Casos de ansiedade aumentam durante pandemia e especialista explica como lidar com o problema; confira

A pandemia no novo coronavírus tem causado incertezas sobre o futuro, insegurança financeira e angústias entre tantos outros sentimentos. Esses fatores, misturados com o isolamento social, podem desencadear doenças e transtornos como a ansiedade.

Uma pesquisa realizada pela Universidade de São Paulo (USP) aponta que o Brasil lidera o ranking de países com maior número de casos de ansiedade durante a pandemia do novo coronavírus. De acordo com o estudo, que analisou onze países, a ansiedade afeta 63% dos brasileiros. 

Já o Youtube divulgou dados inéditos que apontam que durante o mês de maio de 2021 a procura pelo tema saúde mental bateu recorde e a busca pelo tema ansiedade alcançou o maior patamar desde 2008. Três das cinco perguntas mais feitas sobre saúde mental com a palavra "como" no YouTube foram sobre ansiedade. "Como vencer a ansiedade" e "como tratar a ansiedade" foram as mais buscadas.

O Aratu On convidou a médica psiquiatra e professora da Universidade Federal da Bahia (UFBA),  Fabiana Nery, para falar sobre o tema. Neste vídeo, você verá a definição da doença, os principais sintomas, como diferenciar a ansiedade normal da patológica e como lidar com isso em tempos de pandemia. 

O QUE É ANSIEDADE? 

A ansiedade é uma reação natural do corpo humano, no entanto, em caso de excessividade isso pode se tornar uma doença conhecida como transtorno de ansiedade generalizada. Este quadro faz com que a pessoa apresente sintomas de preocupação e medo extremo diante de situações simples da rotina. 

A médica classifica essa condição como ansiedade patológica. Ela explica que a ansiedade pode se manifestar através de pensamentos de cunho pessimista ou pode estar associada a sintomas físicos, como coração acelerado, suor na mão, dor de cabeça, sensação de desmaio, tremores e uma série de outros sintomas.

“A ansiedade patológica será mais duradoura, intensa e exagerada que vai se manter por muito tempo e que vai causar prejuízos à vida da pessoa. A ansiedade é um estado de transtorno aumentado. O paciente está sempre em alerta e em geral, achando sempre que o pior pode acontecer”, explica. 

SINTOMATOLOGIA DOS TRANSTORNOS DE ANSIEDADE

• Inquietação;


• Fadiga;


• Irritabilidade;


• Dificuldade de concentração;


• Tensão muscular;


• Palpitações;


• Tremores;


• Dores musculares;


• Náuseas;


•  Aperto no peito;  


•  Medo excessivo;                                                            


• Falta de ar;


• Taquicardia;


• Insônia; 


• Aumento da pressão arterial;


• Sudorese excessiva;


• Dor de cabeça;


• Alterações intestinais.

AUMENTO DA ANSIEDADE DURANTE A PANDEMIA

Em geral, as situações de estresse, em nível pessoal ou social, podem resultar no aumento de sintomas de ansiedade. Assim, a pandemia de Covid-19 acabou submetendo a população ao aumento desse transtorno. A médica ressalta que o isolamento social, o medo da doença e distúrbios associados aos sintomas da Covid longa podem ser a explicação do aumento de casos de pessoas com ansiedade. 

“Individuos que tiveram infecção por Covid-19, podem ter sintomas ansiosos após a resolução da doença. A infecção pelo coronavírus pode causar, mesmo que tardiamente, sintomas ansiosos, então temos a ansiedade aumentando por conta de como conviver com as modificações causadas pela pandemia, mas também a própria doença pode causar sintomas depressivos”.

COMO LIDAR COM A ANSIEDADE? 

É importante não negligenciar o sentimento de ansiedade, buscando ajuda médica, se necessário. Da mesma forma, focar em atividades prazerosas, como exercícios e leitura, podem ajudar com o estresse.

A médica Fabiana explica que é necessário manter a calma e ter em mente que essa é uma situação passageira. “O importante é não deixar os sintomas aumentarem. E se isso acontecer é necessário procurar uma avaliação de um profissional habilitado e experiente na área, seja um psicólogo ou psiquiatra. O diagnóstico e tratamento é importante para evitar que os sintomas ansiosos aumentem”, concluiu.

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