Hungria pediu socorro à irmã antes de internação: 'Muito gosto de gasolina na boca'

Antes de ser internado por intoxicação por metanol, o rapper Hungria telefonou para a irmã e pediu ajuda. "Mana, favor, estou passando muito mal. Estou com muito gosto de gasolina na boca e eu estou muito fraco”, contou Manoela Hungria a jornalistas, na frente do Hospital DF Star, em Brasília, onde o músico está desde a manhã de quinta-feira (2).

De acordo com Manoela, o cantor pediu para que fosse chamada uma ambulância e, ao chegar à casa dele, ela o encontrou bastante debilitado. “Ele me ligou por volta de 8h20 da manhã, falando que estava passando muito mal, que precisava de ajuda. Eu pensei que ele estava brincando”, relatou.

Nas redes sociais, Manoela compartilhou uma atualização sobre o estado do artista na madrugada de sexta-feira (3): “Dia desafiante. Ele está bem e está finalizando a hemodiálise. Ele teve uma avaliação com o oftalmo. Está tudo bem, graças a Deus. Ele está estável”.

Quadro de Hungria é estável

O Hospital DF Star confirmou, em comunicado, a suspeita de intoxicação por metanol. Segundo boletim médico divulgado pela unidade de saúde, o quadro do artista é estável. 

Quem é o rapper Hungria

Natural de Ceilândia (DF), o rapper lançou sua primeira música aos 14 anos, Hoje Tá Embaçado, e conquistou grande projeção na cena do hip hop nacional sob o nome artístico Hungria Hip Hop. Atualmente, reúne mais de 12,1 milhões de seguidores no Instagram e ultrapassa 14,4 milhões de inscritos no YouTube.

Em 2019, Hungria ganhou o apelido de “rapper do sertanejo”, após parcerias de destaque com Lucas Lucco (Quebra-Cabeça) e Gusttavo Lima (Eu Vou Te Buscar). Ele também canta a música "Saudade" com Claudia Leitte (veja clipe abaixo):

Sua influência atravessou até os Jogos Olímpicos de Tóquio, quando o baiano Isaquias Queiroz, medalhista de ouro na canoagem velocidade, citou versos da música Um Pedido ao celebrar a conquista.

“Eu tenho uma pequena música, que significa muito para mim. Ela é do Hungria Hip Hop: ‘Um dia eu vi uma estrela cadente e fiz um pedido. Creio, fui atendido. Era só um menino brincando com os amigo...’ e hoje eu sou um campeão olímpico. Estou muito feliz!”, declarou o atleta na época.

Contaminação por bebida adulterada

O rapper Hungria foi internado com um quadro de náuseas, vômitos, turvação visual e acidose metabólica. Segundo a nota, Hungria está sendo acompanhado pelo médico Leandro Machado, no Hospital DF Star, e "encontra-se fora de risco iminente".

Ainda assim, por recomendação médica e com o objetivo de preservar a saúde do cantor, os shows que estavam previstos para este final de semana serão remarcados. 

Por fim, a equipe do rapper agradeceu a "compreensão dos fãs, da imprensa e de todos os parceiros neste momento”.

Envenenamento por metanol

O envenenamento por metanol voltou a ganhar destaque no Brasil após registros recentes de mortes associadas à substância em bebidas adulteradas em São Paulo. Segundo autoridades de saúde, o metanol é especialmente perigoso porque é tóxico mesmo em pequenas quantidades, podendo levar à cegueira e à morte.

Também conhecido como álcool metílico, o metanol é um composto químico da família dos álcoois. Líquido, incolor e inflamável, tem cheiro e sabor semelhantes ao do etanol, álcool presente nas bebidas alcoólicas, o que o torna quase indetectável quando misturado a elas, mas com alta capacidade de matar a quem ingerir a substância.

A substância altamente tóxica é frequentemente associada à adulteração de bebidas. Diferente do etanol, que é o álcool consumido em cervejas, vinhos e destilados, o metanol pode causar efeitos graves mesmo em pequenas quantidades. Entre os sintomas estão náuseas, vômitos, visão turva, dificuldade respiratória e, em casos graves, cegueira e morte.