Copa 2023: Com base vitoriosa e atual melhor do mundo, Espanha luta por título inédito
Depois de anos de boicotes e sucessivos fracassos, As Sonhadoras chegam a Copa com status de candidatas ao título e com atleta melhor do mundo no plantel
Até o dia 20 de julho, Aratu On traz perfis especiais sobre todas as seleções que disputarão a Copa do Mundo de Futebol Feminino 2023, sediada nos países da Austrália e Nova Zelândia. Será uma equipe por dia, seguindo o ranking feminino da FIFA em ordem decrescente, com exceção do Brasil que será o último perfil. Confira aqui as publicações anteriores desse especial.
Em total nível de crescimento, o futebol feminino vem com um sonho ambicioso para a Copa do Mundo 2023: Com o sucesso do Barcelona no cenário continental e a presença de Alexis Putellas - melhor jogadora do mundo das duas últimas temporadas - Las Soñadoras acreditam no título e chegam ao torneio sem medo das adversárias na conquista do Mundial.
Da clandestinidade aos primeiros jogos da Seleção
Seguindo o exemplo do que acontecia na Inglaterra, o futebol feminino espanhol teve os seus primeiros clubes organizados na década de 10, entrando na clandestinidade anos depois durante a ditadura que se instalou no país durante a Segunda Guerra Mundial até meados dos anos 70. Contudo, já no final dos anos 60, a lenta abertura de imprensa e a retomada do futebol feminino no continente fizeram com que os primeiros torneios oficiais fossem criados mesmo que a revelia da Real Federação Espanhola.
“Não sou contra o futebol feminino, mas também não gosto. Não acho feminino do ponto de vista estético. As mulheres não são favorecidas vestindo camisa e calças. Qualquer vestido regional cairia melhor nelas”, afirmou o presidente da RFEF da época, José Luis Pérez Payá.
Mesmo assim, surgiu a primeira seleção de futebol feminino do país, reunindo atletas de toda a nação e atuando em partidas contra Portugal e Itália (que na época era a vice-campeã do Mundo). Com outros jogos disputados posteriormente, a fama da equipe crescia junto às perseguições de opositores do selecionado.
'Houveram pessoas que nos insultaram, médicos que nos disseram que não poderíamos ter filhos porque jogávamos futebol. Mas houve muitos mais que nos incentivaram, fãs que vieram tirar fotos conosco, pais que nos disseram que queriam que elas brincassem conosco. Eram um de cal e outro de areia, mas sempre guardamos o que era bom”, afirmou Conchi Amancio, uma das pioneiras e um dos maiores nomes do futebol feminino espanhol
Convidadas para o Mundial de 71, que não era organizado pela FIFA na ocasião, e com pretensões de ser a sede do torneio em 1972, a Espanha declinou das duas propostas por conta de falta de apoio da federação local, que só anos depois reconheceu a modalidade e passou a administrá-la.
Nos anos 80, já com um país mais democrático e aberto a mudanças, a RFEF passou a organizar eventos e torneios com clubes nacionais. Em 1983, a seleção foi retomada e não participou das qualificatórias para a Euro de 84, disputando apenas a seletiva da edição de 1987.
Sina de resultados ruins e primeira classificação
Os primeiros anos de disputa da Eurocopa pela equipe feminina espanhola foram ruins em desempenho e também em apoio da RFEF. Sem pensar em um planejamento para o selecionado, a equipe amargou posições ruins nas eliminatórias da Euro de 1987, 89, 91 e 93.
Vale ressaltar que neste período um grande detalhe sobre este descaso realizado pela entidade: Em todos os anos que teve o controle sobre a equipe nacional (desde 1983), a Real Federação convocou apenas uma vez a pioneira Conchi Sánchez, que seguiu atuando em futebol de clubes italianos em ingleses até os anos 90. E mesmo assim, ela não participou de sequer um jogo por estar lesionada no momento da sua convocação.
Em 1995, a Espanha conseguiu uma significativa melhora ao perder a vaga por apenas um ponto de diferença da Inglaterra, campeã da chave. Em 1997, foi selecionada para o primeiro escalão das eliminatórias e conseguiu chegar a repescagem, classificando-se a sua primeira Euro depois de eliminar a Inglaterra no mata-mata.
Na primeira fase, o time empatou em 1 a 1 contra a França, perdeu por 0 a 1 da anfitriã Suécia e venceu por 1 a 0 a Rússia, classificando-se no saldo de gols para as semifinais, fase em que foi derrotada por 2 a 1 pela Itália. O resultado foi impressionante em relação ao passado da equipe e já demonstrava o potencial do país no cenário. Apesar disso, a campanha para a Copa de 1999 foi muito ruim e o time teve que disputar a permanência no primeiro escalão, vencendo a Escócia em dois jogos.
