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Festas, pipas gigantes e pétalas de rosa: Aratu On Explica tradições do Dia de Finados no Brasil e no mundo

Data foi escolhida pela Igreja Católica pela próximidade do Dia de Todos os Santos, dia 1º de novembro

Por Lucas Pereira

Festas, pipas gigantes e pétalas de rosa: Aratu On Explica tradições do Dia de Finados no Brasil e no mundoCréditos da foto: ilustrativa/Freepik
Criado pela Igreja Católica, o Dia de Finados é celebrado em todo o Brasil neste dia 2 de novembro, feriado nacional. Em outros países, a data também é marcada por celebrações aos que já se foram, mas com outros símbolos, rituais e significados para as homenagens. Esse é o assunto do Aratu On Explica de hoje!
https://youtu.be/YscFoy8WNow
ORIGEM
De acordo com informações da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o Dia de Finados é dedicado a todos os fiéis falecidos. Segundo a CNBB, a data não foi criada para as pessoas se entristecerem ou lamentarem a morte de amigos e familiares, mas para como um dia de saudade, para se lembrar com carinho deles e de se rezar por suas almas.
Desde o século X, a Igreja recomenda os fiés a fazer orações durante o dia, que foi oficialmente adotado pelos católicos no ano 998, segundo o site oficial do Vaticano. A escolha pelo 2 de novembro se deu pela proximidade com o Dia de Todos os Santos, 1º de novembro. Isso porque os “Santos” são figuras do catolicismo que tiveram os pecados perdoados após a morte. O dia seguinte, foi reservando para orações aos demais mortos.
CELEBRAÇÕES PELO BRASIL

Mais que as tradicionais missas e visitas a túmulos e lápides daqueles que já se foram, em alguns locas do Brasil, o feriado de Finados possui celebrações específicas, a exemplo da Romaria de Finados, que acontece todos os anos em Juazeiro do Norte (CE). Na programação do rito, que reúne centenas de milhares de fiéis, está a visita à estátua e túmulo de Padre Cícero e ao Santuário de Nossa Senhora das Dores. Desde o final de outubro até o dia 2 de novembro, católicos de várias partes do Brasil cruzam as ruas da cidade cearense e visitam locais sagrados.

Divulgação/Prefeitura de St.Rosa


Em Santa Rosa, no Tocantins, cidade que fica a 166 km da capital Palmas, uma tradição do século XIX ainda acontece no dia de Finados: a Congada. Segundo informações da socióloga Eliane Castro ao site do governo de Tocantins, a festa teria surgido em Portugal, por meio de um padre que formou família com uma mulher escravizada. Os descendentes perpetuaram a tradição, que é forte entre a população negra até os dias atuais.
Primeiro em uma fazenda da região e depois se espalhando, a festa dos congos acontece durante os Festejos das Santas Almas Benditas, quando os cortejos formados por reis e rainhas da festa, que são coroados no evento, e súditos formados pela comunidade e visitantes seguem para os cemitérios da cidade e das comunidades rurais, onde cantam e rezam por seus antepassados.
PELO MUNDO
México
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Para além das comemorações vindas do Catolicismo, o Dia de Finados (ou Dia dos Mortos) é celebrado em vários cantos do mundo, de maneira bem particular e diversa. O festejo mais conhecido acontece no México. O Dia de Los Muertos virou até animação da Disney no ano de 2017, o filme "Viva - A Vida É Uma Festa.
Enraizada na cultura pré-hispânica e indígena, a celebração remonta à crença de que, mesmo após a morte, as pessoas seguem como membros de suas comunidades e famílias, retornando temporariamente a esses locais no dia 2 de novembro. Para facilitar essa volta para casa, são deixadas velas e pétalas de rosa para guiar os mortos. Altares são colocados com pertences do ente querido, como fotos, objetos e até comidas. Além disso, as caveiras coloridas também compõem a tradição.
A festa, inclusive, foi considerada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, em 2008.
Guatemala


Reprodução/Ministerio de Cultura y Deportes de Guatemala 


Os guatemaltecos celebram o dia de Finados “empinando” pipas coloridas pelas ruas, numa espécie de simbolismo às almas que se foram. Além disso, fotos e flores são espalhadas para homenagear os mortos. Pratos típicos são feitos para as festividades, que possuem um tom mais alegre.
Haiti

Jean Oscar Augustin - Visit Haiti


Feriado nacional no Haiti, as celebrações mesclam ritos católicos e do vodu. Para além das rezas e orações, comidas e bebidas são preparadas e levadas para os cemitérios, com muita música, para acordar o Deus dos Mortos, chamado de Baron Samedi.
Bolívia

Reprodução/La Verdad


Para além da celebração de finados, em 2 de novembro, os bolivianos comemoram, no dia 8 do mesmo mês, a fiesta de Los Ñanitas ("festa das caveiras/crânios"), semelhante aos festejos mexicanos. Com raízes indígenas, os festejos reúnem pessoas nos cemitérios para orar e honrar seus mortos. Antes do rito, as pessoas recebem caveiras, colocam em caixas ou urnas, decoram seu interior com flores, velas, e as levam para o cemitério. Representando divindades andinas ou parentes, os bolivianos fazem pedidos e cuidam de suas ñanitas durante o ano.
AS CORES DO LUTO
No Dia de Finados, o luto é um dos sentimentos presentes neste dia, independente de onde a pessoa esteja. Ainda assim, o conceito do luto possui variações de cultura para cultura. Se no Brasil (e na maioria dos países ocidentais), o luto é representado pela cor preta e têm relação com a Idade Média, quando a Peste Negra, dizimou mais da metade da população europeia. Não à toa, esse período é chamado também de “Idade das Trevas”, da ausência de luz.
Mas o luto é também representado por outras cores, como o branco, utilizado por praticantes do candomblé. A cor também é usada no Japão, por exemplo, por simbolizar a pureza e a tranquilidade.
Amarelo é a cor utilizado no Egito para situações de luto, uma vez que remonta a ideia das flores secas que caem das árvores. O roxo é usado na Tailândia para expressar o luto e a dor da perda, tendo também registros católicos do uso da cor, a exemplo das túnicas usadas pelos sacerdotes no período da Páscoa.
O vermelho é a cor usada na África do Sul, por causa do Apartheid racial que existiu no país e o derramamento de sangue resultante disso.
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