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"Pinga Ni Mim"? Pesquisa revela que consumo excessivo de álcool deixa corpo mais exposto ao coronavírus

Não apenas o uso contínuo do álcool, mas beber muito em uma única ocasião também diminui a capacidade do corpo de evitar infecções até 24 horas depois do consumo

Por Da Redação

"Pinga Ni Mim"? Pesquisa revela que consumo excessivo de álcool deixa corpo mais exposto ao coronavírusilustrativa/Pexels

Abusar de bebidas alcoólicas no meio da pandemia, especialmente para os mais vulneráveis ou que já possuam comorbidades, não é uma boa ideia. O alerta é feito pelo Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (CISA), que destaca: não apenas o uso contínuo do álcool, mas beber muito em uma única ocasião – conhecido como Beber Pesado Episódico – também diminui a capacidade do corpo de evitar infecções até 24 horas depois do consumo.


O problema é que o novo coronavírus causa diversas infecções no organismo e, segundo pesquisa da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), 42% dos brasileiros entrevistados relataram ter bebido demais pelo menos um dia durante os meses de maio e junho de 2020. 


"Especialmente nesses tempos de Covid-19, quando foi observado um aumento no consumo de álcool associado à tristeza ou depressão, é importante reforçar o perigo do uso do álcool como ferramenta para lidar com o estresse e ansiedade. Álcool não é remédio e seu uso exagerado pode trazer impactos a curto e longo prazo para a saúde, além dos efeitos negativos ao sistema imunológico", explica o psiquiatra especialista em dependência química e presidente do CISA, Arthur Guerra.


Outra preocupação recente é o uso das bebidas alcoólicas nas chamadas "festas clandestinas", que são realizadas em espaços fechados, com aglomeração e sem o uso de máscaras pela grande maioria das pessoas. Além de ilegal, ese evento soma o maior risco de contaminação ao consumo abusivo de álcool, que pode prejudicar o sistema imunológico.


CISA


O consumo abusivo de álcool pode enfraquecer o sistema imunológico, afetando as células de defesa e tornando o corpo um alvo mais fácil para doenças. O uso crônico e pesado reduz o número de linfócitos T periféricos e também parece causar perda de linfócitos B periféricos – ambos relacionados com a defesa do organismo e que desempenham um papel importante no reconhecimento e destruição de organismos infecciosos.


Essas alterações acabam comprometendo a capacidade de resposta a patógenos (agentes causadores de doenças) e contribuindo para o aumento da suscetibilidade a infecções, incluindo as virais, como a Covid-19. Outros estudos sugerem ainda que o uso nocivo de álcool afeta os sistemas de defesa pulmonares, causando alterações da função imune das células do local.


Esse costume pode também enfraquecer as barreiras epiteliais das vias aéreas inferiores e levar a problemas pulmonares e respiratórios como tuberculose, síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA) e pneumonia – o que ainda é mais grave nesse período de pandemia. Segundo o National Institute on Alcohol Abuse and Alcoholism (NIAAA, em inglês), bebedores abusivos crônicos são mais propensos a contrair doenças como pneumonia e tuberculose do que as pessoas que não bebem abusivamente.


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