A entrada no século XXI também não foi gentil com a equipe principal da Espanha feminina. Pela Euro de 2001, caiu na repescagem com duas goleadas contra a Dinamarca e na Copa de 2003, amargou a lanterna de sua chave nas qualificatórias. Entretanto, a equipe sub-19 venceu a Euro e mostrou que o futuro do país poderia ser em um trajetória melhor para os próximos anos.
Os resultados ruins se seguiram ainda por alguns anos. Nas eliminatórias da Euro 2005, ficaram em terceiro lugar com uma distância de doze pontos da Noruega, segunda colocada. Para a Copa 2007, repetiram o posto com desempenho melhor: apenas dois pontos do segundo colocado e cinco da Dinamarca, líder e classificada para o Mundial.
Pela Euro 2009, chegaram a segunda posição da chave e conseguiram vaga para a repescagem, perdendo para a Holanda nas duas partidas da fase. Dois anos depois, pela seletiva para a Copa do Mundo, novo fracasso ao perder a vaga para a Inglaterra por três pontos de diferença.
Enfim... Euro (e Copa)
Com muitas tentativas frustradas, a Espanha teve uma mudança de paradigmas na qualificatória para a Euro 2013. Em segundo de sua chave, atrás apenas da Alemanha, a equipe voltou a vencer uma repescagem depois de passar pela Escócia com um gol na prorrogação. O resultado não fez só a equipe voltar a um Mundial depois de 16 anos, como também chegar a um resultado expressivo na fase de grupos, derrotando a Inglaterra, perdendo para a França e empatando com a Rússia. O segundo lugar da chave levou o time as quartas de final, quando caiu perante a Noruega, vice daquele ano.
Dois anos depois, Las Soñadoras mostraram que o torneio passado não era uma exceção e lideraram a sua chave nas eliminatórias para a Copa do Mundo, classificando-se diretamente ao Mundial do Canadá. Pelo torneio, entretanto, ainda estavam a um nível abaixo do panorama mundial e empataram com a Costa Rica para depois perder para o Brasil e a Coreia do Sul.
Seguindo na sequência de bons resultados, venceram mais um grupo eliminatório e foram a Euro 2017 sem sustos, com quase o dobro de pontos de segundo e terceiro colocado da chave (Portugal e Finlândia). No torneio, mais uma classificação na fase de grupos e novamente uma eliminação, desta vez para a Áustria em disputa de penalidades máximas.
Já solidificada no futebol de clubes europeu, chegando a sua primeira decisão continental com o Barcelona, a Espanha chega a Copa de 2019 temida e esperada como uma das equipes que poderá surpreender no torneio. Na estreia, supera a África do Sul por 3 a 1, mas perde para a Alemanha por 1 a 0 e consegue a classificação ao empatar com a China em 0 a 0. Indo pela primeira vez às oitavas, cai perante os Estados Unidos, campeão desta edição. Em 2022, mais uma campanha de Euro que para nas quartas: em um grupo com nova derrota para Alemanha e vitórias sobre Finlândia e Dinamarca, cai no mata-mata para outra futura campeã: A Inglaterra.
Apesar da evolução e o carinho do seu país, a chamada geração dourada não só precisa mostrar uma melhor atuação em torneios, como também lutar por respeito e participação nas decisões ocorridas no cenário local. Meses depois de sua participação na Euro, atletas da seleção se reuniram com o treinador pedindo mudanças em relação ao esquema tático, principalmente por sentirem que a preparação da equipe nacional é inferior a dos clubes espanhois.
Sem resposta efetiva da Real Federação Espanhola, um grupo de atletas que passou a ser conhecido como "Las 15" ameaçaram não participar mais do grupo. Com um longo processo de reinvidicações e luta por melhorias, parte das jogadoras retornou ao selecionado acreditando em mudanças, enquanto outras seguem excluidas ou fora do grupo.
Espanha na Copa do Mundo 2023
Já estabelecida como uma seleção de primeiro escalão no continente, a Espanha chega novamente sem dificuldades para outra Copa do mundo. Entretanto, precisará mostrar mais do que já realizou em outros torneios e tem pela frente um grupo com o campeão mundial Japão e duas seleções que podem suspreender: Costa Rica e Zâmbia.
As Sonhadoras estreiam no dia 21/7 contra a Costa Rica, enfrentam a Zâmbia no dia 26 e encerram a primeira fase contra as nipônicas no dia 31. Para o torneio, o seu maior destaque - e também sua maior dúvida - é a meia Alexis Putellas. Considerada a Melhor do Mundo nas temporadas 2021 e 2022, a jogadora do Barcelona ficou parada quase um ano por conta de uma lesão e retorna como esperança da geração dourada do país.
