Clubes de Salvador: tradição e papel social ao longo de gerações
Em Salvador, os clubes têm uma história que se confunde com a própria vida social da cidade, espaços que foram palco de encontros, bailes e competições esportiva
Por Dinaldo dos Santos.
Neste domingo (9), o Brasil celebra o Dia Nacional dos Clubes Esportivos Sociais, data criada para reconhecer a importância dessas instituições na formação cultural, esportiva e comunitária do país. Em Salvador, os clubes têm uma história que se confunde com a própria vida social da cidade — espaços que, por décadas, foram palco de encontros, bailes, competições esportivas e momentos de lazer e convivência.

Clubes de Salvador
A capital baiana, nos dias atuais, ainda abriga alguns clubes de muita tradição, nascidos no início do século XX. Em entrevista ao Aratu On, o professor de História, Roberto Pessoa, experiente com fatos relacionados à Bahia, destacou a importância desses locais que tiveram o propósito de reunir famílias, promover atividades esportivas e de lazer em uma época de escassez de entretenimento.
Com o tempo, salientou Pessoa, os locais viraram também símbolos de status, tradição e pertencimento, acolhendo festas icônicas — como os bailes de carnaval, formaturas e serestas — além de grandes competições esportivas, especialmente de natação, vela e tênis.
O historiador lembrou que no final do século XIX já existia um embrião dessas associações, mas os clubes como organizações bem formadas surgiram entre o início e a primeira metade do século XX. 'Por volta de 1915, 1925, já tínhamos os Fantoches da Euterpe, Cruz Vermelha e o Cruzeiro do Sul, que ficava na região do Corredor da Vitória', pontuou.
Associações para todas as classes
Pessoa frisou que, inicialmente, as associações congregavam membros de classe média alta, frequentadores do Yacht Clube da Bahia, Clube Bahiano de Tênis, e Associação Atlética da Bahia, dentre outros, mas aí surgiram os espaços mais populares, localizados em alguns bairros de Salvador.
O Clube Itapagipe, na região da Ribeira e o São Salvador, segundo o professor, estavam entre essas opções. De acordo com Roberto Pessoa, muitos foram criados como clube de regata e ajudaram a congregar a comunidade da cidade de Baixa.

'Depois, em meados dos anos 1970, surgiram clubes como o Português, o Costa Azul e o Campomar. Nessa época os foliões do Carnaval acabavam a brincadeira nas ruas de Salvador, pelo final da tarde, e à noite a folia terminava nos clubes', lembrou.
Com o passar das décadas, esses clubes precisaram se reinventar para acompanhar as mudanças de comportamento e o avanço das novas formas de lazer. Muitos enfrentaram crises financeiras e viram o número de sócios diminuir. Ainda assim, Pessoa explica que alguns resistem e seguem como espaços que valorizam o esporte amador, a convivência comunitária e o resgate de tradições locais.
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