‘Manual do branco no Afropunk’: Ruivo Baiano divide opiniões com vídeo

O influenciador Ruivo Baiano, também conhecido como Marcelinho, gerou polêmica nas redes sociais após publicar um vídeo intitulado “Manual do branco para o Afropunk”. O festival, que celebra a cultura negra, aconteceu neste sábado (8) e domingo (9), no Parque de Exposições, em Salvador.

Conhecido por seu tom ácido e humor provocativo, o criador de conteúdo manteve o estilo em mais uma de suas publicações. No vídeo, ele afirma achar importante que pessoas brancas participem do evento, mas ressalta que “antes disso, é preciso colocar os pingos nos is”.

Em seguida, o influenciador lista uma série de “dicas” para pessoas brancas que pretendem comparecer ao festival, entre elas usar looks básicos, evitar turbantes e tranças — símbolos de identidade negra frequentemente apropriados por pessoas não negras.

A publicação rapidamente viralizou e dividiu opiniões. Enquanto alguns internautas apoiaram a crítica e consideraram o vídeo uma reflexão necessária sobre respeito cultural, outros classificaram a iniciativa como “chacota”.

Assista:

 

Manual do branco no AfroPunk 🧡 pic.twitter.com/5IENYyAx5P

— Ruivo Baiano (@ruivobaiano) November 8, 2025

 

Um dos comentários que mais repercutiram comparou a situação com outros eventos culturais. “Imagina se a Oktoberfest fizesse um manual pra preto, dizendo como ele deve se portar na festa.” A Oktoberfest é um festival que celebra a cultura e a gastronomia alemã.

Diante da repercussão, o Ruivo Baiano fez um pronunciamento no X (antigo Twitter), para aqueles que não gostaram do conteúdo sobre a festa. 

“Caro amigo branco,

Parem de agir como se vocês fossem parar de fazer alguma coisa só porque alguém tá comentando que não é legal. Vocês vão continuar fazendo e tendo um sistema ao lado de vocês.

Isto posto: f***-se quem não gostou do meu vídeo do Afropunk.

Ass: Branco, ruivo.”

Território vivo da ancestralidade africana

O Festival Nosso Futuro Brasil-França, realizado na última quarta-feira (5), contou com a participação do cantor Carlinhos Brown. O artista é embaixador da cultura baiana e reconhecido internacionalmente por promover a ancestralidade africana e durante o evento, exaltou o objetivo do projeto de criar um espaço para conexão entre as culturas. 

“O diálogo de África se faz importante devido a tudo, de manutenção que a cidade por si, fora as lideranças, mantém dentro das memórias africanas aqui. O que nós chamamos fortemente, gritamos fortemente, é ancestralidade. Aqui isso realmente existe e vive através da oralidade. Nós perpetuamos coisas que a própria África já mantém. Então o que a gente faz? Discute para pegar o que tem aqui como base e para encontrar as novidades que a África pode nos trazer”, celebrou o artista.