Esportes

Com treinadores voluntários e ajuda de familiares, atletas baianas de vôlei buscam glória em Brasileiros Sub-16 e Sub-18

Seleções sub-18 e sub-16 tem na união de comissão técnica, atletas e familiares como um grande pilar para sua continuidade

Por Da Redação

Com treinadores voluntários e ajuda de familiares, atletas baianas de vôlei buscam glória em Brasileiros Sub-16 e Sub-18Reprodução/Seleção Baiana
Potência mundial tanto na disputa do masculino quanto do feminino, o vôlei brasileiro é motivo de orgulho e paixão para muitos torcedores e atletas, influenciando gerações e promovendo uma renovação que rende continuidade e  bons resultados.
Entretanto, em uma nação com dimensões continentais e com muita dificuldade em promover a prática esportiva, a realidade desta modalidade é diferente do que ocorre em âmbito nacional, fazendo muitas vezes que o amor por esse desporto seja o motor de sua sobrevivência. Este é o caso da Seleção Baiana de Voleibol de base feminina, que na iminência da disputa dos Campeonatos Brasileiros sub-18 e sub-16, tem na união de comissão técnica, atletas e familiares como um grande pilar para sua continuidade.
“O campeonato brasileiro de base é o pontapé inicial para que atletas possam chegar a uma Seleção Brasileira e disputar uma Olimpíada ou um Pan-Americano. Então, se não existe esse campeonato de base, a gente não conseguiria ter atletas de ponta para disputar campeonatos internacionais tão importantes. É um torneio que fomenta o esporte nas idades iniciais” afirma Érica Tosta, treinadora da equipe sub-18 e auxiliar técnica do sub-16.
Em uma nova gestão, promovida pela Federação Baiana de Vôlei (FBV), a seleção de base tem um trabalho conjunto que visa integrar atletas das duas categorias para solidificar um processo de maior rendimento ao voleibol estadual. Com isso, as duas equipes treinam juntas e tem no corpo técnico duas treinadoras que atuam como técnica de uma seleção e auxiliar da outra.
“Eu fui convidada pelo professor Eduardo Souza, presidente da FBV, para assumir a seleção e fazer essa permuta com a Érica. Ela é técnica do sub-18 e eu sou auxiliar, enquanto no sub-16 eu sou a técnica e ela é a auxiliar ”, diz a treinadora Isabel Santos, que vê neste revezamento uma boa oportunidade de unir padrões diferentes de jogo em um clima de respeito que permita exercer continuidade no trabalho de formação.
“A gente jogou muitos anos juntas e tem uma sintonia que vem desde a quadra. Como treinadoras, temos muito respeito uma pela outra mesmo com características diferentes. Ela um pouco mais altiva, eu um pouco mais tranquila. É bem interessante a sintonia que a gente consegue trazer na lateral da quadra para as meninas”, complementa Isabel.
Além das duas, a equipe técnica tem o fisioterapeuta Ricardo Lustosa, que promove ações de prevenção de lesões e melhoria da mobilidade das jogadoras. “Eu conheci a professora Érica e a professora Isabel e a gente formou essa parceria a fim de promover a prevenção de lesões voltadas ao esporte. Agora mesmo, com a proximidade do torneio, estamos na fase de dar mais mobilidade e prevenir lesões na coluna, tornozelo e ombro, que são as articulações com maior esforço neste esporte”, explica.
Campeonato de base e o trabalho de formação
Na estrutura do voleibol de base nacional, os estados brasileiros são divididos em três divisões de disputa, com acesso e descenso a depender da performance da equipe a cada ano. Hoje, a Bahia pertence à Segunda Divisão nacional, que apesar do nome é o terceiro e último escalão do torneio. Porém, as expectativas para subir de nível são altas e baseadas no trabalho que é realizado desde o retorno das atividades da equipe estadual. Este ano o sub-18 será disputado em Paulo Afonso, enquanto o sub-16 acontece semanas depois no Acre.

