo emblemático. Nem a chuva que era prevista para o tão esperado Ba-Vi apareceu para atrapalhar. Arquibancadas  cheias, mas não lotadas ? foram 37.274 pagantes -, acesso sem complicação. O ator baiano Fábio Lago deu início à festa lembrando as sete vítimas do desabamento do anel superior da antiga Fonte Nova, em 25 de novembro de 2007, na última partida antes de o estádio ser implodido.

Antigos jogadores de Bahia e Vitória também foram homenageados e chamados a campo. As  cantoras Claudia Leitte e Ivete Sangalo protagonizaram um bem-humorado Ba-Vi entre as torcidas. As duas cantaram juntas os hinos dos dois times, intercalando versos das canções. Ainda antes do jogo, houve tempo para o Olodum tocar o Hino ao 2 de Julho, o hino do Estado da  Bahia, e o Hino Nacional.

Em campo,o Bahia começou melhor. Perdeu duas boas chances. Mas, quis o destino, que aos 42 minutos, Renato Cajá abrisse o placar, em cobrança de pênalti, para o Vitória. Na etapa final, o ‘baile vermelho e  preto’ continuou com Maxi Biancucchi, aos 5 e Michel, aos 12. Zé Roberto até esboçou uma reação aos 21. Em vão. Vânder aos 29 e Damián Escudero, aos 39, deram números finais à goleada: 5 a 1. Surgiu aí a expressão ‘Arena 51’.

2 – Revolta das Caxirolas

(28.4.2013 -Vitória 2 x 1 Bahia – Campeonato Baiano) 

Menos de um mês após a humilhante derrota de 5 a 1, no Ba-Vi que marcou a inauguração da nova Fonte Nova, o Bahia voltou a ser derrotado pelo rival. Desta vez, em duelo válido pela última rodada da segunda fase do Campeonato Baiano. Os rubro-negros venceram de forma apertada: por 2 a 1.

Revoltados, torcedores tricolores começaram a atirar caxirolas ? espécie de chocalho criado para ser a vuvuzela brasileira durante a Copa de 2014 ? dentro de campo, ainda no primeiro tempo. Quem abriu o placar na Arena Fonte Nova foi Michel, aos 20min. Já o segundo veio aos 32. Renato Cajá lançou para Maxi Biancucchi- que fez gols nos clássicos tanto pelo Vitória (2) quanto pelo Bahia (2). O ‘hermano’ deixou de calcanhar para Mansur.

O lateral  mandou para as redes e marcou um belo gol na Arena Fonte Nova. O Bahia descontou logo após o intervalo, aos 7min. O zagueiro Titi aproveitou falha do goleiro Deola e mandou para as redes, ‘colocando fogo’ na partida e reanimando a  torcida tricolor. Foi só.

3 – Dinei e o “Lek Lek”

(12.5.2013 – Bahia 3×7 Vitória -Campeonato Baiano)

A festa pelo aniversário de 114 anos de fundação chegou antecipada. Um dia antes da data, o Vitória atropelou o Bahia no primeiro jogo da decisão do Baianão 2013. O Leão voltou a dar show e mais uma vez goleou o Bahia. Desta feita por 7 x 3. O atacante Dinei foi o herói do clássico e estabeleceu um recorde: passou a ser o primeiro  jogador a marcar quatro gols em um único jogo na Fonte Nova. Antes, o atacante Índio também havia marcado quatro gols em um clássico Ba-Vi, em 2006.

Graças a bela atuação, Dinei ainda se tornou o maior goleador em Ba-Vis finais – superou o recorde de Aduce, do Vitória, que tinha feitgo três gols em 1956. A goleada histórica ainda teve gols dos zagueiros Gabriel Paulista e  Fabrício, além do atacante Maxi Biancucchi. O Bahia se contentou com Fernamndão, duas vezes, uma delas em cobrança de pênalti, e Adriano .

