Justiça nega pedido de Andressa Urach para anular doações à Igreja Universal
Em vídeo publicado nas redes sociais, Andressa Urach afirmou não concordar com a decisão judicial
Por Bruna Castelo Branco.
A Justiça do Rio Grande do Sul negou o pedido da modelo e influenciadora Andressa Urach para anular as doações feitas à Igreja Universal do Reino de Deus entre 2015 e 2019.
A decisão foi proferida pela juíza Karen Rick Danilevicz Bertoncello, da 13ª Vara Cível de Porto Alegre, que considerou que as contribuições foram realizadas de forma voluntária e consciente, sem indícios de coação ou vício de consentimento.
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Segundo os autos, Urach recebeu R$ 3,8 milhões em direitos autorais pela venda do livro Morri para Viver – Meu submundo de fama, drogas e prostituição, lançado em 2015, e alegou ter doado cerca de R$ 2 milhões à instituição religiosa. Para a magistrada, o valor remanescente foi suficiente para garantir a subsistência da autora, afastando a tese de doação de todos os bens.
De acordo com a sentença, a primeira doação ocorreu em novembro de 2015 e a última em julho de 2019, pouco antes do desligamento da influenciadora da igreja. Durante o período, Urach também atuou como obreira e missionária.
A juíza rejeitou o pedido de indenização por danos materiais e morais, entendendo que não houve ato ilícito por parte da Igreja Universal. Também não foi aceita a acusação de litigância de má-fé feita pela instituição.
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Com a decisão, Andressa Urach foi condenada ao pagamento de honorários advocatícios fixados em 10% sobre o valor atualizado da causa. A sentença foi publicada em 11 de agosto de 2025 e ainda cabe recurso.
A Igreja Universal negou qualquer pressão sobre fiéis e afirmou que as doações são feitas de forma voluntária durante cultos e campanhas.
Em nota, o advogado da influenciadora declarou:
"Entendemos que o julgamento foi totalmente injusto. Ocorreram mudanças de juiz, especialmente a mais importante a magistrada da instrução. Ingressamos com embargos de declaração, pois entendemos acima de tudo que vários pontos não foram avaliados. Trata de uma sentença conservadora, no meu modo de ver, destoante da realidade. Acredito que Andressa foi descriminada juridicamente por expressar sua opinião e seu modo de viver. O fato da mudança de juízes sinaliza uma pulverização de responsabilidade de quem julga. No fundo, não resta dúvida que pelo fato da Andressa ser uma formadora de opinião de milhões repercutiu. Foi um julgamento religioso sem viés nenhum a que a Igreja faz a milhares de fiéis que é a cobrança de dízimos e influência discutíveis de doações a milhares de pessoas. ANDRESSA URACH É DE FATO A ÚNICA RESISTÊNCIA CONTRA A IGREJA UNIVERSAL. COMBATEREMOS ATÉ O FIM EM PROL A JUSTIÇA COM TODOS OS RECURSOS POSSÍVEIS".
O que diz a influenciadora
Em vídeo publicado nas redes sociais, Urach afirmou não concordar com a decisão judicial e classificou as doações como um “estelionato da fé”.
"Oi, gente. Eu sei que muitas pessoas estão acompanhando o meu processo e eu quero deixar algumas coisas bem claras, tá? Primeiro, a troca de juízes. O que mais me chamou a atenção foi que, no meu caso, já passou vários juízes diferentes. E eu não acho justo que a juíza que não acompanhou a audiência seja quem dê a decisão.
Quem estava lá sabe muito melhor do que aconteceu. Outra coisa, eu levei testemunhas e tive prejuízo. Também quero lembrar que eu levei testemunha que afirmou o quanto eu tive de prejuízo. Isso não pode ser simplesmente ignorado no meu processo.
Sobre as doações, tá? Outra coisa importante. Essas doações que eu fiz não tiveram nenhum documento oficial. E, mesmo assim, isso não foi levado em conta. Cadê a justiça nesse país? Sobre dar voz às pessoas, tá?
Eu sei que eu não sou a única que passou por isso. E olha quantos anos isso acontece. E eu dou voz para milhares de pessoas que também foram enganadas por essas instituições. Isso tem nome, estelionato da fé. E eu não vou me calar em relação a isso.
Eu consegui me reerguer e as pessoas que se mataram após doarem tudo. Olha, eu vou recorrer por tudo isso. Eu vou continuar recorrendo, vou lutar até o fim. Porque todos sabem o que eu passei. Tá aprovado e eu não vou desistir. Obrigado pelo carinho e apoio.
E vocês. Essa luta não é só minha, mas também por tantas outras pessoas que já passaram pela mesma coisa que eu passei. E eu sou corajosa e eu vou até o fim. E eu enfrento quem for. Porque eu luto pela justiça. E eu espero de verdade que existam deputados que criem leis para proteger pessoas como eu, que são enganadas pelo estelionato da fé. Obrigada".
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