Graduação EAD ultrapassa a presencial em total de alunos pela 1ª vez

Pela primeira vez na história do Brasil, a modalidade de graduação EAD ultrapassa a presencial em número de alunos. Os dados, do Censo do Ensino Superior 2024, foram divulgados pelo Ministério da Educação (MEC) na tarde desta segunda-feira (22).

O levantamento do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) também mostra que, de forma inédita, o país ultrapassa a marca de 10 milhões de matrículas no ensino superior. 

De acordo com estudo, dos 10,22 milhões de estudantes de graduação no Brasil, 5,18 milhões (50,75% do total) estavam matriculados em cursos de ensino a distância em 2024. Além disso, a maior parte das matrículas na modalidade EAD está concentrada em faculdades particulares.

Percentual de ingressantes na graduação EAD ultrapassa a presencial desde 2020

Desde 2020, ano marcado pelo início da pandemia de Covid-19 no Brasil, o número de pessoas que optam por ingressar no ensino superior em cursos EAD ultrapassa o de graduações presenciais. Contudo, é a primeira vez que esse fenômeno atinge a totalidade de matriculados na etapa de ensino.

Em 2024, por exemplo, 67% do total de ingressantes no ensino superior foram para cursos on-line (3,34 milhões). As graduações presenciais tiveram 1,66 milhões de novos estudantes.

Se comparado ao ano de 2014, quando o número de ingressantes para cursos presenciais era de 2,38 milhões, o número de novas matrículas na modalidade diminuiu 30%. Ao mesmo tempo, o número de ingressantes em cursos EAD teve aumento de 360%.

Crescimento de cursos de graduação a distância tende a diminuir

Ainda que os cursos superiores a distância tenha se tornado predominante no Brasil, os dados mostram uma tendência de desaceleração no crescimento da modalidade.

Entre 2020 e 2024, o número de cursos a distância no Brasil cresceu 25%, passando de 6.116 para 11.297 mil. A expansão foi reduzida em 2023, ainda que em 2024 tenha sido registrado um crescimento anual de 7%. Além disso, entre 2023 e 2024, as matrículas em graduações on-line cresceram 5,6%, frente a 13,4% entre 2022 e 2023.

A instauração de uma Nova Política de Educação a Distância também corrobora para a desaceleração do crescimento da modalidade. A medida foi decretada pelo Ministério da Educação em 19 de maio deste ano, com o objetivo de regulamentar a oferta de cursos e melhorar a qualidade do ensino.

As diretrizes criam a modalidade semipresencial e estabelece que cursos os cursos de medicina, direito, odontologia, enfermagem e psicologia passem a ser exclusivamente presenciais. A partir do decreto, as instituições têm até dois anos para se adequar às novas regras.