Apresentador e repórteres da Aratu falam sobre representatividade negra na TV: 'caminhada é coletiva'
Jornalistas negros da TV Aratu relatam obstáculos na carreira, retorno de telespectadores e responsabilidade à frente das câmeras
Reprodução | Instagram
"Você conseguiu, meu filho vai conseguir também! Eu invisto nos estudos do meu filho, porque eu vejo você lutando e conseguindo quebrar barreiras". Essa frase foi dita por uma telespectadora da TV Aratu ao apresentador Alex Lopes. Ele é um dos poucos negros protagonistas na televisão brasileira. O fato ganha ainda mais relevância quando se constata que apenas dois em cada 10 jornalistas do país se declaram pretos ou pardos, de acordo com última pesquisa do Perfil Racial da Imprensa Brasileira.
Na TV Aratu, além de Alex, duas repórteres se declaram negras: Ana Portela e Taiane Barros. O apresentador está há 16 anos na emissora e conta que iniciou como colunista. Após passar por alguns setores da empresa, conquistou o seu lugar no programa Universo, que comanda ao lado de Leo Sampaio. "Pra mim é uma responsabilidade estar em um horário nobre na nossa TV. Tenho noção do lugar que ocupo e sei como as pessoas se sentem representadas", diz Alex.
Recém-chegada no quadro de repórteres da TV Aratu, Ana Portela conta que se sente honrada em fazer parte do grupo de mulheres negras que ocupam ou ocuparam um espaço da televisão brasileira. "Logo quando iniciei nesse ramo da comunicação, as minhas inspirações eram [as jornalistas] Glória Maria, Wanda Chase e Georgina Maynart. Hoje, tenho o prazer de fazer parte desse meio".
Ana Portela conta que não foi fácil conquistar o espaço que tem hoje e que escolheu continuar apesar dos obstáculos que enfrentou. "O que não me fez desistir foi quando eu sentia nas ruas a aprovação e o carinho das pessoas em ver alguém como eles, com o microfone, dando voz a um povo que foi obrigado a se calar por muito tempo", detalha Ana.
Para a repórter Taiane Barros, seja pessoalmente ou pelas redes sociais, o reconhecimento e o carinho que recebe dos telespectadores da TV fazem a diferença na carreira dela. "A Aratu se tornou a minha segunda casa, [na emissora] me sinto bem para ser quem eu sou. Tenho vivido a melhor experiência da minha vida".
APENAS 20%
Além de Alex, Ana e Taiane, outros profissionais negros têm se destacado no jornalismo baiano, como Vanderson Nascimento e Luana Assiz, que formaram a primeira bancada totalmente negra do Bahia Meio Dia, da TV Bahia; Val Benvindo, que comanda um quadro do programa Band Mulher, da TV Band Bahia; e as inspirações de Ana, Wanda Chase, que teve passagens pela TV Bahia, TVE Bahia, e TV Aratu, e Georgina Maynart, que apresenta o Bahia Rural, na TV Bahia.
Apesar desse quadro de profissionais em diversas emissoras, os jornalistas negros ainda são minoria na Bahia e no Brasil. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apenas 20% dos profissionais do setor se declararam pretos ou pardos na última pesquisa do Perfil Racial da Imprensa Brasileira. Alex enxerga que o movimento em prol da representatividade negra na televisão brasileira é de todos.
O apresentador da TV Aratu conta que as conquistas dele não são mais individuais, mas, sim, de todos os jovens que olham nele a possibilidade da realização de um sonho. "Eu sinto essa troca e fico impressionado em saber que a caminhada é coletiva. É sobre ocupar espaços, é sobre representatividade, é sobre mostrar que podemos", destaca Alex.
REFERÊNCIAS
A jornalista Claudia Meneses, que fez parte do quadro de reportagem da TV Aratu durante um ano, reforça a importância de continuar ocupando lugares e dando visibilidade para profissionais negros "Ser mulher, negra e nordestina no nosso país é muito difícil. O mercado melhorou um pouco para nós, mas precisamos avançar ainda mais, ou seja, ocupar mais espaços".
