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Copa 2023: Sensação da última Copa Africana, Marrocos quer repetir sucesso da equipe masculina no Mundial

Leoas do Atlas vivem nova era e se tornaram primeira equipe árabe a se classificar para a Copa do Mundo. Sonho é repetir campanha do time masculino em 2022

Por Da Redação

Copa 2023: Sensação da última Copa Africana, Marrocos quer repetir sucesso da equipe masculina no MundialRMFF/Divulgação
Até o dia 20 de julho, Aratu On traz perfis especiais sobre todas as seleções que disputarão a Copa do Mundo de Futebol Feminino 2023, sediada nos países da Austrália e Nova Zelândia. Será uma equipe por dia, seguindo o ranking feminino da FIFA em ordem decrescente, com exceção do Brasil que será o último perfil. Confira aqui as publicações anteriores desse especial.
Na Copa do Catar, todo o mundo foi surpreendido com a garra e o espírito de equipe da seleção masculina do Marrocos. Em meio a adversários difíceis como Croácia, Bélgica, Espanha e Portugal, os africanos conseguiram expressivos resultados e chegaram até as semifinais, caindo para a França e ficando na quarta posição após um segundo confronto contra o croatas. Entretanto, não é só a equipe masculina que vem promovendo surpresas no cenário futebolístico. Um ano antes, na disputa da Copa da África Feminina, as marroquinas também levaram alegria à sua torcida com uma campanha arrasadora que lhe valeram uma vaga no Mundial e o vice-campeonato continental.
https://www.youtube.com/watch?v=w2jB_0IE4sc&list=PL79m9Jm7_jmCMrzc8Lq4IU1m5uOyrL4Nm&index=9&t=20s
Primeiros anos e uma tímida participação
Criada em 1998, a seleção feminina do Marrocos se destacava em relação a outras equipes locais por ao menos formar um grupo coeso que chegava a fase final do torneio continental. Isso parece pouco, mas em um período em que equipes de mulheres muitas vezes sequer tinham direito de serem formadas, esta nação árabe se tornou uma das pioneiras em coesão e formação de atletas.
Isso rendeu a sua primeira classificação logo no ano de sua origem, e também a primeira goleada contra: 8 a 0 para a Nigéria, anfitriã da competição e grande potência local. Mesmo assim, a vitória por 4 a 1 sobre o Egito e o empate em 0 a 0 com República Democrática do Congo mostravam que essa equipe apresentava potencial.
Na Copa Africana seguinte, em 2000, um triunfo sobre a Argélia nas eliminatórias já mostrava que as marroquinas eram uma potência dentro do cenário do norte da África. Infelizmente, isso não se refletia em conflitos contra equipes de outras regiões do continente e um conjunto de três derrotas na fase de grupos para Camarões, Nigéria (nova goleada, agora de 6 a 0) e Gana mostraram que o nível ainda estava muito desigual para as Leoas do Atlas fora do mundo árabe.
E isso perdurou por quase uma década, com a equipe sem conseguir passar das eliminatórias ou sequer se inscrevendo para tentar uma vaga no torneio continental e nas qualificatórias olímpicas.
2020 e o início da Nova Era
Entretanto, tudo começou a mudar a partir do ano de 2020. Antes da pandemia do Covid-19, o Marrocos venceu um tímido torneio da União Norte-Africana de Futebol (UNAF) contra Tunisia e Argélia, únicas das sete nações árabes que levaram equipes femininas para a competição, retornando a hegemonia na região.
Com o adiamento da Copa Africana e o aumento de 12 vagas para o torneio, rendendo as quatro melhores uma participação na Copa do Mundo, o país se candidatou para sediar a competição após a desistência do Congo e alinhou o torneio a um ambicioso projeto já iniciado em sua seleção local. Com um investimento financeiro robusto, a criação de uma liga com duas divisões e garantias para a solidificação das categorias de base, a federação local esperava ser a primeira equipe árabe a passar de fase do torneio e terminou com uma vaga no mundial de 2023.
https://www.youtube.com/watch?v=jjcdcq2H3NQ&list=PL79m9Jm7_jmCMrzc8Lq4IU1m5uOyrL4Nm&index=4
A competição não só rendeu uma evolução gradativa na equipe feminina, como também ajudou a solidificar as mudanças sociais em relação a prática de esportes pelas mulheres e o apoio de todo o país por elas. Em um início tímido, as Leoas passaram bem por Senegal, Uganda e Burkina, aproximando o público a cada novo triunfo e deixando de lado a desconfiança em relação a força da equipe. Nas quartas de final, jogo decisivo contra Botsuana bateu o recorde do público do continente com a torcida apoiando as donas da casa em um triunfo por 2 a 1 e a vaga para a Copa do Mundo.
Nas semifinais, novo recorde de 45 mil pessoas e uma toda-poderosa Nigéria - que sustentava uma sequência de três títulos consecutivos - criaram um jogo emocionante que terminou empatado em 1 a 1 e deu a vaga as marroquinas em uma tensa cobrança de penalidades.  Na final, nova quebra de recorde e um país inteiro torcendo pela mesma equipe. Infelizmente, o Marrocos foi derrotado por 2 a 1 pela África do Sul, mas isso não impediu a comemoração da nação árabe pelo maior feito da sua história no futebol feminino.

Marrocos na Copa do Mundo 2023
As Leoas de Atlas chegam empolgadas para seu primeiro Mundial Feminino e tem uma chave difícil com equipes mais experientes em torneios internacionais. As africanas estão no Grupo H, localizado em solo australiano, com Alemanha, Coreia do Sul e Colômbia.
A sua estreia acontece no dia 24/7 contra as germânicas, bicampeãs mundiais, no Melbourne Rectangular Stadium. Logo depois, no dia 30/7, é a vez de enfrentar as sul-corenas no Hindmarsh Stadium, em Adelaide. E no dia 3/8 o encerramento da primeira fase contra as sul-americanas no Perth Oval, em Perth.
Em seu elenco, o Marrocos tem craques dentro e fora de campo. Sucesso nas redes sociais, principalmente entre as jovens do seu país, a capitã Ghizlane Chebbak é a artilheira do time e exímia cobradora de faltas. Uma das poucas atletas do selecionado que segue atuando no Marrocos, Chebbak tem uma extensa história no selecionado e quase desistiu de atuar na equipe após o período de insucessos entre 2010 a 2020.
Incentivada a seguir no projeto pela diretora de futebol Kelly Lindsey (ex-atleta norte-americana e dirigente na feração marroquina), a meio-campista é o principal nome das Leoas, que ainda contam com as atacantes Rosella Ayane e Fatima Tagnaout, além da goleira Khadija Er-Rmichi.

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