'Dandara na Terra dos Palmares' celebra a Consciência Negra em Salvador

O espetáculo “Dandara na Terra dos Palmares” retorna aos palcos de Salvador em novembro, mês da Consciência Negra, feriado nacional desde o ano passado, com apresentações gratuitas. As sessões acontecem nos dias 4 e 5 (terça e quarta), às 9h30 e 14h30, no Espaço Cultural Boca de Brasa Céu de Valéria, e nos dias 7 e 8 (sexta e sábado), às 14h30, no Teatro Sesc-Senac Pelourinho. Os ingressos serão distribuídos no local, no dia do evento, conforme a capacidade dos espaços.

Com texto de Antônio Marques e direção de Agamenon de Abreu, que também assina cenário, figurino e maquiagem, a peça combina realidade e fantasia para discutir o racismo estrutural e o resgate da ancestralidade negra. A história acompanha Dandara, uma menina que enfrenta preconceitos na escola e passa a rejeitar suas origens. Em um sonho, ela encontra uma guerreira que a leva ao Quilombo dos Palmares, onde descobre “a força e o orgulho de seus antepassados”.

Inspirada na trajetória da heroína Dandara dos Palmares, a obra busca despertar a consciência do público jovem durante o mês da Consciência Negra. A dramaturgia propõe reflexões sobre pertencimento e o impacto do racismo na infância, destacando “o papel da educação na construção de uma sociedade mais justa e igualitária”.

A trilha sonora original é assinada por Emille Lapa e Natalyne Santos, que também integra o elenco ao lado de Maria Alice Xavier (ex-The Voice Kids), Yandra Góes, Denise Correia, Gilson Garcia, Leonardo Freitas e Pablo Pereira.

Desde a estreia, em 2022, o espetáculo já foi assistido por mais de 40 mil pessoas e foi indicado ao Prêmio Braskem de Teatro nas categorias Melhor Espetáculo Infantojuvenil e Melhor Direção.

O projeto “Arte Sintonia em Movimento” foi contemplado pelo edital Chamadão das Artes Cênicas, com recursos da Fundação Gregório de Mattos, da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo e da Prefeitura de Salvador.

Serviço:

Dandara na Terra dos Palmares
Quando e onde: 4 e 5 de novembro (terça e quarta), às 9h30 e 14h30 — Espaço Cultural Boca de Brasa Céu de Valéria | 7 e 8 de novembro (sexta e sábado), às 14h30 — Teatro Sesc-Senac Pelourinho
Quanto: gratuitos (retirada no local, conforme lotação)
Classificação: livre

Afrobeto

“A” de “amor” e “B” de “baixinho”? Pode até ser, mas graças à iniciativa de uma educadora soteropolitana, o abecedário ganhou novas referências. É “A” de “acarajé”, “atabaque”, “agogô”, “B” de “berimbau”, “banguela”, “C” de “caxixi”, “cachimbo” e assim por diante. Palavras que vêm de África. 

Trata-se do "Afrobeto", criado por Bianca Barreto, ou apenas “Pró Bia”, de 31 anos, que, apesar da pouca idade, possui um currículo extenso. É formada em Educação Física e Engenharia de Produção, mestra em Educação, doutoranda em Dança, técnica em Refrigeração Industrial, musicista e gestora cultural. Ah! “E pedagoga honoris causa, segundo meus alunos”, disse, em novembro de 2024, em entrevista ao Aratu On.

Ela explica que o Afrobeto surgiu como uma forma de enfrentar o racismo na educação básica, “pensando em alfabetizar e africanizar” e, embora esteja disponível em livreto impresso, é mais que um recurso afrodidático, como diz Bia. “Afrobetizar é uma metodologia”, reforça. Metodologia essa, inclusive, que ganhou o Prêmio Educador Transformador do Sebrae 2024 e tem aberto portas para a profissional.