Como repórter, Claudia diz que sente a responsabilidade em estudar, checar as informações e aprofundar o conteúdo que transmite na TV. "Sei que, de certa forma, serei uma referência para aquela ou aquele jovem negro que está inclinado a seguir a nossa profissão de jornalista". Como faróis para esses jovens, Claudia, Alex, Ana e Taiane seguem como referências no jornalismo baiano.
LEIA MAIS: ‘O Poder Delas’: Conheça a história da designer de moda Mada Negrif
Acompanhe nossas transmissões ao vivo no www.aratuon.com.br/aovivo. Nos siga no Instagram, Facebook e Twitter. Quer mandar uma denúncia ou sugestão de pauta, mande WhatsApp para (71) 99940 – 7440. Nos insira nos seus grupos!
Na TV Aratu, além de Alex, duas repórteres se declaram negras: Ana Portela e Taiane Barros. O apresentador está há 16 anos na emissora e conta que iniciou como colunista. Após passar por alguns setores da empresa, conquistou o seu lugar no programa Universo, que comanda ao lado de Leo Sampaio. "Pra mim é uma responsabilidade estar em um horário nobre na nossa TV. Tenho noção do lugar que ocupo e sei como as pessoas se sentem representadas", diz Alex.
Recém-chegada no quadro de repórteres da TV Aratu, Ana Portela conta que se sente honrada em fazer parte do grupo de mulheres negras que ocupam ou ocuparam um espaço da televisão brasileira. "Logo quando iniciei nesse ramo da comunicação, as minhas inspirações eram [as jornalistas] Glória Maria, Wanda Chase e Georgina Maynart. Hoje, tenho o prazer de fazer parte desse meio".
Ana Portela conta que não foi fácil conquistar o espaço que tem hoje e que escolheu continuar apesar dos obstáculos que enfrentou. "O que não me fez desistir foi quando eu sentia nas ruas a aprovação e o carinho das pessoas em ver alguém como eles, com o microfone, dando voz a um povo que foi obrigado a se calar por muito tempo", detalha Ana.
Para a repórter Taiane Barros, seja pessoalmente ou pelas redes sociais, o reconhecimento e o carinho que recebe dos telespectadores da TV fazem a diferença na carreira dela. "A Aratu se tornou a minha segunda casa, [na emissora] me sinto bem para ser quem eu sou. Tenho vivido a melhor experiência da minha vida".
APENAS 20%
Além de Alex, Ana e Taiane, outros profissionais negros têm se destacado no jornalismo baiano, como Vanderson Nascimento e Luana Assiz, que formaram a primeira bancada totalmente negra do Bahia Meio Dia, da TV Bahia; Val Benvindo, que comanda um quadro do programa Band Mulher, da TV Band Bahia; e as inspirações de Ana, Wanda Chase, que teve passagens pela TV Bahia, TVE Bahia, e TV Aratu, e Georgina Maynart, que apresenta o Bahia Rural, na TV Bahia.
Apesar desse quadro de profissionais em diversas emissoras, os jornalistas negros ainda são minoria na Bahia e no Brasil. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apenas 20% dos profissionais do setor se declararam pretos ou pardos na última pesquisa do Perfil Racial da Imprensa Brasileira. Alex enxerga que o movimento em prol da representatividade negra na televisão brasileira é de todos.
O apresentador da TV Aratu conta que as conquistas dele não são mais individuais, mas, sim, de todos os jovens que olham nele a possibilidade da realização de um sonho. "Eu sinto essa troca e fico impressionado em saber que a caminhada é coletiva. É sobre ocupar espaços, é sobre representatividade, é sobre mostrar que podemos", destaca Alex.
REFERÊNCIAS
A jornalista Claudia Meneses, que fez parte do quadro de reportagem da TV Aratu durante um ano, reforça a importância de continuar ocupando lugares e dando visibilidade para profissionais negros "Ser mulher, negra e nordestina no nosso país é muito difícil. O mercado melhorou um pouco para nós, mas precisamos avançar ainda mais, ou seja, ocupar mais espaços".
Como repórter, Claudia diz que sente a responsabilidade em estudar, checar as informações e aprofundar o conteúdo que transmite na TV. "Sei que, de certa forma, serei uma referência para aquela ou aquele jovem negro que está inclinado a seguir a nossa profissão de jornalista". Como faróis para esses jovens, Claudia, Alex, Ana e Taiane seguem como referências no jornalismo baiano.
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