'O santo não bateu': o que revela a expressão popular falada no Brasil?

Em um amplo repertório de expressões populares do português falado no Brasil, existem várias bastante curiosas. Uma delas, bem utilizada, é o 'santo não bateu'.

Mas o que quer dizer isso? A frase, informal e carregada de subjetividade, é usada para explicar aquela sensação quase inexplicável de antipatia imediata por alguém, mesmo que a pessoa, em tese, não tenha feito nada de errado.

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'O santo não bateu' - De onde vem essa expressão?

O uso da expressão é comum em ambientes sociais diversos: vai de conversas entre amigos até ambientes profissionais, sempre para explicar uma “química” que não aconteceu.

A frase também costuma estar acompanhada de um tom conciliador: “Nada contra, mas o santo não bateu". Em outras palavras, uma constatação de que algo subjetivo impede uma boa convivência.

Mas diante de tanta subjetividade, nossa reportagem procurou a ajuda de um historiador, buscando entender a origem desta expressão.

Atendendo ao questionamento, o professor de História da Bahia, Murilo Mello, informou que não há uma origem historiográfica da expressão.

Segundo ele, não há estudos sobre isso. 'As expressões de maneira geral, surgem de acordo com uma época ou momento, e não se pode ter uma baliza cronológica de quando começou', explicou. 

Mello acrescentou, porém, que a expressão faz alusão à questão religiosa, possivelmente, de matriz africana.

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Expressão forte

A força desta expressão está justamente no seu valor simbólico e emocional. 'O santo não bateu' traduz, de maneira simples e eficiente, algo complexo, que é a dificuldade de criar laços com alguém sem motivo aparente. 

Por conta da aplicabilidade, muitas vezes, tão necessária, 'o santo não bateu' continua sendo uma frase presente em todas as regiões do Brasil, adaptando-se aos diferentes sotaques e contextos.

Mais do que uma simples desculpa para a falta de afinidade, a expressão revela como elementos culturais, religiosos e afetivos se misturam na forma como as pessoas se relacionam. Afinal, como diz o povo, não é pessoal — foi só que o santo, dessa vez, não bateu.

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