'Precisamos ter o mesmo olhar dos que veem de fora', diz Clarindo Silva sobre Centro Histórico de Salvador
Escritor e agitador cultural também falou sobre a Medalha de Mérito Cultural da cidade de Salvador, que ganhou no último dia 16
O jornalista, escritor, poeta, compositor e agitador cultural Clarindo Silva, de "82 anos e 36 dias", foi o convidado do programa Linha de Frente, da TV Aratu, na tarde desta quarta-feira (24/4). História viva, ele falou principalmente sobre o Centro Histórico de Salvador e cobrou: "Precisamos ter o mesmo olhar das pessoas que vêm de fora".
Popularmente chamado de "Seu Clarindo", o entrevistado lembrou que o Centro Histórico foi a região mais nobre da capital baiana, algo que mudou depois da 2ª Guerra Mundial, quando as famílias começaram a migrar para a Graça e o Corredor da Vitória, deixando uma "falsa imagem" de que existia apenas prostituição no local.
Para Silva, nenhuma faixa de extensão no planeta tem templos tão importantes, a exemplo da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos e a Igreja da Ordem Terceira de São Francisco, além de abrigar a primeira faculdade de medicina do Brasil, entre outros espaços de relevância histórica.
Citou, ainda, empreendimentos revitalizados, como hoteis na Rua Chile, o que considera importante para chamar atenção para a região, além de movimentar o turismo. Mas ressaltou que é preciso ter cuidado com a preservação da cultura local, antes de qualquer coisa.
MEDALHA DE MÉRITO CULTURAL
Clarindo Silva também destacou a Medalha de Mérito Cultural da cidade de Salvador, a qual ganhou no último dia 16 de abril, em cerimônia no Plenário Cosme de Farias, na Câmara Municipal. A homenagem foi proposta pelo ex-prefeito de Salvador, hoje vereador, Edvaldo Brito.
"Reconhecimento para a luta em defesa do Pelourinho", disse Seu Clarindo, que tem sua trajetória no campo da escrita iniciada há mais de 50 anos, quando atuou como repórter policial nos jornais A Tarde, Jornal da Bahia e Tribuna da Bahia. Com o tempo, migrou da reportagem para a literatura, não deixando de usar a pena para a defesa intransigente do Centro Histórico de Salvador, região que tem em sua Cantina da Lua um bastião de resistência.
Também conhecido como Mestre Calá, ele possui alguns títulos, como:
– Doutor Honoris Causa pela Université Libre des Sciences de L’Homme de Paris
– Comenda da Cultura e das Artes pela Universidade das Américas,
-Medalha Tomé de Souza
– Comenda Maria Quitéria
– Comenda Zumbi dos Palmares.
Clarindo é, ainda, autor de Memórias da Cantina da Lua, que está em sua sexta edição, Conversa de Buzu e teve a sua biografia escrita por Vander Prata para a Coleção Gente da Bahia, com edição da Assembleia Legislativa do Estado da Bahia.
https://youtu.be/b01M25RwnYQ
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