Como marcou quatro gols, o atacante pediu até música num programa dominical.  A canção escolhida foi “Passinho do Volante”, do MC Federado e os Leleks.

4- Reencontro na elite

(21.7.2013- Vitória 0x0 Bahia – Série A)

Os torcedores de Vitória e Bahia puderam matar a saudade do clássico na Série A do Campeonato Brasileiro. Após nove anos, os times voltaram a se enfrentar, na Fonte Nova, pela oitava rodada, mas não conseguiram tirar o zero do placar em um jogo muito disputado e pouco técnico. Pouco mais de 38 mil torcedores acompanharam de perto o duelo. Na época, cada time somou um ponto.

Porém, os resultados da rodada acabaram favorecendo mais ao Tricolor de Aço, que passou a somar 13 pontos e foi ao sexto lugar na tabela do certame nacional.  O Leão foi a 14, mas perdeu lugar no G-4 para o Internacional. Acabou a rodada em quinto.

5- Fim do Tabu

(9.10.2013-Bahia 2 x 0 Vitória – Série A)

A chuva castigou Salvador naquela quarta-feira, mas não foi o suficiente para afastar os torcedores de Vitória e Bahia para o sexto clássico da temporada. O Bahia, mandante de jogo, não decepcionou e conseguiu quebrar um tabu de quase dez anos: desde 2004, o time, então  comandado por Cristovam Borges, não vencia o rival em ‘seu estádio’.

Para chegar ao importante triunfo, o Bahia abriu o placar no início do primeiro tempo, com o volante Rafael Miranda, que aproveitou a cobrança de escanteio e desviou de cabeça. Minutos depois, Fernandão ficou  livre dentro da área e deu números finais ao jogo: 2 a 0.

6- E deu música…’Lepo Lepo’ tricolor

(23.3.2014- Bahia 2×0 Vitória – Campeonato Baiano)

O carnaval em Salvador havia acabado quatro dias antes, na Quarta-feira de Cinzas. Mas esqueceram de avisar à Nação Azul, Vermelho e Bramca. Afinal, na ocasião, os tricolores fizeram um folia digna de Momo em campo e fora dele. Precisos 28.748 torcedores cantaram o sucesso “Lepo-Lepo” para embalar o triunfo por 2 a 0 diante do rival Vitória.

Os gols foram marcados por Rhayner e Lincoln, ainda no primeiro tempo. Com falhas defensivas e uma pontaria equivocada, o Vitória saiu de campo com a sua primeira derrota no Campeonato Baiano.  O Bahia fez um primeiro tempo quase irretocável e antes dos 25 minutos já vencia por 2 a 0. No comando do Esquadrão, Marquinhos Santos. No meio-campo, o ex-rubro-negro Uelliton, que vibrava a cada desarme, ajudava o inspirado Talisca.

7 – Minitabu Tricolor

(6.4.2014- Bahia 2×0 Vitória – Campeonato Baiano )

Um filme repetido. Assim como no Ba-Vi da primeira fase, o Bahia bateu o Vitória por 2 a 0. A diferença é que desta vez o placar valeu a vantagem na decisão do Campeonato Baiano. Os gols foram marcados pelo meia Talisca e o volante Fahel, que anotava seu 21º gol com o manto tricolor. Com o resultado, o Bahia podia até perder por um gol de diferença, no próximo domingo, no estádio de Pituaçu, que ainda assim conquistaria seu 45º campeonato estadual.

O triunfo rendeu ainda ao Bahia o sexto jogo seguido sem perder para o maior rival. A última derrota havia sido na primeira partida da final do Campeonato Baiano de 2013, quando o Vitória venceu por 7 a 3. Desde então, foram três triunfos do Bahia e três empates.

