Igreja Católica pode reconhecer mais uma santa de Salvador, Vitória da Encarnação; conheça

A Igreja Católica Apostólica Romana está próxima de reconhecer mais uma santa soteropolitana: a Serva de Deus Vitória da Encarnação. A fase arquidiocesana do processo de beatificação, que começou em novembro de 2019 e foi retomada em abril deste ano, será oficialmente encerrada em uma Sessão Solene nesta quarta-feira (25/9), às 10h, no Convento do Desterro, local em que a religiosa viveu e faleceu.

A cerimônia será conduzida pelo Cardeal Dom Sergio da Rocha e pelo postulador da causa, frei Jociel Gomes, contando também com a presença da Comissão Histórica e de fiéis devotos que relatam milagres atribuídos à intercessão de Vitória da Encarnação. Essa etapa do processo é fundamental para que a documentação sobre a vida e os milagres da religiosa seja enviada ao Vaticano, onde será analisada pelo Dicastério para a Causa dos Santos.

O Tribunal responsável pela investigação é composto pelo frei Jociel Gomes, postulador da causa; o cônego Alberto Montealegre, Delegado Episcopal; o padre Laudimar Oliveira da Silva, promotor de Justiça; além de notários, que verificam os relatos e testemunhos coletados.

Após a Sessão Solene, que é um marco para a Arquidiocese de São Salvador da Bahia, a primeira do Brasil, o Cardeal Dom Sergio da Rocha celebrará uma missa em homenagem à Serva de Deus. Esse é um passo importante no caminho para a possível canonização de Vitória da Encarnação.

VITÓRIA DA ENCARNAÇÃO

Vitória da Encarnação nasceu na capital baiana em 6 de março de 1661, e fez parte do Convento de Santa Clara do Desterro de São Salvador da Bahia. Ela era filha de do Capitão de Infantaria Bartolomeu Nabo Correia e Dona Luísa Bixarxe.

Admitida na clausura das Irmãs Clarissas, exerceu a caridade e socorreu pobres e doentes que batiam à porta do convento. Apesar de ainda não ser canonizada, é chamada por alguns de "a primeira santa baiana". Viveu, morreu e foi sepultada no convento de Santa Clara do Desterro, o mais antigo convento feminino do Brasil. Lá, estão expostas parte das relíquias da religiosa.

Para cuidar dos desamparados, Vitória da Encarnação pedia esmolas às companheiras de clausura e repartia com eles do que havia no refeitório. Por esses feitos, era chamada de Madre Esmoler.

Doava-lhes tudo que pudesse, até a banca sobre a qual dormia e a manta, passando a dormir no chão sobre uma esteira, coberta com um lençol de algodão. Por isso, nos últimos dias de vida de Vitória, em 1715, as irmãs da clausura a tiraram a cela em que dormia e a levaram para outro quarto, onde teria mais conforto.

Entre os principais feitos da religiosa estão a cura de doenças de mulheres e crianças.
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