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Você sabe o que é, ou já ouviu falar em TDAH? O Aratu On explica pra você!

O médico psiquiatra Vinicius Freitas explicou o que é o TDAH, seus sintomas, características e como aprender a lidar com essa condição

Por Lucas Pereira

Você sabe o que é, ou já ouviu falar em TDAH? O Aratu On explica pra você!
Nos últimos dias, um vídeo do Tiktok chamou a atenção das pessoas nas redes sociais. Nas imagens, uma esposa faz um registro de seu marido, enquanto ambos estão andando em um shopping de Fortaleza, capital do Ceará. O detalhe é que ela solta a mão dele, o que parece não ser percebido pelo rapaz, já que ele segue andando. A legenda da postagem resume o fato: “Como é namorar um TDAH”. Mas você sabe o significa a sigla TDAH? Calma, que o Aratu On explica para você.
Primeiro, vamos ao significado da sigla: TDAH - Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade. Segundo o médico psiquiatra Vinicius Freitas, a condição é classificada como um “transtorno de neurodesenvolvimento, que vai influenciar diretamente na desenvoltura do cérebro, desde quando a pessoa nasce”.
O especialista conta que a condição especial acontece devido a um atraso na produção e maturação celular da região cerebral do córtex pré-frontal, responsável pelo controle de áreas responsáveis pela atenção, hiperatividade e impulsividade.
“A gente sabe que o cérebro da criança com TDAH é um pouco mais imaturo nessa região e acomete pessoas a partir da idade zero. Estudos mostram que bebês já demonstram alterações de atenção, inquietação e percebe-se que há uma manifestação mais típica em idades mais jovens”, explica.
Sintomas
Os principais sintomas para o quadro de TDAH são bem característicos e se manifestam muito cedo na vida de uma pessoa, desde a primeira infância. Uma criança com o transtorno pode apresentar desatenção acentuada, esquecimento de objetos, compromissos e tarefas, além de uma “demora para responder quando é chamada”.
Além disso, características como inquietação - onde a criança não consegue ficar parada, se levanta a todo momento, costuma interromper as pessoas e até mesmo se interromper durante a fala podem estar presentes.
Vinicius salienta que é preciso bastante cautela para a detecção do quadro clínico, já que possuir uma ou outra característica não faz da pessoa alguém com TDAH. É preciso que ela apresente uma certa quantidade de traços.
No dia a dia, a pessoa com o déficit acaba com algumas dificuldades, impactando sua rotina, ou melhor, a falta dela. “Alguém com TDAH costuma procrastinar muito, tem dificuldades em manter uma rotina, é impulsivo. Por ter uma percepção de tempo alterada, costuma perder prazos e esquecer compromissos”, cita o médico.
Tratamentos e dicas
Quanto aos tratamentos para o quadro, o psiquiatra lista o processo não farmacológico, que é voltado para práticas não medicamentosas, como terapias, orientação familiar e, para as crianças, há também a adaptação escolar. Obviamente, existe também o tratamento farmacológico, através do consumo de medicamentos, considerado muito benéfico, segundo o psiquiatra.
“A gente sabe que é a modalidade que tem mais impactos de benefícios. É parecida com o tratamento com antibióticos, para quem possui uma infecção, por exemplo”, diz ele.
Quanto mais cedo o diagnóstico do quadro de TDAH for concluído, melhor para a pessoa e para a família também. O especialista conta que até os 12 anos é um prazo satisfatório para se iniciar um tratamento e cuidados para que a criança consiga lidar com o transtorno.
E para que isto aconteça, o psiquiatra traz algumas dicas para facilitar o processo de convivência. Os familiares de pessoas com TDAH devem lidar com calma e paciência. Ao longo da vida, o ciclo do transtorno vai se modificando. Por exemplo, uma criança de cinco anos vai ser mais hiperativa e impulsiva. Já aos 15, ela provavelmente vai ser mais desatenta, ou seja, os pais precisam ir se modulando ao longo da vida dessa pessoa e, em um mundo ideal, devem procurar ajuda para entender o processo.
Evitar punições, no geral - os pais precisam ser orientados para dar um reforço positivo, onde se deve valorizar as coisas bacanas, corretas, feitas por uma criança com o transtorno. É preciso dar atenção. Por outro lado, caso se tenha um comportamento indesejável ou malcriado, o castigo, a bronca, devem ser claros e objetivos.
As orientações precisam ser fracionadas - pela questão da dificuldade em memorizar as coisas e da perda da noção do tempo, é preciso dividir o que deve ser feito, para que as coisas sejam ditas uma de cada vez, e para que assim, a criança consiga cumprir com as suas tarefas.
Cuidados físicos -  é muito importante a prática de atividade física, ter bom sono e boa alimentação, para bom desenvolvimento dessa criança. O TDAH é como uma pessoa míope para o futuro. Quem tem miopia, não consegue enxergar direito de longe, assim, quem tem TDAH tem dificuldade de ver o futuro, de visualizar coisas distantes”, finaliza Freitas.
LEIA MAIS: Você sabe o que é “efeito manada”? Aratu On explica
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