Petrobras excede nos investimentos do 2º trimestre e decepciona analistas

Petrobras excede em investimentos durante 2º trimestre de 2025 , devido a forte gastos, e decepciona analistas; entenda

Por Laraelen Oliveira.

A Petrobras enfrenta fortes perdas financeiras na bolsa desta sexta-feira (8), apesar de ter divulgado o balanço corporativo do segundo trimestre. Por volta das 13h, os papéis preferenciais (PETR$) recuaram de forma significativa para 4,82%, cotados a R$30,96, enquanto os ordinários (PETR3) caíram para 7,13%, a R$33,07. No mesmo horário, o Ibovespa registrava uma queda mais tímida, de 0,18%, aos 136.275 pontos. 

No Plano de Negócios 2025-2029 da Petrobras estão previstos investimentos totais da ordem de US$ 111 bilhões/Foto: Reprodução

A Petrobras teve prejuízo?

No período entre abril e junho, a estatal reportou lucro líquido de aproximadamente R$26,6 bilhões, reversão significativa frente ao prejuízo de R$2,6 bilhões registrado no mesmo trimestre de 2024. Apesar do avanço, o resultado ficou abaixo dos R$35,7 bilhões alcançados nos três primeiros meses deste ano. 

Mesmo com o lucro expressivo, o mercado reagiu negativamente à decisão da companhia de distribuir R$8,66 bilhões em dividendos aos acionistas, valor inferior ao que era esperado pelos analistas. A quantia representa R$0,6719 por ação ordinária e preferencial. A expectativa de parte do mercado, segundo a Ativa Investimentos, era de aproximadamente R$1 por ação.

Projeto dos analista sobre os investimentos da Petrobras 

Analistas da XP Investimentos, como Regis Cardoso e João Rodrigues, projetavam uma distribuição de R$11,9 bilhões. A diferença entre o valor estimado e o divulgado se deve, segundo eles, ao fluxo de caixa operacional mais fraco do que o previsto. A Petrobras registrou R$40,6 bilhões nesse indicador, abaixo dos R$44 bilhões esperados pelo mercado. Além disso, os investimentos da companhia somaram R$22 bilhões, superando a estimativa de R$20 bilhões.

“O mercado está atento principalmente ao fluxo de caixa livre e ao pagamento de dividendos, especialmente no setor de petróleo e gás, como é o caso da Petrobras”, explicam os analistas em relatório. Eles destacam ainda que o desempenho mais fraco do caixa não pode ser explicado apenas por fatores pontuais, como capital de giro, mas também por despesas com depósitos judiciais, abandono de campos, impostos e outros itens operacionais.

Em maio de 2025, a Petrobras aprovou distribuição de R$ 11,72 bilhões em forma de dividendos e juros sobre capital próprio (JCP), para os acionistas relativos ao exercício de 2025/Foto: Reprodução 

Para João Daronco, analista da Suno Research, o nível elevado de investimentos foi a maior surpresa do balanço. Segundo ele, esperava-se que, diante da queda no preço do petróleo Brent, a estatal adotasse uma postura mais conservadora nos aportes. “Esse ritmo de investimentos pressionou o caixa da companhia e reduziu a expectativa de dividendos. Investidores que contavam com um fluxo de caixa mais robusto se decepcionaram”, afirma.

O analista ressalta que, caso a Petrobras mantenha o atual volume de investimentos, a distribuição de dividendos pode continuar abaixo do desejado pelo mercado, especialmente considerando a política da empresa de repassar até 45% do fluxo de caixa livre aos acionistas.

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