8- No apagar das luzes

(11.5.2014 – Bahia 1×1 Vitória -Série A)

O Vitória esteve perto de embalar com estilo no Campeonato Brasileiro. Na noite daquele domingo, a equipe do técnico Ney Franco visitou o rival Bahia na Fonte Nova pela quarta rodada da competição nacional e saiu na frente com gol do atacante Souza na etapa inicial. Porém, quando já encaminhava o triunfo tomou o empate por 1 a 1 aos 46 min do segundo tempo. O lateral Pará estragou a festa dos rubro-negros.

9 – Leão, o exterminador de tabus

(21.9.2014- Vitória 2×1 Bahia – Série A)

Um dia para implodir tabus. Esse foi o domingo do Vitória. Mais diante de 25 mil torcedores viram o  Leão vencer de virada o Bahia pelo placar de 2 a 1, em partida válida pela 23ª rodada do Campeonato Brasileiro. Kadu e Luiz Gustavo balançaram as redes pelo time de Ney Franco. Kieza descontou para o Tricolor.

O último triunfo do Vitória diante do maior rival na Série A tinha acontecido em 2003. Apesar dos longos anos, o número de jogos neste período era pequeno: apenas três. Em números absolutos, outra marca incomodava: o Leão não vencia o Bahia havia oito partidas. O último triunfo sobre o rival havia sido no dia 12 de maio de 2013, na goleada de 7 a 3 pelo Campeonato Baiano, também na Fonte Nova. Só naquele ano, haviam sido cinco clássicos, com dois triunfos do Bahia e três empates. Além disso, Ney Franco, até então, também não havia vencido um Ba-Vi.

10 – Kieza: de herói a Vilão

(3.10.2015 – Bahia 1×3 Vitória – Série B)

O atacante Kieza foi de herói a vilão do Bahia no clássico  na Fonte Nova. Autor de um gol nos primeiros 19 segundos de partida, ele levou dois cartões amarelos (um por comemorar sem o uniforme e outro por ajeitar a bola com a mão) e foi expulso ainda antes do intervalo. O Vitória virou para 3 a 1 com Escudero, Rhayner e Diego Renan.

11- 100%? Já era…

(13.3.2016- Bahia 0x2 Vitória- Campeonato Baiano)

O Bahia era 100% na temporada. Era… Após um primeiro tempo equilibrado, o Vitória sobrou no segundo e venceu clássico contra o eterno rival por 2×0, acabando com a invencibilidade do tricolor na temporada e mantendo a freguesia recente no Ba-Vi: sete clássicos sem saber o que era derrota.

O triunfo se construiu aos 20 segundos da eta final. O meia Vander aproveitou pixotada de Hayner, entrou sozinho na área, deu uma chapa no canto esquerdo de Lomba: Leão 1×0. Depois, a defesa do Bahia bateu cabeça, Marinho roubou de Juninho e serviu Tiago Real, que aproximou, mirou e bateu sem chance para Lomba: 2×0.

12- ‘Quebra pau’ marca título do Leão

(8.5.2016 – Bahia 1×0 Vitória- Campeonato Baiano)

O Vitória perdeu de 1 a 0 para o Bahia na Fonte Nova, mas manteve a vantagem conquistada com os 2 a 0 que fez no jogo de ida e garantiu seu 28º título do Campeonato Baiano. O título findou com uma hegemonia de dois títulos consecutivos do Tricolor Baiano. O Rubro-Negro recuperara a taça que não conquistava desde 2013.

Feijão marcou o solitário gol do Bahia. Em campo, o clássico foi marcado pelo nervosismo das duas equipes.  Depois de três brigas generalizadas e diversas agressões em campo, o Ba-Vi terminou com quatro expulsões e nove cartões amarelos. O clima, que era quente, fechou de vez a três minutos do fim do tempo regulamentar, quando Diego Renan e Lucas Fonseca se estranharam. O resultado da confusão generalizada foi duas expulsões para cada lado: além de Diego, o Vitória perdeu o reserva Norberto; já o Bahia, além de Lucas, teve o reserva Dedé expulso.