Inflação oficial desacelera em maio e surpreende mercado
Com queda nos preços das passagens aéreas, combustíveis e alimentos, o IPCA subiu 0,26% no mês abaixo do esperado pelos analistas, mas a energia elétrica, no entanto, puxou o índice para cima
Por Laraelen Oliveira.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a medida oficial da inflação no Brasil, registrou alta de 0,26% em maio, segundo dados divulgados nesta terça-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado representa uma desaceleração em relação a abril, quando o índice subiu 0,43%, e veio abaixo das expectativas do mercado, que projetava um aumento de 0,37%.
Acúmulo do Ano
No acumulado de 2025 até maio, a inflação soma 2,75%. Já no acumulado dos últimos 12 meses, o IPCA recuou de 5,53% para 5,32%, indicando uma desaceleração após um período de alta. Esse foi o menor avanço para o mês de maio desde 2023, quando a taxa ficou em 0,23%.
A principal pressão sobre o índice em maio veio do grupo Habitação, com alta de 1,19%. O destaque dentro desse grupo foi a energia elétrica residencial, que subiu 3,62%, sendo o item com maior impacto individual no mês (0,14 ponto porcentual). A alta nas contas de luz está relacionada à entrada em vigor da bandeira amarela, que adicionou R$ 1,88 a cada 100 kWh consumidos, e ao reajuste nas tarifas em diversas capitais brasileiras.
Outro fator de impacto foi o aumento nos preços dos medicamentos (0,69%), após o reajuste autorizado pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED). O plano de saúde também subiu (0,57%), embora o grupo Saúde e cuidados pessoais tenha desacelerado no geral, passando de 1,18% em abril para 0,54% em maio.
Por outro lado, a inflação foi aliviada pela queda nos preços das passagens aéreas (-11,31%), dos combustíveis (-0,72%), com destaque para o diesel (-1,30%), o etanol (-0,91%), o gás veicular (-0,83%) e a gasolina (-0,66%), e de alimentos como tomate (-13,52%), arroz (-4,00%), ovo de galinha (-3,98%) e frutas (-1,67%).
A alimentação no domicílio praticamente ficou estável (0,02%), o que contribuiu para a desaceleração do grupo Alimentação e bebidas, de 0,82% em abril para 0,17% em maio. Ainda assim, alguns itens alimentícios registraram aumentos expressivos, como a batata-inglesa (10,34%), cebola (10,28%), café moído (4,59%) e carnes (0,97%).
Resultados de Maio
Dos nove grupos pesquisados pelo IBGE, sete apresentaram alta em maio:
• Habitação: 1,19%
• Saúde e cuidados pessoais: 0,54%
• Vestuário: 0,41%
• Despesas pessoais: 0,35%
• Alimentação e bebidas: 0,17%
• Comunicação: 0,07%
• Educação: 0,05%
Apenas dois grupos apresentaram recuo:
• Transportes: -0,37%
• Artigos de residência: -0,27%
Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação para as famílias com menor renda e é referência para o reajuste do salário mínimo, avançou 0,35% em maio, abaixo dos 0,48% registrados em abril. No acumulado de 12 meses, o INPC está em 5,20%.
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