Professores de colégio estadual denunciam diretora por assédio moral

Nas denúncias, professores solicitam uma investigação dos atos citados. Os docentes exigem a restituição dos descontos indevidos de salários

Por Rosana Bomfim.

Professores do Colégio Estadual Duque de Caxias, localizado no bairro da Liberdade, em Salvador, registraram denúncias de assédio moral contra a diretora da instituição. O processo, que corre sob sigilo, está a cargo da Secretaria Estadual de Educação da Bahia e do Ministério Público da Bahia (MP-BA). 

No documento estão registrados os relatos dos docentes, que afirmam, além do assédio moral, terem sofrido descontos indevidos de salários.

A situação não é inédita no ambiente da educação baiana.  Em março de 2024,a Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb) foi condenada pela 1ª Vara do Tribunal Regional do Trabalho (TRT-BA), em Vitória da Conquista, por prática de assédio moral na Assessoria de Comunicação e na TV e Rádio Uesb.

Em junho deste ano, a Justiça do Trabalho determinou que a Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) adotasse medidas imediatas contra o assédio moral em seu ambiente de trabalho. 

Professores denunciam assédio no Colégio Estadual Duque De Caxias| Foto: Reprodução, Google Maps

No caso do colégio Duque de Caxias, os professores, além da investigação das denúncias citadas, solicitaram a restituição dos descontos indevidos de salários: “Trata-se de caso urgente, que requer a intervenção imediata do Ministério Público, SEC/BA, da Corregedoria e da Ouvidoria, sob pena de perpetuar o adoecimento coletivo e o desrespeito à legislação vigente.”

Entre os casos relatados de perseguição estão as alegações de professores antigos, que não se alinham às práticas da diretora. De acordo com o documento: “seus horários foram modificados de forma arbitrária, com clara intenção de descaracterizar sua atuação docente, atingindo inclusive a retirada de disciplinas de sua área de formação e a alteração compulsória de folgas.”

Os profissionais alegam que "tais condutas configuram perseguição administrativa e assédio moral, violando princípios constitucionais da isonomia e da dignidade do trabalhador, além de comprometerem diretamente o direito à valorização profissional do magistério". 

Os professores também apontam a situação insalubre da estrutura do colégio, afirmando descontentamento com os transtornos provocados por uma reforma no local, comparando a instituição a um “campo de concentração”.

“O Duque diurno se transformou em um verdadeiro campo de concentração, um holocausto silencioso onde convivemos com a poeira, a falta de água, banheiros insalubres e até a negação do direito de nos ausentarmos por motivo de saúde.”

Denúncias referentes à manutenção da estrutura de escolas no estado, vem sendo apontadas nas últimas semanas . Um caso recente chamou atenção na internet nos últimos dias, quando alunos alegaram sofrer com a falta de manutenção na estrutura escolar em um colégio estadual na capital baiana. 

Denúncias de assédio moral: posicionamento da Secretaria de Educação

O Aratu On entrou em contato com a Secretaria de Educação que afirmou, em nota, que a Corregedoria da Secretaria da Educação do Estado da Bahia (SEC) abriu procedimento para investigar as denúncias relativas ao Colégio Estadual Duque de Caxias, em Salvador.

Secretaria de Educação apura denúncia de assédio moral| Foto: Reprodução Google Maps

A entidade disse, ainda, que seu canal de escuta das comunidades escolares segue aberto para todos. E a Ouvidoria pode ser contatada pelo telefone 0800-284-0011 e pelo e-mail [email protected].

A SEC reforçou que adota ações para garantir um ambiente escolar propício à aprendizagem, seguro e saudável para estudantes, professores, funcionários e gestores e, inclusive, tem o Programa de Prevenção e Combate ao Assédio Moral, ao Assédio Sexual e a Todas as Formas de Violência e Discriminação.

O programa estabelece, entre outros pontos, um protocolo de atendimento com orientações para o acolhimento e a escuta das vítimas e o fluxo de denúncia e apuração na própria Corregedoria. A política foi construída em parceria com a Procuradoria-Geral do Estado (PGE).

LEIA MAIS: Anvisa nega relação entre uso de paracetamol e autismo: 'Não há registros'

Siga a gente no InstaFacebookBluesky e X. Envie denúncia ou sugestão de pauta para (71) 99940 – 7440 (WhatsApp).

Comentários

Importante: Os comentários são de responsabilidade dos autores e não representam a opinião do Aratu On.

Nós utilizamos cookies para aprimorar e personalizar a sua experiência em nosso site. Ao continuar navegando, você concorda em contribuir para os dados estatísticos de melhoria. Conheça nossa Política de Privacidade e consulte nossa Política de Cookies.