“A gente assumiu a seleção, eu e Isabel, logo na volta da pandemia. Foi um processo muito intenso de treinamento. As meninas estavam há dois anos paradas, sem jogar voleibol. A gente teve que traçar um caminho maior. Fomos para o Brasileiro de 2022 e não tivemos o resultado que a gente queria. Em 2023, a gente já tem um outro olhar: as meninas voltaram a treinar nas suas escolas, nos clubes, e isso nos ajudou. Com um trabalho junto aos técnicos delas nos clubes e escolas, temos uma equipe mais forte esse ano e que tem a pretensão de subir de divisão nas duas categorias”, afirma Tosta.
Uma das marcas celebradas pelo atual corpo técnico é de ter em mãos uma equipe formada por atletas da capital e do interior, fruto de um grande projeto de captação que pretende representar todo o estado baiano.
“No início do nosso processo, a gente divulga as datas para os treinadores e as equipes, tanto na capital quanto no interior, promovendo a seletiva da Seleção Baiana”, diz Érica. Nesse atual grupo, a seletiva contou inicialmente com quase 40 meninas em ambas as categorias, número que foi reduzido para 20 e mais tarde 12 em cada time. Dentre elas, um dos grandes destaques é a ponteira Kauane, que com apenas 13 anos já integra o sub-18 e tem sonhos ambiciosos sobre a sua carreira.
“Eu tenho interesse em continuar no esporte até quando estiver velha, até não poder mais jogar. Quero ir para a Seleção Brasileira, jogar lá. E através da Seleção Baiana, eu creio que algum olheiro vai me olhar e me levar para fora”, afirma a atleta, que tem respaldo de seus professores em relação ao nível que vem apresentando nos jogos.
“Kauane é uma menina que vem de um projeto social, no subúrbio, foi inserida nesse processo e atuando nos clubes acabou entrando no nosso mapeamento de atletas pelo seu nível técnico. É uma ponteira com vontade, que domina o fundo de quadra, tem um alcance bom de bola, distribuição de ataque. A gente acredita que ela tem capacidade para outros caminhos dentro do voleibol”, analisa Isabel.
Apoio de pais é fundamental para continuidade do trabalho
A dedicação de Isabel, Érica e Ricardo - todos voluntários - encontra nos poucos apoiadores um suporte suficiente para que o trabalho siga vivo e dê resultados. Entretanto, a equipe busca por ajuda de patrocinadores para solidificar o processo e dar mais segurança à equipe na realização do esporte.
“Todo o trabalho que a gente faz - Eu, Isabel e Ricardo - é voluntário. A gente faz por amor ao esporte, quer que o voleibol baiano tenha visibilidade nos campeonatos nacionais. A gente tem apoio da FBV que nos dá equipamento de treino e uniforme, além de algumas instituições que cedem às quadras para treino. Mas temos que sempre correr atrás, dialogar… então recebemos muitos ‘nãos’ e alguns ‘sins’”, confessa Érica Tosta, que também faz um apelo para que o poder público e privado enxergue a necessidade de apoio para a melhoria do esporte.

“A gente precisa de apoio financeiro para dar mais estruturas a elas. Mais materiais de treino, recursos para viagens, para os uniformes, roupa de treino… tudo que conseguimos aqui é com ajuda dos pais ou de rifas. Se a gente tivesse o apoio de alguma empresa, prefeitura, governo, que chegasse junto e desse o suporte para estrutura, chegaríamos ao nível que outros estados tem. Seria mais fácil pra gente”, complementa.
E sem dúvidas os grandes apoiadores e torcedores dessa equipe são os pais, que acompanham os treinos de perto e são unidos em vários processos dentro e fora das quadras. “Te-los aqui é muito importante. Ninguém faz nada sozinho. E pra gente ter hoje um atleta, a gente sabe o quão importante é ter sua base familiar. E falo isso não só pelo suporte financeiro, como também emocional”, desabafa Isabel Santos, que agradece desde a ajuda da montagem da estrutura de treino ao suporte de alimentação e a rede de logística criada pelos pais.
Mãe de uma das atletas, a servidora pública Simone Maria Martins também tem uma história dentro das quadras. Anteriormente, a fortalezense integrou a Seleção Cearense de base e sabe da importância dos pais para que o atleta jovem siga no esporte olímpico. “A gente tem um grupo nas redes sociais em que cada um ajuda como pode. Hoje mesmo vamos fazer uma confraternização antes da viagem, mas nos ajudamos de todas as maneiras. Por exemplo, se uma mãe não pode trazer o filho, a outra vai e busca essa atleta. A gente se comunica assim porque somos uma família em que cada um que ver a felicidade deles”, se emociona.
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