Além dela, outros destaques que merecem respeito são as atacantes Jennifer Hermoso e Esther González, as defensoras Irene Paredes e Olga Carmona, além da meia Aitana Bonmatí.
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Em total nível de crescimento, o futebol feminino vem com um sonho ambicioso para a Copa do Mundo 2023: Com o sucesso do Barcelona no cenário continental e a presença de Alexis Putellas - melhor jogadora do mundo das duas últimas temporadas - Las Soñadoras acreditam no título e chegam ao torneio sem medo das adversárias na conquista do Mundial.
Da clandestinidade aos primeiros jogos da Seleção
Seguindo o exemplo do que acontecia na Inglaterra, o futebol feminino espanhol teve os seus primeiros clubes organizados na década de 10, entrando na clandestinidade anos depois durante a ditadura que se instalou no país durante a Segunda Guerra Mundial até meados dos anos 70. Contudo, já no final dos anos 60, a lenta abertura de imprensa e a retomada do futebol feminino no continente fizeram com que os primeiros torneios oficiais fossem criados mesmo que a revelia da Real Federação Espanhola.
“Não sou contra o futebol feminino, mas também não gosto. Não acho feminino do ponto de vista estético. As mulheres não são favorecidas vestindo camisa e calças. Qualquer vestido regional cairia melhor nelas”, afirmou o presidente da RFEF da época, José Luis Pérez Payá.
Mesmo assim, surgiu a primeira seleção de futebol feminino do país, reunindo atletas de toda a nação e atuando em partidas contra Portugal e Itália (que na época era a vice-campeã do Mundo). Com outros jogos disputados posteriormente, a fama da equipe crescia junto às perseguições de opositores do selecionado.
'Houveram pessoas que nos insultaram, médicos que nos disseram que não poderíamos ter filhos porque jogávamos futebol. Mas houve muitos mais que nos incentivaram, fãs que vieram tirar fotos conosco, pais que nos disseram que queriam que elas brincassem conosco. Eram um de cal e outro de areia, mas sempre guardamos o que era bom”, afirmou Conchi Amancio, uma das pioneiras e um dos maiores nomes do futebol feminino espanhol
Convidadas para o Mundial de 71, que não era organizado pela FIFA na ocasião, e com pretensões de ser a sede do torneio em 1972, a Espanha declinou das duas propostas por conta de falta de apoio da federação local, que só anos depois reconheceu a modalidade e passou a administrá-la.
Nos anos 80, já com um país mais democrático e aberto a mudanças, a RFEF passou a organizar eventos e torneios com clubes nacionais. Em 1983, a seleção foi retomada e não participou das qualificatórias para a Euro de 84, disputando apenas a seletiva da edição de 1987.
Sina de resultados ruins e primeira classificação
Os primeiros anos de disputa da Eurocopa pela equipe feminina espanhola foram ruins em desempenho e também em apoio da RFEF. Sem pensar em um planejamento para o selecionado, a equipe amargou posições ruins nas eliminatórias da Euro de 1987, 89, 91 e 93.
Vale ressaltar que neste período um grande detalhe sobre este descaso realizado pela entidade: Em todos os anos que teve o controle sobre a equipe nacional (desde 1983), a Real Federação convocou apenas uma vez a pioneira Conchi Sánchez, que seguiu atuando em futebol de clubes italianos em ingleses até os anos 90. E mesmo assim, ela não participou de sequer um jogo por estar lesionada no momento da sua convocação.
Em 1995, a Espanha conseguiu uma significativa melhora ao perder a vaga por apenas um ponto de diferença da Inglaterra, campeã da chave. Em 1997, foi selecionada para o primeiro escalão das eliminatórias e conseguiu chegar a repescagem, classificando-se a sua primeira Euro depois de eliminar a Inglaterra no mata-mata.
Na primeira fase, o time empatou em 1 a 1 contra a França, perdeu por 0 a 1 da anfitriã Suécia e venceu por 1 a 0 a Rússia, classificando-se no saldo de gols para as semifinais, fase em que foi derrotada por 2 a 1 pela Itália. O resultado foi impressionante em relação ao passado da equipe e já demonstrava o potencial do país no cenário. Apesar disso, a campanha para a Copa de 1999 foi muito ruim e o time teve que disputar a permanência no primeiro escalão, vencendo a Escócia em dois jogos.
A entrada no século XXI também não foi gentil com a equipe principal da Espanha feminina. Pela Euro de 2001, caiu na repescagem com duas goleadas contra a Dinamarca e na Copa de 2003, amargou a lanterna de sua chave nas qualificatórias. Entretanto, a equipe sub-19 venceu a Euro e mostrou que o futuro do país poderia ser em um trajetória melhor para os próximos anos.
Os resultados ruins se seguiram ainda por alguns anos. Nas eliminatórias da Euro 2005, ficaram em terceiro lugar com uma distância de doze pontos da Noruega, segunda colocada. Para a Copa 2007, repetiram o posto com desempenho melhor: apenas dois pontos do segundo colocado e cinco da Dinamarca, líder e classificada para o Mundial.
Pela Euro 2009, chegaram a segunda posição da chave e conseguiram vaga para a repescagem, perdendo para a Holanda nas duas partidas da fase. Dois anos depois, pela seletiva para a Copa do Mundo, novo fracasso ao perder a vaga para a Inglaterra por três pontos de diferença.
Enfim... Euro (e Copa)
Com muitas tentativas frustradas, a Espanha teve uma mudança de paradigmas na qualificatória para a Euro 2013. Em segundo de sua chave, atrás apenas da Alemanha, a equipe voltou a vencer uma repescagem depois de passar pela Escócia com um gol na prorrogação. O resultado não fez só a equipe voltar a um Mundial depois de 16 anos, como também chegar a um resultado expressivo na fase de grupos, derrotando a Inglaterra, perdendo para a França e empatando com a Rússia. O segundo lugar da chave levou o time as quartas de final, quando caiu perante a Noruega, vice daquele ano.
Dois anos depois, Las Soñadoras mostraram que o torneio passado não era uma exceção e lideraram a sua chave nas eliminatórias para a Copa do Mundo, classificando-se diretamente ao Mundial do Canadá. Pelo torneio, entretanto, ainda estavam a um nível abaixo do panorama mundial e empataram com a Costa Rica para depois perder para o Brasil e a Coreia do Sul.
Seguindo na sequência de bons resultados, venceram mais um grupo eliminatório e foram a Euro 2017 sem sustos, com quase o dobro de pontos de segundo e terceiro colocado da chave (Portugal e Finlândia). No torneio, mais uma classificação na fase de grupos e novamente uma eliminação, desta vez para a Áustria em disputa de penalidades máximas.
Já solidificada no futebol de clubes europeu, chegando a sua primeira decisão continental com o Barcelona, a Espanha chega a Copa de 2019 temida e esperada como uma das equipes que poderá surpreender no torneio. Na estreia, supera a África do Sul por 3 a 1, mas perde para a Alemanha por 1 a 0 e consegue a classificação ao empatar com a China em 0 a 0. Indo pela primeira vez às oitavas, cai perante os Estados Unidos, campeão desta edição. Em 2022, mais uma campanha de Euro que para nas quartas: em um grupo com nova derrota para Alemanha e vitórias sobre Finlândia e Dinamarca, cai no mata-mata para outra futura campeã: A Inglaterra.
Apesar da evolução e o carinho do seu país, a chamada geração dourada não só precisa mostrar uma melhor atuação em torneios, como também lutar por respeito e participação nas decisões ocorridas no cenário local. Meses depois de sua participação na Euro, atletas da seleção se reuniram com o treinador pedindo mudanças em relação ao esquema tático, principalmente por sentirem que a preparação da equipe nacional é inferior a dos clubes espanhois.
Sem resposta efetiva da Real Federação Espanhola, um grupo de atletas que passou a ser conhecido como "Las 15" ameaçaram não participar mais do grupo. Com um longo processo de reinvidicações e luta por melhorias, parte das jogadoras retornou ao selecionado acreditando em mudanças, enquanto outras seguem excluidas ou fora do grupo.
Espanha na Copa do Mundo 2023
Já estabelecida como uma seleção de primeiro escalão no continente, a Espanha chega novamente sem dificuldades para outra Copa do mundo. Entretanto, precisará mostrar mais do que já realizou em outros torneios e tem pela frente um grupo com o campeão mundial Japão e duas seleções que podem suspreender: Costa Rica e Zâmbia.
As Sonhadoras estreiam no dia 21/7 contra a Costa Rica, enfrentam a Zâmbia no dia 26 e encerram a primeira fase contra as nipônicas no dia 31. Para o torneio, o seu maior destaque - e também sua maior dúvida - é a meia Alexis Putellas. Considerada a Melhor do Mundo nas temporadas 2021 e 2022, a jogadora do Barcelona ficou parada quase um ano por conta de uma lesão e retorna como esperança da geração dourada do país.
Além dela, outros destaques que merecem respeito são as atacantes Jennifer Hermoso e Esther González, as defensoras Irene Paredes e Olga Carmona, além da meia Aitana Bonmatí.
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